Matthew: Como está a minha paciente? – Matthew entrou no quarto.
Anahí: Melhor. Quando vou poder tirar isso? – Perguntou, mostrando o gesso que envolvia seu punho.
Matthew: Mais duas semanas e estará livre do gesso.
Anahí: E quando tenho alta?
Matthew: Poderia te dar alta hoje mesmo, mas vou esperar até o final da semana. Mas escuta, Anahí... – Ele diminuiu o tom de voz, certo de que o policial do outro lado da porta poderia ouvi-lo – Alfonso me contou o que aconteceu com você na delegacia. Você nunca pensou em denunciá-los?
Anahí: Não. Eu tenho noção de que isso não adiantaria. Não são alguns policiais, doutor, é todo um sistema. Ninguém se importa.
Matthew: A população se importa. – Contrapôs – Torne isso público, coloque esse caso na mídia, caia na boca do povo. Isso poderia te proteger e acabar com esse sistema.
Anahí: Não é exatamente a mim que eu quero proteger. Não me importo com o que façam comigo, desde que... – Ela parou, puxando uma golfada de ar.
Matthew: Desde que?
Anahí: Nada.
Matthew: Existe muita coisa por trás de tudo isso que eu não sei, não é?
Anahí: Existe apenas uma garota que fez burradas demais e vai passar toda uma vida tentando consertá-las.
Matthew: Posso te dar um conselho? – Anahí entortou os lábios.
Anahí: Diga.
Matthew: Ninguém merece carregar um fardo sozinho. Nossos problemas poderiam ser infinitamente menores se soubéssemos dividi-los.
Anahí: E se não há como dividi-los? – Questionou.
Matthew: Sempre há como dividi-los. Se os outros não podem fazer nada concreto por você, podem ao menos ouvi-la e isso já diminui o fardo. Bom, – Ele sorriu – seja lá quais forem essas burradas que você diz ter feito, lembre-se de que não precisa aguentar tudo sozinha, está certo?
Anahí: Certo. – Concordou para encerrar o assunto. Era uma pena que Anahí não conseguisse enxergar que Matthew tinha razão. O mundo em que ela vivera não permitia que ela visse toda essa simplicidade.
Matthew: Vou ver outro paciente agora. A enfermeira deve estar chegando com o seu almoço.
Depois que Matt saíra do quarto, não demorou 5 minutos e um enfermeiro entrou com uma bandeja em mãos.
– Boa tarde, Anahí. – Disse, largando o que segurava sobre uma mesinha e fechando a porta.
Anahí: Onde está a Paula? – Perguntou. Paula era a enfermeira que vinha todos os dias verificar como Anahí estava e trazer as suas refeições.
– De folga. – E quando o tal enfermeiro se aproximou da cama, os olhos dela saltaram.
Anahí: O que você está fazendo aqui?
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Let Me Go
FanfictionEra só para ser mais um trabalho. Ela o faria, o deixaria e seguiria a sua vida. Autossuficiente demais, fria demais, sádica demais, Anahí Portilla era incapaz de amar qualquer pessoa que não fosse ela mesma. Acontece que o destino adora pre...