Alfonso: Quem mandou você aqui? – Perguntava. As veias de seu braço estavam saltadas, ele rugia, irritado, enlaçando o pescoço do infeliz que tentara invadir o seu escritório.
Alfonso o vira vasculhando suas gavetas. Por sorte, estava de plantão e chegara à sua sala a tempo de impedir que pegasse qualquer coisa. O pobre saíra correndo, partindo em disparada para fora da delegacia, mas Herrera era rápido, era claro que o alcançaria.
– Ninguém! – Ele respondeu. Tremendo diante daqueles olhos verdes que pareciam perfurar-lhe, tamanha raiva.
Alfonso: Fale por bem, ou fale por mal. – O moreno bufou, antes de apertar ainda mais o pescoço do rapaz. O sujeito balançou a cabeça em negação e a paciência de Alfonso, que nunca fora uma de suas virtudes, foi mandada ao inferno. Com um risinho sádico, ele cravou os punhos no estômago do infeliz. O jovem cambaleou, tentando puxar uma golfada de ar. – Eu já disse: por bem, ou por mal. – Ameaçou, ainda com o resquício de um sorriso.
– Não me mate – O outro pediu num silvo.
Alfonso: Então não me dê motivos para isso. – Sugeriu – Quem te mandou aqui? – Repetiu calmamente.
Alfonso o viu abrir a boca, sim, ele iria falar. Mas então um barulho agudo rompeu o silêncio da noite, e uma bala acertou em cheio o peito daquele desconhecido. A intenção era clara, mataram-no para que não revelasse nada. Mas, meus caros, estamos falando de Alfonso Herrera, o melhor investigador dessa cidade, e ele iria descobrir.
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Rodrigo: Feito. – Disse, entrando na sala.
Pedro: Garoto imbecil. Devia ter mandado alguém mais experiente.
Anahí: Eu avisei. – Comentou distraída. Realmente ela o havia avisado. Aquele pobre rapaz, que agora estava morto, nunca se mostrara inteligente o suficiente.
Pedro: Eu sei, filha. – Concordou, contrariado. Fora Pedro quem acolhera e cuidara de Anahí depois da morte de seus pais. – E é por isso que vou precisar de você.
Anahí: Por que não manda Rodrigo? Ele pega essa maldita pasta com as provas que você tanto quer e pronto.
Rodrigo: A questão é que Herrera não vai mais guardá-la na delegacia. A levará para outro lugar.
Anahí: Para a casa dele. – Concluiu óbvia.
Pedro: É justamente por isso que eu preciso de você. Você consegue pegá-la com facilidade, meu bem. – Anahí arqueou a sobrancelha, sorrindo de leve. Sabia que era verdade. Nenhum dos capangas de seu pai era tão persuasivo quanto ela. Anahí era boa, muito boa, e tinha plena consciência disso. Ela poderia pegar aquela pasta, e não usaria força alguma. Muito menos teria de se esconder. Ela entraria naquela casa a convite do próprio Alfonso, e arrancaria dele as informações que bem quisesse. – Não quero falhar outra vez, Anahí. E por isso preciso de você. – Repetiu. Pedro não precisaria dizer outra vez, ela aceitaria. E os motivos eram vários.
Pedro era também seu chefe. Anahí trabalhava para ele, era uma espécie de 'capanga de luxo'. Era a ela a quem ele recorria quando seus homens não davam conta do serviço. Tão bonita e tão fatal. Ela era, afinal, um trunfo nas mãos do pai.
Depois, ela sabia que esse tal Herrera vinha investigando Pedro. E se ele levasse as provas que estava juntando adiante, eles não só seriam presos, como todo o império que construíram ruiria. Pedro era dono de uma grande rede de Hotéis e Boates. Aquilo já dava dinheiro o suficiente, mas o que acontecia por trás daquela cortina de legalidade era muito maior: Um intenso comércio de drogas e armas pesadas.
Mas o principal motivo do seu sim, era que ela gostava daquilo. Anahí gostava de brincar com sentimentos, de manipular. Era como um jogo extremamente divertido aos seus olhos.
Anahí: Pois bem. – Assentiu, virando-se para Christian – Quero saber tudo sobre esse cara. Quero uma lista dos lugares que ele frequenta. Quero saber o que come, do que gosta, o que odeia, sobre o que fala... Quero conhecer suas fraquezas, o que o faz feliz e o que o machuca. – Christian assentiu – Pra ontem. – Concluiu, e ele saiu apressado da sala.
Uma vez conhecendo Alfonso, Anahí entraria na vida dele transformando-se naquilo que ele mais preza, e seria fácil obter daquele homem tudo o que ela quisesse. Bem, ela pensou que seria. Mas Alfonso não era um homem qualquer. A vida o ensinara a ser diferente, e se ela achava que ele seria um mero boneco em suas mãos, ela estava muitíssimo enganada.
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Let Me Go
FanficEra só para ser mais um trabalho. Ela o faria, o deixaria e seguiria a sua vida. Autossuficiente demais, fria demais, sádica demais, Anahí Portilla era incapaz de amar qualquer pessoa que não fosse ela mesma. Acontece que o destino adora pre...