Passava da uma quando Alfonso, num rompante, acordou. Ele estreitou os olhos, impulsionando o corpo para frente. O quarto, iluminado apenas pela luz da lua que atravessava as cortinas de organza, não deixava que ele visse com clareza. Mas uma coisa era certa, ouvira a voz torturada de Anahí rogando 'Por favor, não.'
Alfonso: Anahí? – Chamou, colocando-se de pé. Ao se aproximar da cama, ouviu mais uma vez.
Anahí: Por favor.
Ele se abaixou ao lado dela, Anahí estava de olhos fechados, apertados, e chorava.
Alfonso: Anahí? – Chamou outra vez, tocando-lhe o ombro. Ela começou a soluçar, o choro se intensificou e de repente suas pálpebras se abriram. Estava assustada. – Hey, hey, está tudo bem.
Anahí: Mas que droga. – Praguejou, a respiração acelerada.
Alfonso: O que aconteceu? – Tocou o rosto dela, tentando secar as lágrimas que escorriam por suas bochechas.
Anahí: Um sonho. Uma droga de um sonho!
Alfonso: Com o que sonhava?
Anahí: Meus pais.
Alfonso: Quer falar sobre isso? – Perguntou, sentando-se ao lado dela.
Anahí: Fazia tanto tempo que eu não sonhava com eles. Ofogo. Aquela droga de incêndio. Tudo parecia tão real.
Alfonso: Já passou, Anahí. – Afagou-lhe o ombro – Você precisase acalmar. – Disse, sentindo-a tremer.
Anahí: Eu tenho sentido falta deles, Poncho. E isso é tão...Estranho.
Ele não sabia ao certo o que dizer. Deveriaconsolá-la, talvez?
Alfonso: Bom, Anahí, é natural que sinta falta deles.
Anahí: Não é natural pra mim.
Alfonso: O que quer dizer com isso? – Ele se ajeitou na cama, recostando-sena cabeceira.
Anahí: Quero dizer que eu nunca me permiti sentir essascoisas.
Alfonso: O que certamente fez muito mal pra você. – Elaassentiu, calada, esfregando os olhos com a mão direita. E então um longosilêncio se instaurou.
Incerto, ele tocou o rosto dela, para depoisafagar-lhe os cabelos. E, pouco a pouco, ela se acalmou, deixando de chorar.
Minutos se passaram até que Alfonso voltasse afalar.
Alfonso: Sabe, Anahí, chorar às vezes faz bem.
Anahí: Ultimamente tenho chorado mais do que deveria. O quetambém é estranho pra mim.
Alfonso: Talvez, de uns tempos pra cá, as coisas não estejamtão fáceis.
Anahí: As coisas nunca foram fáceis, Alfonso. A diferença éque antes eu sabia como lidar com elas.
Alfonso: Ninguém é obrigado a saber lidar com tudo, não é? –Disse, e sua voz era tão doce que ela sentiu seu coração acelerar fracamente.
Anahí: É, realmente. – Concordou, e mais uma vez veio osilêncio.
Alfonso ficou ali, acariciando os cabelos delaaté pensar que tivesse dormido. Com cuidado, ele se levantou, mas antes quepudesse se afastar da cama, a mão dela agarrou seu pulso.
Anahí: Não vá. – Pediu – Fique aqui comigo. – Ele pensou emnegar, mas algo dentro dele falou mais alto. Quieto, ele puxou as cobertas edeitou ao lado dela. – Obrigada. – Murmurou, pousando a mão direita sobre obraço dele.
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Let Me Go
FanfictionEra só para ser mais um trabalho. Ela o faria, o deixaria e seguiria a sua vida. Autossuficiente demais, fria demais, sádica demais, Anahí Portilla era incapaz de amar qualquer pessoa que não fosse ela mesma. Acontece que o destino adora pre...