Capítulo 116

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Sutilmente, Anahí se ajeitou nos braços de Alfonso, apoiando as costas na perna dobrada dele, de modo que pudesse olhá-lo. Ele mantinha os olhos fechados e a cabeça levemente tombada para trás, encostado no tronco da árvore.
Passaram-se minutos desde a última palavra trocada e ela deduziu que ele estivesse dormindo. Sorriu ao analisá-lo, deslizando os dedos pelo braço de Poncho, parando sobre o pequeno corte feito por suas unhas no ombro direito dele.

Anahí: Nossa! – Murmurou, rindo de si mesma. – Acho que preciso cortar as minhas unhas. – Mordeu os lábios, balançando a cabeça.

Alfonso: Ou talvez não devamos ficar tanto tempo sem sexo. – Resmungou, ainda de olhos fechados.

Anahí: Pensei que estivesse dormindo. – Alfonso riu, abrindo os olhos.

Alfonso: Não. Não estava. Só estava desfrutando o momento. – Sorriu, deixando que suas pálpebras caíssem outra vez.

Ela ficou em silêncio por um momento, encarando-o. Depois abriu a boca e voltou a comprimir os lábios, ergueu as sobrancelhas e então exibiu um sorriso. 

Anahí: Espera aí. – Ela se mexeu, e ele voltou a olhá-la, Anahí tinha um ar divertido no rosto – O que foi que você disse?

Alfonso: Que estava desfrutando o momento? – Perguntou, franzindo a testa.

Anahí: Não, não. Antes.

Alfonso: Hm. Que talvez não devamos ficar tanto tempo sem sexo?

Anahí: Isso! – Estalou os dedos.

Alfonso: E? – Estreitou os olhos, tentando entender aonde ela queria chegar.

Anahí: Defina "tanto tempo".

Alfonso: Como assim?

Anahí: É... – Gesticulou – Uma semana? Um mês? Mais de um mês... – Ele deu risada, meneando a cabeça, enfim entendendo.

Alfonso: Mais de um mês.

Anahí: Então quer dizer que...

Alfonso: Eu não transei com ninguém desde que te tirei da delegacia e te levei para o hospital.

Anahí suspirou, os cantos dos lábios erguidos num terno e comovido sorriso. 

Anahí: E nós nem estávamos juntos.

Alfonso: Mas acho que você sempre esteve dentro de mim, não é? 

Ela levou as mãos até o rosto dele e inclinou-se, pousando os lábios sobre os dele. Depois suspirou. 

Anahí: Acho que isso me faz te amar ainda mais. – Brincou,mas ele podia ver o quão iluminada ficara a expressão dela depois do que ele falara. Aquilo havia massageado o ego de Anahí e, de certa forma, acabara por tranquilizá-la ao reafirmar a intensidade do que Alfonso sentia. 

Alfonso: Acho bom. Foram tempos difíceis, Anahí. – Comentou e um bico surgiu em seus lábios.

Anahí: Owm. – Ela o abraçou apertado, afundando o rosto no peito dele. 

Alfonso: Não consegui estar com outra mulher depois que tive você sem vida nos meus braços, Any. – Disse, após alguns segundos em silêncio,o queixo apoiado no topo da cabeça dela – Aquele dia na delegacia ecoa na minha cabeça até hoje. Só Deus sabe o desespero que eu senti. O desespero misturado com toda a culpa de não ter feito nada enquanto era tempo. 

Anahí: Eu entendo exatamente o que você sentiu, Poncho.Porque deve ter sido algo muito próximo com o que eu senti quando você levou aquele tiro e me arrancaram da rua, me impedindo de ver como você estava. – Sua voz foi ficando mais baixa – Desespero e culpa. Tudo misturado, tudo sufocando. 

Alfonso: Te "arrancaram da rua"?

Anahí: É... Eu tentei chegar até você, mas me apagaram e me levaram para o Pedro. – O corpo de Alfonso ficou tenso, Anahí podia imaginar seu semblante fechado e a raiva crescendo em seus olhos. Apertou ainda mais os braços ao redor dele, dando um beijinho em seu peito desnudo. – Não vamos falar disso, sim? Isso é passado. Agora está tudo bem, agora estamos aqui... Juntos.Eu e você e ninguém mais. – O corpo dele relaxou aos poucos, e ele buscou o queixo dela, erguendo-lhe o rosto e tomando-lhe os lábios. 

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