Capítulo 69

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Enquanto a tinha ali, desfalecida em seus braços, Alfonso não conseguia pensar em outra coisa que não fosse salvá-la. Diferente de tudo o que já sentira, o medo que o assolava era assustador. Era como se naqueles poucos minutos ele tivesse esquecido tudo o que ela fizera.
Todo o desespero de segundos atrás, quando ele achou que a tivesse perdido, ainda pulsava em suas veias, atormentando-o e mostrando o quanto era doloroso ficar sem ela. Não que Alfonso pensasse em reatar, longe disso, mas isso não significava que suportaria uma perda tão permanente como a morte.

Christopher: O que você pensa que está fazendo? – Parado no meio do corredor que abrigava as poucas celas daquela delegacia, Christopher encarava Alfonso.

Alfonso: A pergunta é o que você pensa que está fazendo. – Soltou ríspido.

Christopher: Apenas o meu trabalho.

Alfonso: O que você está fazendo, Uckermann, é crime. – Christopher riu.

Christopher: Ora, Alfonso, o criminoso aqui não sou eu, mas sim a mulher que você leva em seus braços.

Alfonso: A mulher que eu vou levar para o hospital agora. – Exaltou-se.

Christopher: Você não vai tirá-la daqui.

Alfonso: E é você quem vai me impedir?

Christopher: Alfonso, se ela fugir... – E agora foi a vez de Alfonso rir.

Alfonso: Faça-me o favor, Uckermann. Realmente você a deixou num estado bastante propício para uma fuga. Inclusive, acho que ela sairá daqui correndo agora mesmo. – Ironizou. 

Christopher: Alfonso...

Alfonso: Ela vai para o hospital agora! – Interrompeu – E só sairá de lá quando estiver recuperada. – Concluiu.

Christopher até tentou pará-lo, mas Alfonso bruscamente o afastou. Com o ombro, empurrou Uckermann, tirando-o de seu caminho.

Minutos depois, Poncho atravessava a recepção do hospital com Anahí nos braços. Atordoado, ele pediu ajuda, e imediatamente ela foi levada em uma maca. Seu estado ainda era grave. Alfonso tentou acompanhá-la, mas foi barrado assim que passaram pela enorme porta que dava acesso à sala de emergência.

Alfonso: Me deixe ir com ela. – Pediu.

– O senhor precisa ficar aqui. – Disse o enfermeiro, parado à porta cinza. – Vamos cuidar dela. – Completou virando-lhe as costas.

Afundando as mãos nos cabelos, Alfonso praguejou, vendo-a ser levada pelo extenso corredor. Através do vidro, na parte superior da porta, ele a observou até que sumisse de vista ao entrar num outro corredor. 

– Venha comigo. – Pediu outra enfermeira. Alfonso foi conduzido para a outra extremidade da recepção quase vazia, passando dentre as cadeiras acolchoadas e entrando numa sala menor. – Vamos medir a sua pressão, o senhor está muito nervoso. – Apontou-lhe a cadeira, fechando a porta da enfermaria. 

Alfonso: Eu estou bem! – Contestou, vendo a enfermeira mexer no armário branco que ocupava toda a parede da direita. – Escuta, eu preciso falar com Matthew. 

– O Doutor Davis está na emergência. Não posso chamá-lo. Mas assim que tivermos notícias da moça que estava com o senhor...

Alfonso: Eu não vou ficar aqui esperando. – Interrompeu. 

– Entenda que não há nada que o senhor possa fazer agora, a não ser procurar manter a calma. Tudo ficará bem. 

Bom, ele não tinha tanta certeza disso.

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