Capítulo 66

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"Sentia frio, meu estômago estava revirado, o gosto de sangue na boca aumentava a sensação de enjoo.
Alguns pontos do meu corpo latejavam, e eu mal conseguia abrir os olhos. Sentia fome, sede e dor, muita dor." – Anahí

No dia seguinte, Anahí não conseguiu levantar da cama. Christopher tampouco apareceu.
Já era noite quando ela, com muito custo, se arrastou até a grande porta deferro maciço que fechava aquela cela.
Ela tentou chamar alguém, mas sua voz parecia não querer sair. Tentou outra vez e o máximo que conseguiu foi um baixo grunhido. Ela não conseguiria. Por isso encostou na parede, abraçando os joelhos, chorando baixinho.

– Anahí?

A porta se abriu devagar. Ela levantou o rosto, tentando mover as pálpebras pesadas. Com esforço, ela encarou o homem agachado ao seu lado. Era Ian, que com um olhar compassivo a analisava.

Ian: Meu Deus! O que Christopher pensa que está fazendo? – Ela iria responder se conseguisse. – Você está com febre. – Constatou após tocar sua testa – Vou buscar algo para tomar. É alérgica a algum remédio?– Ela negou com a cabeça. – Sente fome?

Anahí: Frio. – Conseguiu dizer, quase num sussurro. Ian assentiu, tirando o próprio casaco para cobri-la. Depois saiu da sala, visivelmente ultrajado.

Ian: Alfonso, você tem que tomar alguma providência! – Poncho que lia um documento, ergueu os olhos do papel para Ian.

Alfonso: Do que você está falando? – Ian fechou a porta da sala de Herrera, sentando na cadeira em frente à mesa dele.

Ian: Christopher enlouqueceu. Acabo de ver Anahí e ela...

Alfonso: Eu não quero saber. – Cortou-o. – O caso não é mais meu.

Ian: Mas supõe-se que a mulher que está naquela sala é a mulher que você ama.

Alfonso: A mulher que eu pensei que amava era uma farsa, Ian.

Ian: Poncho, ela está machucada. Mal consegue falar. Christopher está tentando fazer com que ela entregue Pedro de qualquer forma.

Alfonso: Então que ela o entregue de uma vez. – Deu de ombros, impassível.

Ian: Você não pode estar falando sério. – Disse incrédulo – Você não é assim, Alfonso! O que deu em você?

Alfonso: Ian, eu só não quero me envolver mais nesse caso. Não me diz respeito, não me interessa. Deixe que Uckermann use os seus métodos.

Ian: Eu não chamo aquilo de método! O que ele está fazendo é desumano! Alfonso, por Deus! Se você visse o estado em que ela estava... E você sabe que ele não vai parar.

Alfonso: Tente falar com Christopher, mas lamento, não vou me envolver nisso. –Concluiu, voltando a atenção para a folha em suas mãos.

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