Capítulo 81

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  – Isso não muda em nada o que aconteceu. 

Foi a primeira frase que Anahí ouviu depois que os lábios de Alfonso deixaram os seus. É claro que o senhor Orgulho Herrera não apagaria tudo o que acontecera, tampouco estava pronto para perdoá-la.

Anahí: Eu sei. – Disse, abrindo os olhos para encará-lo – Eu compreendo. 

Alfonso: Não quero que pense que esse beijo significa que nós dois...

Anahí: Alfonso, eu sei. – Repetiu – Nós dois estamos frágeis, é só isso.

Alfonso: Não, não foi isso. Eu só... – Alfonso se afastou da cama, meneando a cabeça – Eu só estava tentando fazer você esquecer. Esquecer do vazio, da dor. 

Alfonso sabia bem que aquilo nada tinha a ver com fazê-la esquecer. Ele não a havia beijado por piedade. Ele fizera aquilo porque os seus sentimentos gritaram para fazê-lo. A beijara porque o que sentia ainda era forte o suficiente para mantê-lo ali apesar de todas as coisas que ela fizera. Mas isso não significava que ele assumiria o que ainda sentia. Ao contrário, para que não ferisse ainda mais o seu orgulho, ele precisava arrumar argumentos para o que acabara de fazer e para o que ainda faria. 

Alfonso: Eu preciso ir.

Anahí: Poncho, por favor. – Pediu, esticando o braço para alcançá-lo – Eu agradeço a sua intenção e juro que não confundi as coisas. Podemos esquecer que isso aconteceu. – Balbuciou e, talvez porque estivesse frágil demais, ela acreditou na mentira deslavada que ele acabara de contar – Mas, por favor, não vá embora agora. Eu não quero ficar sozinha.

Quieto, Alfonso assentiu, para depois ocupar a cadeira ao lado da cama. O corpo ali e a cabeça longe, um tanto perdida, procurando enterrar de alguma forma todo aquele sentimento que parecia tão mais vivo depois daquele beijo.

Com o silêncio que ficou naquele quarto e sob o efeito dos analgésicos, não demorou muito e Anahí adormeceu para acordar perto do meio dia, sozinha outra vez.  

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