Anahí não sabia dizer exatamente quando acabara dormindo, mas havia acordado sozinha naquela varanda. A brisa gelada castigando as maçãs do seu rosto, enquanto ela percebia que Alfonso não estava ali. Suspirou. O dia frio e ensolarado pareceu vazio quando ela não sentiu o calor do corpo dele ao seu lado.
Depois de entrar na casa e encontrá-la em completo silêncio, Any subiu as escadas. Ele não estava em lugar algum.
Andrew: Ele foi embora.
Ao virar-se, avistou Andrew parado à porta do quarto, os cabelos bagunçados e os olhos cansados.
Anahí: Embora pra casa?
Andrew: Sim, voltou para Manhattan. Megan foi com ele.
Anahí: Hm... E ele estava... Bem? – Perguntou.
Andrew: Quieto. – Respondeu – Onde você estava?
Anahí: Lá fora. – Meneou a cabeça – Eu não acredito que ele fez isso. – Murmurou para si própria para depois aumentar o tom de sua voz – Eu preciso falar com o Poncho, Andrew. Tenho que ir para Nova Iorque também.
Andrew: Você não vai a lugar algum, Any. Vai ficar aqui e esperar ele voltar. – Receoso, ele cruzou os braços.
Anahí: Você não vai me fazer fugir, vai? – Contestou, e o vinco na testa de Andrew aumentou consideravelmente.
Andrew: Nem pense em fazer isso.
Anahí: Andrew, você não está entendendo! O Rodrigo sabe que o Poncho me ajudou e tem provas contra ele. Deus sabe onde é que ele está agora e o que pretende. Você entende a gravidade disso?
Andrew: Anahí, eu acho que...
Anahí: Você não entende! – Interrompeu enfática – O Poncho não devia ter voltado para Nova Iorque! Tenho certeza de que ele nem sabe como vai lidar com isso. Ele não conhece o Rodrigo, Andrew! Mas eu conheço. E sei que ele não vai ficar quieto. Ou ele vai nos entregar para a polícia e ambos seremos caçados e presos ou, pior, ele vai nos entregar para o Pedro. E conhecendo o Rodrigo, ele vai apostar na segunda opção, porque ver o Poncho preso não vai ser o bastante pra ele. Ele quer vingança, o Pedro quer vingança... – Ela parou por um momento, os lábios cerrados e uma sobrancelha erguida. Então seus olhos perderam o foco e ainda que o fitasse, Andrew sabia que Anahí já não o via. – Preciso seguir com o plano. Preciso pegar o Rodrigo antes que ele faça algo.
Andrew: "Pegar o Rodrigo"? – Perguntou, esperando que a frase não significasse o que ele estava imaginando.
Anahí: Eu não posso deixar que ele termine o que começou. – Continuou – É isso. Preciso seguir com o plano. – Repetiu.
Andrew: Anahí? – Deu um passo à frente, alcançando os ombros dela.
Anahí: Vou colocar um ponto final nisso. – Disse convicta, para depois apertar levemente o ombro de Andrew – Não quero que se envolva.
Andrew: Pode esquecer qualquer plano diabólico que esteja passando pela sua cabeça. Você não vai a lugar algum, Anahí.
Anahí: Você entende que o Poncho está correndo um sério risco de vida se eu não agir agora, não entende?
Com os lábios cerrados e os olhos espremidos, Andrew assimilava o que ela dizia. E por maiores que tenham sido as instruções de Poncho para mantê-la ali, por um segundo, a ideia de Anahí pareceu sensata. Mas, ora, ele entendeu bem o que ela quisera dizer com "colocar um ponto final naquilo". Anahí falava em matar alguém. E ele não sabia se conseguiria ser conivente com aquilo.
Andrew: Tá certo. Mas tenho algumas condições.
Anahí: Condições? Andrew, você só tem que ficar aqui e me deixar resolver as coisas.
Andrew: De jeito nenhum. – Retrucou – Seja lá o que você pretende, eu não posso te perder de vista.
Anahí: Já te passou pela cabeça que talvez o melhor fosse que vocês me perdessem de vista? – Ele riu sem vontade.
Andrew: Já te passou pela cabeça o tanto de coisa que o Poncho passou para te manter a salvo? – Questionou – Faz ideia de como ele ficaria se você ignorasse isso e simplesmente jogasse tudo para o alto?
Anahí silenciou, e apenas depois de alguns segundos voltou a falar.
Anahí: Tudo bem. Você vai comigo.
Andrew: Certo. Saímos em alguns minutos. Pegue o que precisa.
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Let Me Go
FanfictionEra só para ser mais um trabalho. Ela o faria, o deixaria e seguiria a sua vida. Autossuficiente demais, fria demais, sádica demais, Anahí Portilla era incapaz de amar qualquer pessoa que não fosse ela mesma. Acontece que o destino adora pre...