Capítulo 135

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Era óbvio que a ordem de Alfonso não surtiria efeito nela, não naquela circunstância. Assim que ele bateu a porta do quarto, Anahí se apressou e correu atrás dele, alcançando-o no final do corredor.

Alfonso: Eu mandei você ficar no quarto! – Vociferou assim que o corpo pequeno de Anahí atravessou seu caminho.

Anahí: Eu não vou ficar trancada no quarto enquanto você faz sei lá o que para limpar a merda que eu fiz! – Retrucou no mesmo tom – Deixe que eu resolva isso, Poncho!

Alfonso encheu os pulmões de ar. Sua boca estava retorcida e as veias de seu pescoço saltadas. Então, subitamente, agarrou Anahí pelos braços e bradou sacudindo-a:

Alfonso: Volte já para aquela merda de quarto!

A fúria incontida na voz de Alfonso fez Andrew subir as escadas com pressa. Megan veio em seguida.

Anahí: Você não pode me dizer o que fazer. – Replicou, endurecendo o corpo e erguendo o queixo. O orgulho falando mais alto por um instante. – Será que não percebe que eu posso ajudar? – Emendou, já não tão áspera.

Alfonso: Ajudar? – Gargalhou sem vontade – Você já ajudaria muito se não tentasse me boicotar o tempo inteiro. 

Alfonso afrouxou as mãos ao redor dos braços de Anahí, mas manteve o contato. Ambos perto demais.

Anahí: Eu não queria prejudicar você. Me desculpa.

Ele ficou quieto, olhando para seus dedos em contato com a pele dela. Depois franziu o cenho e, sem fitá-la, disse:

Alfonso: Você só me trouxe problemas, Anahí. Eu não precisava estar passando por isso. – Talvez ele não tivesse raciocinado ao proferir aquelas palavras. Talvez a mágoa fosse tanta que, por segundos, ele pensara em abrir mão daquela mulher que ele já não sabia se conhecia.

Anahí: Eu não pedi para que me trouxesse aqui. – Resmungou baixinho, mais para si mesma do que para ele. Mas ele ouviu, e suas mãos a soltaram com aspereza. 

Alfonso: Então por que você não some daqui? Vai, Anahí! – Gritou, apontando as escadas – Desaparece de uma vez com aquele merda!

Momentaneamente sem reação, Anahí sentiu o corpo rígido de Alfonso esbarrar nela, e o observou descer as escadas. Megan tentou ir atrás, mas, da porta, ele a impediu.

Alfonso: Me deixe sozinho. – A ordem clara em sua voz a fez recuar. A morena parou ao lado da porta, virando o rosto para Anahí. Olhou-a por longos segundos, mas embora Any retribuísse o olhar gelado da outra, seus pensamentos vagavam.

Céus, o que ela tinha feito? A pergunta que ricocheteava em sua cabeça escapou por sua boca num lamurio baixo, enquanto suas mãos cobriam o próprio rosto em sinal de desespero.

Andrew: Any...

Anahí: O que foi que eu fiz? – Repetiu – Eu não queria ter dito aquilo...

Andrew: Vocês estavam nervosos...

Anahí: Eu não queria... – Meneou a cabeça, remoendo as próprias palavras.

Andrew: Escuta, vocês dois estavam de cabeça quente. Tenho certeza de que o Poncho também não queria ter dito as coisas que disse. 

Anahí: Mas ele tem razão.

Andrew: Anahí...

Anahí: É sério, Andrew. Ele tem razão.

Andrew: Ele escolheu passar por isso porque te ama.

Anahí: Eu vou para o quarto. 

Andrew: Anahí, me escuta. – Pediu, tocando seu ombro – Ir embora agora não vai tornar as coisas mais fáceis. – Disse. De certo modo, ele conseguira ler exatamente o que estava passando pela cabeça de Anahí. Ela pretendia deixá-lo. – Aliás, ir embora agora seria o mesmo que jogar fora tudo o que ele fez por você.

Depois de um longo suspiro, ela levantou os olhos, antes voltados para o chão.

Andrew: Espero que não esteja cogitando isso.

Anahí: Estava. – Confessou – Mas já não estou. Não vou fugir outra vez. 

Restava saber se ela falava a verdade ou não.

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