Capítulo 132

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O silêncio que veio a seguir foi doloroso e esmagador. Os ofegos de ambos se misturavam enquanto o ar se tornava pesado com o misto do medo e adrenalina.

Anahí: Rodrigo, larga isso. – Disse baixo, colocando-se exatamente entre ele e Herrera. – Não vai fazer uma loucura. – Ergueu as mãos, o corpo tenso e a voz trêmula.

Inclinando levemente a cabeça para o lado e abrindo um sorrisinho sarcástico, Rodrigo estalou a língua. 

Rodrigo: E agora, Anahí? – Perguntou com a voz arrastada – Poderíamos nos livrar do detetive agora. – Gracejou – No entanto, você está exatamente entre ele e a arma. Então me diga, como eu poderia acreditar em você?

Anahí: Rodrigo, eu não me referia a matá-lo. 

Rodrigo: Então a que você se referia, Anahí? 

Anahí: Eu... – Anahí comprimiu os olhos e respirou fundo antes de continuar. Agradeceu mentalmente por não estar de frente para Alfonso naquele momento. Ela não aguentaria encará-lo no momento em que pronunciasse aquelas palavras – Rodrigo, vamos apenas sumir daqui. Eu e você. – Rodrigo gargalhou, chacoalhando a arma.

Rodrigo: Ai, Anahí, como você é lastimável! Você jura que eu vou cair nesse seu joguinho? "Vamos sumir"... E deixar o detetive vivo para nos caçar? Ah, minha cara, se eu não pudesse farejar o seu desespero, eu diria que você se tornou uma completa idiota. Seu medo te cega, Anahí.

Anahí: Não coloque tudo a perder. – Mantendo o tom de voz o mais calmo que conseguia, ela deu um passo na direção de Rodrigo. E então sentiu duas mãos agarrando sua cintura com força e a arremessando para o lado. O choque de sua cabeça com o tronco de uma árvore escureceu-lhe a visão e ela mal podia distinguir o que estava acontecendo ali. 

– Tire ela daqui! – Anahí ouviu a voz que parecia distante e abafada gritar. 

Antes de sentir uma pequena mão em seu braço, Anahí vislumbrou os dois homens embolados no chão. Ela não conseguia ver seus rostos, tampouco distinguia quem estava apanhando ou batendo. Mas a agonia que sentia por saber que entre Rodrigo e Alfonso havia uma arma era palpável e crescia a cada novo movimento daqueles corpos confusos e ensanguentados. 

– Vem! Anda! -– Sendo obrigada a ficar de pé, ela tentou correr para os dois, mas suas pernas pareciam não obedecer.

A pessoa ao seu lado resmungou, colocando o braço de Anahí ao redor dos ombros para dar-lhe apoio. O corpo tão esguio quanto o dela parecia não sustentar bem o seu peso e, por mais de uma vez, enquanto caminhavam, ela sentiu que seu corpo vacilava, pendendo para frente até quase tocar o chão. Ela não queria ir embora, queria voltar e ajudar Alfonso, mas ele estava cada vez mais distante. 

Seus joelhos dobraram outra vez e, finalmente, um novo par de mãos surgiu para ajudá-la. Assim que suas pernas deixaram o chão e ela se viu no colo de alguém, seus olhos se fecharam, e ela não podia mais ver ou sentir nada.

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