Capítulo 152

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Anahí ficou quase seis meses detida em Nova Iorque até que ocorresse o seu julgamento. Durante esse tempo se recusou a receber qualquer tipo de visita. Visitas que se resumiam a tentativas frustradas de Christian e Maite de vê-la. Sua única comunicação externa era com o advogado que Christian lhe arrumara. Advogado esse que ela não fazia grande questão, mas que também não recusaria.

Sentada em sua cela, Any revivia as imagens do seu último dia de liberdade. Lembrava-se de todos os detalhes com clareza. Desde o rosto sereno e sem vida de Paul, até as palavras de despedida de Poncho. Recordava-se com exatidão daquelas palavras, e da dor que sentira quando o viu partir. A dor daquele dia ainda era pauta constante em seus dias.

Policial: Está na hora, Portilla. – Ela assentiu e caminhou até a grade. Esticando as mãos entre as frestas, Anahí foi algemada.

Anahí: Como está o dia hoje?

Policial: Nublado. – Ela riu.

Anahí: Propício.

Policial: Não tente nenhuma gracinha, Portilla.

Anahí: Só estou conversando sobre o clima. Nublado, como os meus dias. É engraçado.

Policial: Não vejo graça.

Anahí: Já eu sempre achei graça nessas questões da vida.

Ele girou os olhos e, em silêncio, terminou de conduzi-la até a viatura.

No tribunal, Any juntou-se ao advogado e ouviu pacientemente cada palavra dita dentro daquela sala. Falou quando foi solicitada, calou também.

Foi julgada e condenada. A pena reduzida devido à delação premiada. 5 anos em regime fechado.

Anahí: Obrigada. – Agradeceu a Daniel, o advogado.

Daniel: Teríamos conseguido mais benefícios se você não tivesse feito questão de complicar tanto o seu lado.

Anahí: Só fui sincera. E não estou triste. Foi merecido, Daniel.

Christian: Any! – Ele tentou se aproximar, o rosto tenso. Um dos policiais impediu o contato. – Eu sinto muito, Any. Isso é uma merda! É tão injusto.

Anahí: Christian... – Ela ensaiou um sorriso.

Christian: Escuta, não recuse as minhas visitas. Por favor.

– Nem as minhas.

Anahí esticou os olhos, de trás de Christian saía Maite. O rosto tão tenso quanto o dele.

Anahí: Escutem vocês dois, tenho meus motivos para não querer vê-los.

Maite: Por favor, Any, não me afaste. Eu tentei tanto falar com você durante esses meses! Me deixe estar do seu lado nesse momento.

Anahí: Mai, isso não vai acontecer.

Maite: É por causa do Poncho?

Anahí: Não, não é por causa dele.

– Olha só, não é hora de vocês resolverem as pendências de vocês. Vamos. – Disse uma policial, severa, segurando o braço de Anahí e levando-a consigo.

Anahí: Um momento. – Pediu – Só um segundo. – Virando-se outra vez para os dois, continuou – Eu preciso que vocês sigam a vida de vocês para que eu consiga seguir a minha.

Christian: Você está na minha vida, Anahí! Não há como eu segui-la sem você nela.

Anahí: Você ouviu o que o juiz falou, Christian? Eu vou passar 5 anos na cadeia! E não quero que vocês tenham que me visitar naquele lugar! Quando eu sair, nos veremos, vida nova. Mas, por favor, sigam a vida de vocês e esqueçam que eu existo durante o tempo que eu estiver presa. Por favor.

E não houve tempo para mais nenhuma palavra. Anahí foi levada pela policial.

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