Capítulo 105

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Maite: Acho que é melhor eu ir para o meu apartamento.

Alfonso: Tá certo. Depois eu passo lá, preciso acertar umas coisas com você. – Maite enrugou a testa.

Maite: Não é sobre o Ian, é? 

Alfonso: Não. – Riu – É sobre o final de semana.

Maite: Ah tá! Isso quer dizer que vai me levar com você? – Um sorriso empolgado nasceu no rosto da morena.

Alfonso: Vou. – O sorriso dela aumentou.

Maite: Ótimo! Até mais, então. – Disse, dando um demorado beijo na bochecha do irmão. 

Alguns segundos depois de Maite deixar o apartamento de Herrera, Michael tocou a campainha. 

Michael: Desculpe vir a essa hora, Herrera.

Alfonso: Tudo bem, entre. – Abriu espaço para que o Tenente entrasse. – Não é tão tarde assim.

Michael: Estava na delegacia até agora.

Alfonso: Hm. – Apontou o sofá para que ele se sentasse.

Michael: Não, não é preciso. Não pretendo demorar.

Alfonso: Aconteceu alguma coisa? Algum problema? – Alfonso cruzou os braços, a feição inexpressiva escondendo a leve preocupação.

Michael: Eles querem interrogar você.

Alfonso: Eles quem?

Michael: A equipe do FBI que está trabalhando comigo no caso Damián.

Alfonso: Hm... Por quê? 

Michael: Pelo seu envolvimento com Anahí e, óbvio, pelo sumiço dela. – Alfonso rolou os olhos.

Alfonso: Tudo bem. 

Michael: Vim pessoalmente te entregar a intimação. – Ele tirou um papel do bolso da jaqueta, entregando-o a Alfonso. – O interrogatório é amanhã.

Alfonso: Sábado?

Michael: Sim. Mas, na verdade, vim até aqui porque queria conversar com você.

Alfonso: Entendo. Tem certeza de que não quer se sentar?

Michael: Não, estou bem assim. – Gesticulou – Eles estão pressionando o Capitão para que afaste você da delegacia até as investigações terminarem. – Alfonso franziu o cenho.

Alfonso: Como é? – Estreitou os olhos – Isso é ridículo. – Meneou a cabeça, soltando o ar numa lufada.

Michael: Na verdade, é bastante lógico, Herrera. Você estava envolvido com ela, ela sumiu. Você é um possível cúmplice.

Alfonso: Pensei que já tivéssemos conversado sobre isso.

Michael: E conversamos. Mas não é o suficiente. – Explicou.

Alfonso: Não vejo problema algum em ser interrogado, Tenente. Posso provar que não estou envolvido. Me afastar da delegacia outra vez é uma medida um tanto prematura, não acha? 

Michael: Bom, Herrera, você sempre se mostrou um excelente profissional. Nunca tive motivo algum para desconfiar de você, costumo confiar na minha equipe. – Disse – Mas não posso passar por cima das ordens do Capitão. 

Alfonso: Então já está decidido, é isso? 

Michael: Creio que não. O Capitão está bastante relutante quanto a isso. As investigações podem demorar muito tempo e realmente não queremos perder um investigador tão bom quanto você. Tudo vai depender de como você vai se sair nesse interrogatório. – Alfonso sorriu, arqueando a sobrancelha.

Alfonso: Vou me sair bem, Tenente. Não tenho nada a esconder.

Michael: Assim espero. Você tem consciência de todos os problemas nos quais estaria envolvido caso fosse provado que você a ajudou, não? 

Alfonso: Plenamente.

Michael: Não estrague a sua carreira por nada, Alfonso.

Alfonso: Eu não vou estragar, Tenente. Fique tranquilo, nada poderá ser provado. Todas essas suposições estão longe de corresponder à verdade. – Michael assentiu.

Michael: Bom, nos vemos amanhã.

Alfonso: Certo. Até amanhã. – Respondeu sereno. Alfonso estava bastante calmo, havia trabalhado para que ninguém o descobrisse. Ele era, de fato, um exímio detetive, e justamente por pensar como um, ele sabia exatamente como agir, o que dizer e o que omitir. 



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