Capítulo 25

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Dulce: Quem era? – Alfonso a encarou, sério.

Alfonso: Não é da sua conta, Dulce.

Dulce: Poncho, quando é que você vai parar de me tratar assim e vai ouvir o que eu tenho pra dizer? – Ela levantou-se do sofá, aproximando-se dele – Eu tenho tanta coisa para te falar. – Alcançou o rosto dele.

Alfonso: E eu já disse que não estou disposto a ouvir. – Segurou a mão dela com força, atirando-a longe. – Vá embora, Dulce.

Dulce: Eu não vou antes que você me ouça! – Disse decidida.

Alfonso: Mas que merda! O que te faz pensar que tem o direito de voltar, depois de anos, e exigir que eu te escute? – Alfonso afundou os dedos nos próprios cabelos, puxando-os. Queria pular no pescoço da ruiva, queria tirá-la dali a força.

Dulce: Por favor. – Ela se aproximou outra vez.

Alfonso: Você não vai desistir, não é? – Perguntou entre arfadas.

Dulce: Não.

Alfonso: Então fale. – Ele se jogou no sofá – E comece explicando por que está aqui.

Dulce: Não, eu vou começar explicando porque eu fui embora. – Ele sorriu sarcástico, mas não disse nada – Poncho, eu sempre amei você. – O sorriso se transformou em uma longa gargalhada. Amarga – Não ria, é sério. – Dulce se sentou ao lado dele. Tocando a sua mão. Alfonso não se mexeu, tampouco a olhou – Quando nos casamos eu era uma garota idiota, uma adolescente. Você não. Você já era um homem, mas eu... Eu ainda era inconsequente, com 20 anos eu ainda não havia amadurecido o suficiente para entender uma relação como a nossa. Eu não sabia lidar com o amor, entende? Então quando a paixão foi embora e eu fui percebendo que amava você, eu não consegui entender aquilo. Eu tinha medo.

Alfonso: Sem drama, Dulce. – Cortou-a.

Dulce: Você me amava tanto... – Continuou, ignorando o que ele dissera – Tanto que eu me sentia sufocada. Que eu não sabia como retribuir.

Alfonso: Então a melhor maneira que encontrou foi ir embora? – Ele a encarou, os olhos marejados, cintilando de raiva. Dulce ainda mexia com ele, era inegável. Durante tanto tempo ele quis que ela voltasse, quis ouvir o que tinha a dizer, e agora ela estava ali, do lado dele. Era tão difícil explicar o que sentia. Era raiva, mas talvez, no fundo, ainda fosse amor. O mesmo amor cego e ilógico de anos atrás.

Dulce: Poncho, eu fui embora porque não merecia você. – Disse baixo, contornando o rosto dele com as mãos.

Alfonso: E o que faz você pensar que merece agora? – Ela ficou quieta – Tarde demais, Dulce. – Ele se levantou, ficando de costas para ela.

Dulce: Poncho, eu mudei. Me deixe provar. Eu jamais faria o que eu fiz outra vez. Eu... – Tocou-lhe os ombros – Eu amo você.

Infelizmente, ele ainda era fraco demais para resistir àquelas palavras. Explodindo em toda a sua raiva, ele se virou para ela, empurrando-a contra a parede e devorando os seus lábios.

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