A música estava alta, uma banda de rock local embalava as pessoas ao som dos Beatles.
O bar era relativamente pequeno, balcões nas duas laterais, algumas banquetas e um modesto palco no fundo do ambiente. Várias mulheres se aglomeravam perto dos cantores, na certa querendo qualquer tipo de relacionamento com alguém que soubesse segurar um microfone ou uma guitarra. Alguns casais se agarravam pelos cantos mais escuros do lugar, já grande parte dos homens estava sentada. Todos com seus copos de cerveja nas mãos, escorados nos balcões de madeira, os olhos de caçadores procurando a fêmea que abordariam no final da noite.Como uma perfeita presa, misturando sensualidade e delicadeza, Anahí deslizou entre as pessoas, ocupando uma cadeira vazia. E como uma perfeita caçadora, ela viu Alfonso. Sentado próximo ao balcão do outro lado do bar. Um copo de uísque nas mãos e os olhos pregados numa loira que dançava a alguns passos dele.
Anahí cerrou os dentes, o ciúme correndo lentamente por suas veias. Quem dera pudesse arrancar cada fio de cabelo daquela mulher.
Tirando a jaqueta de couro e jogando-a em seus ombros, ela se levantou, deixando no vácuo dois ou três homens que estavam prestes a falar com ela.
Anahí: Uma cerveja. – Pediu, recostando-se praticamente ao lado dele.
Alfonso não ouviu, de costas para ela, hipnotizado pela loira. Era ruim ver nos olhos dele aquele desejo, tão conhecido, destinado a outra mulher. Uma outra mulher muito da oferecida, diga-se de passagem.
Remexendo os quadris, a descarada se aproximava cada vez mais de Poncho, retribuindo seus olhares, cheios de segundas intenções. E então, quando ela o chamou, maliciosa, com o dedo indicador, toda a calma e delicadeza com que Anahí sabia que deveria agir foram parar no espaço.
Dando alguns passos, ela esbarrou na sirigaita, a cerveja, antes no seu copo, se esparramou pelo vestido branco que usava.Alfonso: Mas que merda é essa? – A voz dura e um tanto surpresa saiu alta assim que ele pôs os olhos em Anahí.
Anahí: Nós precisamos conversar.
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Let Me Go
FanfictionEra só para ser mais um trabalho. Ela o faria, o deixaria e seguiria a sua vida. Autossuficiente demais, fria demais, sádica demais, Anahí Portilla era incapaz de amar qualquer pessoa que não fosse ela mesma. Acontece que o destino adora pre...