Alfonso: Tão bonita e tão sozinha. – Ela ouviu a voz grave dizer. Sem se dar ao trabalho de virar para o sujeito, e ainda com os olhos fixos no horizonte, ela apenas o ignorou. – E tão triste... – Continuou. Ora, Anahí não estava triste. Ela estava apenas... O que ela estava, afinal? Talvez ainda fosse aquela sensação incômoda de minutos atrás – Algum problema?
Ela meneou a cabeça, soltando a fumaça lentamente pelos lábios entreabertos. E depois de emitir uma risada baixa, ela se pronunciou.
Anahí: Primeiro: bonita sim, sozinha não. Segundo: Não estou triste. E terceiro: Meu único problema é que tem um cara me perturbando enquanto eu tento terminar de fumar o meu cigarro na mais perfeita paz. – Disse calma, a voz rouca saindo como melodia de sua boca.
Alfonso: Auch! – Entortou os lábios num sorriso – É afiada. – Anahí respirou fundo, jogando o cigarro no chão e amassando-o com o sapato escuro. Em seguida, alisou os cabelos ondulados e virou-se para encarar o individuo e mandá-lo, da maneira mais educada que podia, ao inferno. Foi aí que aconteceu. Quando ela o olhou e tomou consciência de quem era, seu corpo inteiro tensionou. Ele a encarava com um sorriso discreto.
Anahí sentiu sua respiração acelerar, Alfonso estava a dois passos dela, e seus olhos pareciam tão mais verdes. Tão irresistível. Devia ser aquela maldita luz do estacionamento, pensou ela. Ou talvez não tivesse prestado atenção o suficiente nele dentro daquele bar. Alfonso era, de longe, o homem mais sexy que já havia conhecido. Tinha um ar de mistério, um sorriso um tanto enigmático, o corpo convidativo, e os olhos... Deus, ela não conseguia tirar os olhos dos dele. Jamais se sentira assim. E aquilo era ridículo.
Anahí: Meu Deus! – Exclamou ordenando seus sentidos – Você é o irmão da Maite. – Sorriu constrangida. Não que Anahí estivesse constrangida, esse era um dos muitos sentimentos que ela desconhecia, mas Giovanna estava, e era ela quem estava ali agora.
Alfonso: Sim. E você é? – Arqueou a sobrancelha, dando um passo na direção dela.
Anahí: Sou Giovanna, amiga dela. – Estendeu-lhe a mão, cumprimentando-o. Alfonso tomou a mão de Anahí, e a levou lentamente até a boca, depositando ali um leve beijo. – Me desculpe, não queria ter sido grossa.
Alfonso: E como eu poderia não desculpar uma mulher como você? – Questionou, ainda segurando sua mão.
Anahí: Maite esqueceu de mencionar que você era tão... – Buscou as palavras.
Alfonso: Bonito? – Brincou.
Anahí: Convencido, insistente, meio galinha...
Alfonso: Auch! Agora você feriu meus sentimentos.
Anahí: Feri o seu orgulho. – Corrigiu divertida, cruzando os braços – Ou seria o seu ego masculino? – Alfonso gargalhou. E Anahí viu que estava indo pelo caminho certo. Vejamos, Herrera estava acostumado a ter a mulher que quisesse num piscar de olhos, e claro que o fato de Anahí não ser assim tão fácil o intrigaria. Vale lembrar: ela precisava da confiança dele e não dele em sua cama. Se bem que tê-lo em sua cama não parecia uma ideia ruim.
Alfonso: Acho que você acaba de ferir os dois! – Encostou-se no carro estacionado logo atrás deles – E acho também que você deveria me pagar uma cerveja como forma de desculpas.
Anahí: Geralmente não é o cavalheiro quem paga a cerveja?
Alfonso: Creio que você já percebeu que de cavalheiro eu tenho muito pouco. – Respondeu ainda com aquele sorriso no rosto.
Anahí: Uau. Sincero.
Alfonso: Sempre.
Anahí: Então pela sua sinceridade te pago uma cerveja.
Alfonso: Sei que não é exatamente pela minha sinceridade. – Comentou zombeteiro – Amanhã?
Anahí: Pensei que fosse agora.
Alfonso: A cerveja é só uma desculpa para eu te ver outra vez. – Piscou, com um sorriso de canto.
Anahí: Realmente sincero... E galinha. – Ele riu, dando de ombros.
Alfonso: Aqui, às oito?
Anahí: Okay. – Respondeu depois de alguns segundos. Depois disso, ela se virou e voltou para dentro do bar.
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Let Me Go
FanfictionEra só para ser mais um trabalho. Ela o faria, o deixaria e seguiria a sua vida. Autossuficiente demais, fria demais, sádica demais, Anahí Portilla era incapaz de amar qualquer pessoa que não fosse ela mesma. Acontece que o destino adora pre...