Ela respirou fundo antes de tocar a campainha do apartamento de Herrera. Ele atendeu imediatamente, certamente estava perto da porta. Quando o viu, ela entendeu o porquê. Alfonso estava de saída. Jeans escuro, uma camisa branca meia manga, os cabelos ainda molhados, a barba perfeitamente aparada e o melhor perfume que já sentira. Ele a olhava um tanto perplexo, uma sobrancelha levemente arqueada.
Anahí: Oi... – Giovanna sorriu sem jeito.
Alfonso: Oi. – Respondeu simples, o maxilar rígido.
Anahí: Maite me disse que você morava aqui... – Comentou com os olhos baixos.
Alfonso: Ah é? – Soltou um risinho um tanto sarcástico – E o que você está fazendo aqui? – Alfonso cruzou os braços, parado à porta.
Anahí: Alfonso, eu vim porque quero conversar com você.
Alfonso: Sobre o que? – Ele estava impassível.
Anahí: Você sabe... Aquele dia, bem, eu não pude ir ao Beer.
Alfonso: Ah aquilo? – Deu de ombros, soltando outro risinho – Tudo bem. Nem me lembrava mais. – Disse com total indiferença. Anahí abriu a boca, sem emitir qualquer som, e voltou a fechá-la. Ela esperava que ele lhe tratasse com raiva, não com aquela indiferença. Okay, ela teria que se esforçar um pouco mais. Apenas um olhar cabisbaixo não era suficiente para derrubar aquela barreira que ele impusera. – Olha, eu estava de saída... Sabe como é, sexta-feira, dia de sair da toca. – Dispensou.
Anahí: Tudo bem. – Abaixou os olhos, respirando fundo. Anahí não estava acostumada a ser tratada daquela maneira. Mas ela não deixaria aquela noite passar em vão. Ela saíra disposta a conseguir algo, e ela conseguiria.
Alfonso: Então... – Descruzou os braços, apontando o elevador para ela.
Anahí: Tá... Eu devia imaginar que você não ia querer me ouvir. Mas quer saber? Dane-se, eu vou falar. – Ela viu a expressão dele mudar. Surpreso, talvez? – Dane-se se você se lembrava ou não, eu vim aqui para te explicar, porque eu sei que não foi legal o que aconteceu e se fosse comigo eu iria querer saber o porquê.
Alfonso: Giovanna... – Tentou, mas ela continuou a falar.
Anahí: Meu avô foi internado, Alfonso, eu tive que viajar as pressas para vê-lo. Não tive como avisar você. Tentei falar com a Maite, mas não consegui. – Ela, que olhava para as mãos gesticulando freneticamente, o encarou. Com um pouco de esforço, algumas lágrimas começaram a se formar nos olhos de Anahí – Você não faz ideia de como foi essa semana pra mim. – Alfonso a olhava, um pouco penalizado, um pouco culpado por tê-la tratado com tamanha frieza – Me desculpe por não ter ido – Disse, mexendo em sua bolsa e tirando de lá uma lata de cerveja – Aqui... – Estendeu a cerveja para ele, abrindo um fraco sorriso – Sua cerveja. Eu disse que iria pagar, não? – Alfonso puxou uma golfada de ar, passando as mãos nos cabelos para depois menear a cabeça.
Alfonso: Vem cá. Entra. – Disse apenas. E segurando a mão dela, a conduziu para dentro de seu apartamento.
Pronto. Anahí estava dentro do apartamento de Herrera. O lugar para onde ele não levava mulher alguma.
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Let Me Go
FanfictionEra só para ser mais um trabalho. Ela o faria, o deixaria e seguiria a sua vida. Autossuficiente demais, fria demais, sádica demais, Anahí Portilla era incapaz de amar qualquer pessoa que não fosse ela mesma. Acontece que o destino adora pre...