Anahí: Alfonso, nem sei como agradecer por você ter me chamado pra vir aqui. Eu adoro esses caras.
Alfonso: Poncho. – Corrigiu – E você pode me agradecer de inúmeras maneiras. – Insinuou.
Anahí: Tão sutil. – Irônica, ela franziu o cenho em meio ao riso.
Alfonso: Antes você dizia que era sinceridade... – Ela, que estava parada ao lado dele, o puxou pela mão, desviando das pessoas que já ocupavam aquela casa de shows.
Anahí: Quero ficar na grade.
Alfonso: Sério? Apertada no meio de toda aquela gente? – Ele meneou a cabeça em negação, mas ainda assim foi com ela.
Anahí: Alfonso, qual é a graça de ir a um show se você não estiver na muvuca? Eu quero me divertir hoje.
Alfonso: Poncho, caramba! E para se divertir você precisa estar na grade?
Anahí: Eu preciso estar com você, ouvindo a banda que eu gosto, na grade.
Anahí sempre fora apaixonada por música, talvez a única paixão que tivesse. Era uma fuga. O único ponto de sentimento em meio à imensidão de gelo que era a sua alma.
Chegando à grade, Alfonso ficou parado logo atrás dela. Observando o palco por cima dos ombros de Anahí, ele a mantinha entre seus braços. Aos poucos o lugar foi ficando mais cheio, e o show começou.
Músicas depois e eles continuavam ali, os corpos balançando juntos, conforme a música a tocava. Anahí cantava certas canções, pulava, ria à toa. Quem a visse jamais diria que era alguém tão infeliz, tão incapaz de amar.
Música da cena: Marianas Trench (feat. Kate Voegele) - Good To You (https://www.youtube.com/watch?v=4h_Gde6XB9E)
Anahí: Deus, eu amo essa! – Disse, virando o rosto para encará-lo.
Em meio ao jogo de luzes, ela viu que ele a olhava. Aquela garota era tão singular aos seus olhos. Um misto de sim e não, de sedução e inocência. Ela parecia a materialização da antítese. Algo que ele não conseguia decifrar e que de certa forma o encantava. Definitivamente, havia algo nela que o fascinava. Talvez porque, no fundo, os dois fossem exatamente iguais.
Anahí: O que? – Ela perguntou, presa naqueles olhos.
"Everyone's around, no words are coming out
Todos estão em volta , nenhuma palavra está vindo agoraAnd I can't find my breath
E eu não consigo encontrar minha respiração.
Can we just say the rest with no sound?
Podemos apenas dizer o resto sem nenhum som?"
Alfonso sorriu antes de tocar o rosto dela e, enlaçando sua cintura, ele a virou para si. Surpresa, ela sentiu seus corpos se chocarem. Ele não esperou, segurando-a pela nuca, ele tomou sua boca num beijo cheio de pressa. Rápido, violento, quente.
Enquanto seus lábios se misturavam naquele beijo desesperado, as mãos de Alfonso agarravam os cabelos castanhos, puxando-os levemente. Anahí sentia seu corpo cada vez mais quente, contrastando com a grade fria que tocava suas costas.
De repente a música parecia baixa, apenas um fundo musical que ritmava ambos os corações. Cada vez mais rápido, mais envolvente.
Alfonso: O que há em você? – Ele disse ao ouvido dela, e a proximidade permitiu que ela o ouvisse apesar de todo o barulho – O que há em você que me deixa dessa maneira? Que me faz querer cada vez mais.
Anahí suspirou, fechando os olhos. Sua cabeça parecia demorar a assimilar àquelas palavras. Ela, afinal, havia conseguido o que queria? O ganhara? Aquilo era perfeito.
Todo o plano ia maravilhosamente bem, mas por que foi só a boca dele encontrar a dela que todos os seus pensamentos se esvaíram? Porque ela parecia perder o controle de suas ações quando estava nos braços dele?
"And I know this isn't enough
E eu sei, isso não é suficiente,
I still don't measure up
Eu ainda não cheguei à altura
And I'm not prepared
Eu não estou preparado"
O corpo de Alfonso a pressionava contra a grade,suas bocas já estavam vermelhas, a respiração ofegante. Mas o magnetismo que havia entre os dois não permitia que nenhum deles se afastasse.
Anahí: Vamos sair daqui. – Disse, quando por um segundo seus lábios se separaram.
Alfonso: Pensei que você quisesse ver o show. – Ele respondeu rouco, mordiscando o pescoço dela.
Anahí: Já ouvi música demais por hoje. – Dito isso, Alfonso a pegou pela mão,conduzindo-a até a saída.
Alfonso: Quer ir pra onde? – Perguntou já no estacionamento.
Anahí: Pra onde você quer me levar? – Alfonso sorriu, olhando-a. Lentamente levou as mãos ao rosto dela, contornando sua boca com o polegar.
Alfonso: Para a minha casa. – Ele não pensou em qualquer outro lugar. Talvez porque ela já estivera lá, talvez porque estivesse, de fato, se deixando envolver.
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Let Me Go
FanfictionEra só para ser mais um trabalho. Ela o faria, o deixaria e seguiria a sua vida. Autossuficiente demais, fria demais, sádica demais, Anahí Portilla era incapaz de amar qualquer pessoa que não fosse ela mesma. Acontece que o destino adora pre...