Capítulo 36

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Anahí demorou a abrir os olhos e perceber que o barulho irritante que ouvia não fazia parte de um sonho. Ela olhou para a porta, depois de soltar um pesado suspiro. Poncho ainda dormia, com os braços em volta dela.
Com cuidado, ela se levantou, encarando o relógio. Passava da meia noite.

Anahí: Já vai! – Ela disse um pouco mais alto do que um sussurro. – Caramba! – Exclamou assim que abriu a porta.

Paul: Anahí, eu fiquei esperando você me ligar até agora, o que foi que aconteceu? – Paul estava irritado. E com toda a razão, desde as oito estava plantado na esquina do prédio de Anahí.

Anahí: Paul... Espera, vamos conversar lá fora. – Ela saiu do apartamento, fechando a porta atrás de si – Eu esquec...

Paul: Estou vendo. – Interrompeu. – Anahí, o que você pensa que está fazendo?

Anahí: Paul, eu posso explicar. – Paul a olhava, atônito. A camisa de Alfonso delatava que ela estivera com ele. Anahí só podia estar louca – Quer dizer, não, eu não posso explicar. – Ela meneou as mãos, abaixando os olhos.

Paul: Any, o que deu errado? O trato não era você dizer que está com outro cara? Que não queria mais vê-lo e para tornar tudo mais real eu viria pra cá e nós faríamos o nosso teatrinho de "casal apaixonado"?

Anahí: Sim. – Suspirou – E fingiríamos que estamos morando juntos e tudo isso.

Paul: E então?

Anahí: E então que amanhã, assim que ele acordar, eu faço isso.

Paul: Por que fez isso, Any? Por que esperar até amanhã? – Anahí respirou fundo.

Anahí: Eu preciso mesmo responder, Paul? – Cruzou os braços, nitidamente triste, encostando-se à parede.

Paul: Anahí, você tem noção do que...

Anahí: Sim. – Interrompeu – Eu tenho noção do quanto isso é ridículo, absurdo e impossível. E eu não estou me queixando, okay? Vou acabar com isso amanhã de manhã. Não se preocupe. – Paul esperou alguns segundos para dizer algo. Via o quanto ela sentia por ter que fazer aquilo.

Paul: Eu sinto muito.

Anahí: Sente muito o que? – Perguntou, a cara fechada.

Paul: Sinto muito que na primeira vez em que você esteja sentindo algo de verdade, tenha que renunciar.

Anahí: Eu vou sobreviver.

Paul: Não se faça de forte o tempo todo.

Anahí: Esteja aqui às nove. Me chame de amor, finja que é meu namorado. Exatamente como tínhamos combinado. – Ela abriu a porta, virando às costas para ele.

Paul: Any...

Anahí: Até amanhã. – Cortou-o, fechando a porta.


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