Anahí: Você está quieto demais.
Alfonso: Você é quem está.
Anahí: Então é assim? A gente transa e você resolve parar de falar comigo? Se quiser eu vou embora. – Disse, com um biquinho no rosto. Alfonso ergueu a sobrancelha.
Alfonso: Drama?
Anahí: Um pouco. – Confessou divertida – Talvez aquela carência feminina de ficar abraçada com o cara depois do sexo...
Alfonso: Sério? – Ele entortou os lábios.
Anahí: Não. – Ela riu. Realmente não falava sério – Não sou dessas. – Meneou a cabeça – Mas... – Ressaltou – Se você quiser me abraçar eu não vou achar ruim, okay? Quer dizer, não que você precise fazer isso... – A gargalhada de Alfonso a interrompeu. Agarrando-a pela cintura, ele a puxou para um abraço apertado.
Alfonso: Assim está bom?
Anahí: Assim está me sufocando. – Disse, a voz abafada pelo peito dele.
Alfonso: Melhorou? – Perguntou, depois de afrouxar um pouco os braços ao redor dela.
Anahí: Uhum. – Assentiu – Quase perfeito.
Alfonso: E falta o que para ser perfeito?
Anahí: Isso. – Sussurrou antes de selar os lábios aos dele. Alfonso a acolheu de bom grado, brincando com sua língua, segurando carinhosamente o seu rosto. Carinhosamente? Epa! Pelo visto havia carinho ali. Não era só carne, não era só pele.
Alfonso: Me desculpe estar meio calado, okay? – Pediu, ainda com o rosto dela aninhado entre as mãos. Anahí não respondeu. Imersa nos olhos dele, naquele pedido sincero, ela sentiu, pela primeira vez, um aperto anormal em seu peito. – Eu só estava assimilando algumas coisas. – Continuou. O que ele estava tentando dizer? Deus, nem ele sabia. Alfonso não entendia essa necessidade que tinha de se explicar para ela, de não magoá-la.
Anahí: Tudo bem. – Sorriu – É... – Anahí respirou fundo, tentando colocar a cabeça no lugar – Vamos comer? Eu estou faminta. – Sugeriu, tomando certa distância.
Alfonso: Vai cozinhar, Giovanna? – Brincou.
Anahí: Pensei que você fosse.
Alfonso: Não sou um anfitrião tão bom assim. Acho que você já está exigindo demais... – Ele riu, levando um tapinha dela no braço.
Anahí: Eu cozinho, tá? – Ela respondeu – Com uma condição...
Alfonso: Sabia que a sua bondade não era tanta. – Ela estreitou os olhos – Okay, fale.
Anahí: Vou fazer macarronada, e macarronada só dá certo quando acompanhada de um bom vinho.
Alfonso: Não posso beber hoje, sweetie, amanhã é quarta e eu trabalho. Ressaca nem pensar.
Anahí: Não seja estraga prazeres, Alfonso. – Resmungou manhosa.
Alfonso: Aliás, de quem foi a brilhante ideia de fazer um show no meio da semana? – Continuou, com o cenho franzido.
Anahí: É um festival. Não leu no cartaz? Letras garrafais na portaria: a semana inteira, cada dia uma banda.
Alfonso: Não faz sentido.
Anahí: Sabe o que não faz sentido? – Ele esperou, segurando o riso – Você ficar tentando desviar o assunto. Olha... – Deu um passo na direção dele, levantando a mão direita em juramento – Eu prometo não te embebedar, sargento.
Alfonso: Quem te disse que eu sou um sargento?
Anahí: Maite me disse que você trabalhava na polícia. – Deu de ombros, inocente.
Alfonso: E isso faz de mim um sargento? – Ele ergueu a sobrancelha, com um ar divertido.
Anahí: Não é um sargento, né?
Alfonso: Investigador da polícia.
Anahí: Uau, sexy.
Alfonso: E você?
Anahí: Eu o que?
Alfonso: Qual é o trabalho tão generoso que te permite beber em plena terça-feira?
Anahí: Trabalho por conta própria. Meu trabalho, minha vida, meus horários. – Ele esperou – Eu escrevo. – Continuou, diante do olhar curiosodele – Livros. – Mentiu. Mesmo que Anahí tentasse ou quisesse ter uma noite normal com Alfonso, era inevitável, as mentiras, mesmo que pequenas, viriam cedo ou tarde.
Alfonso: Sério? – Perguntou surpreso – Legal! Romances?
Anahí: Isso.
Alfonso: Conheço algum? – Ela riu.
Anahí: Você não lê romances, Herrera! E ainda não publicaram nenhum. Vim para Nova Iorque justamente para tentar a sorte. – Ela mordeu os lábios. Tinha tanta facilidade em inventar histórias e personagens... A diferença é que eles não iam parar nos livros, mas no dia a dia dela. Hoje ela eraGiovanna, a escritora, amanhã poderia ser Amanda, a dentista, e por aí vai.
Alfonso: E tem dado sorte?
Anahí: Tenho. – Respondeu. E nitidamente não estava falando sobre livros. Recebendo um gostoso carinho no rosto, Anahí fechou os olhos, para então começarem um longo beijo.
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Let Me Go
FanfictionEra só para ser mais um trabalho. Ela o faria, o deixaria e seguiria a sua vida. Autossuficiente demais, fria demais, sádica demais, Anahí Portilla era incapaz de amar qualquer pessoa que não fosse ela mesma. Acontece que o destino adora pre...