Alfonso: Então...
Anahí: Então o que?
Alfonso: Você disse que é complicado, pois bem, eu farei um esforço para entender.
Sem o contato físico entre os dois e depois daquele telefonema, ela não contaria. Para que Alfonso seguisse a sua vida, era melhor que ele continuasse acreditando que toda a história com Anahí fora mentira, certo? Na cabeça dela era o certo.
Anahí: Não há nada para falar e nada para entender.
Alfonso: Eu tento te ajudar, Anahí, mas assim não dá.
Anahí: Você quer mesmo me ajudar? – Ele levantou a sobrancelha, esperando – Então me faça esquecer desse vazio que existe dentro de mim. Só isso.
"When it's black, take a little time to feel around
Quando está escuro, tome um pouco de tempo para notar o que está em volta
Before it's gone
Antes que se vá"Alfonso a encarou por longos minutos. No olhar dela ele via o quanto estava ferida e o quanto sofria. Aquele azul parecia tão desesperado por um alento, qualquer alento. E então, movido por algo que nem ele sabia explicar, ele tomou a mão dela entre as suas.
Alfonso: Eu queria poder consertar isso, Anahí. Me culpo todos os dias pelo que aconteceu.
Anahí: Para, Poncho. – Pediu, apertando a mão dele – Eu não quero que você se culpe. Você não tem culpa alguma.
Alfonso: Sim, eu tenho. E eu sinto muito. Muito mesmo. Eu deixei que a minha raiva falasse mais alto do que todos os meus princípios. Eu me esqueci do meu próprio caráter quando me omiti diante do que o Uckermann fazia.
Anahí: Você tinha motivos para estar com raiva. – Ainda que uma lágrima escorresse dos olhos dela, Anahí tentou confortá-lo.
Alfonso: Mas eu jamais poderia ter deixado a minha raiva tomar conta de mim dessa forma.
Anahí: Já passou.
Alfonso: Não passou. – Disse, enquanto sentava na cama, ainda com a mão dela entre as suas.
Anahí: A raiva ou a dor? – Perguntou, baixinho, quando uma das mãos dele deixou as suas para tocar o seu rosto, interrompendo o caminho da lágrima que caía tímida.
"And if there's love, just feel it
E se existe amor, apenas sinta-o
And if there's life, we'll see it
E se existe vida, veremos"
Então Alfonso se inclinou, os olhos fixos nos dela, cada vez mais perto.Alfonso: Ambos. – Sussurrou antes de fechar os olhos. E, sem nem entender o porquê, ele alcançou os lábios dela. Devagar, receoso.
Trêmula, Anahí sentiu seu coração acelerar, exatamente como a sua respiração. Era um beijo tão singelo e, ao mesmo tempo, capaz de completá-la de uma forma tão sublime que chegava a ser assustador.
"This is no time to be alone, alone, yeah
Essa não é a hora de ficar sozinha, sozinha, yeah
I won't let you go, oh, no
Eu não vou te deixar ir, oh, não"
A mão de Alfonso deslizava sutilmente pelo rosto dela e ambos os lábios se mantinham imóveis, apenas colados, trocando uma infinidade de sentimentos. Aquilo não era uma reconciliação, nem um atestado de perdão, era apenas uma trégua.
Se ela pudesse dizer o quanto precisava dele, o quanto o amava, com certeza o faria. E ele... Se fosse capaz de ler os pequenos gestos e a história que havia por trás daquela mulher, talvez pudesse entender e até lutar por ela e pelo amor que sentia. Por que, no fim e debaixo de tudo, era apenas isso que importava, o amor que sentiam.
"Say those words like there's nothing else
Diga essas palavras como se não houvesse mais nada
Close your eyes and you might believe
Feche seus olhos e você poderá acreditar
That there is some way out, yeah
Que há alguma maneira de escapar, yeah"
Com a mesma lentidão e sutileza, ele deixou os lábios dela. Afastando-se aospoucos, observando-a ainda de olhos fechados.
Quantas coisas já haviam passado. E de tantas, quantas foram reais? Bom, a dorque partilhavam agora era real.
E na dor ele percebera que embora pudesse odiá-la, ele não deixaria de amá-la.Jamais.
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Let Me Go
FanfictionEra só para ser mais um trabalho. Ela o faria, o deixaria e seguiria a sua vida. Autossuficiente demais, fria demais, sádica demais, Anahí Portilla era incapaz de amar qualquer pessoa que não fosse ela mesma. Acontece que o destino adora pre...