Enquanto a tinha ali, desfalecida em seus braços, Alfonso não conseguia pensar em outra coisa que não fosse salvá-la. Diferente de tudo o que já sentira, o medo que o assolava era assustador. Era como se naqueles poucos minutos ele tivesse esquecido tudo o que ela fizera.
Todo o desespero de segundos atrás, quando ele achou que a tivesse perdido, ainda pulsava em suas veias, atormentando-o e mostrando o quanto era doloroso ficar sem ela. Não que Alfonso pensasse em reatar, longe disso, mas isso não significava que suportaria uma perda tão permanente como a morte.Christopher: O que você pensa que está fazendo? – Parado no meio do corredor que abrigava as poucas celas daquela delegacia, Christopher encarava Alfonso.
Alfonso: A pergunta é o que você pensa que está fazendo. – Soltou ríspido.
Christopher: Apenas o meu trabalho.
Alfonso: O que você está fazendo, Uckermann, é crime. – Christopher riu.
Christopher: Ora, Alfonso, o criminoso aqui não sou eu, mas sim a mulher que você leva em seus braços.
Alfonso: A mulher que eu vou levar para o hospital agora. – Exaltou-se.
Christopher: Você não vai tirá-la daqui.
Alfonso: E é você quem vai me impedir?
Christopher: Alfonso, se ela fugir... – E agora foi a vez de Alfonso rir.
Alfonso: Faça-me o favor, Uckermann. Realmente você a deixou num estado bastante propício para uma fuga. Inclusive, acho que ela sairá daqui correndo agora mesmo. – Ironizou.
Christopher: Alfonso...
Alfonso: Ela vai para o hospital agora! – Interrompeu – E só sairá de lá quando estiver recuperada. – Concluiu.
Christopher até tentou pará-lo, mas Alfonso bruscamente o afastou. Com o ombro, empurrou Uckermann, tirando-o de seu caminho.
Minutos depois, Poncho atravessava a recepção do hospital com Anahí nos braços. Atordoado, ele pediu ajuda, e imediatamente ela foi levada em uma maca. Seu estado ainda era grave. Alfonso tentou acompanhá-la, mas foi barrado assim que passaram pela enorme porta que dava acesso à sala de emergência.
Alfonso: Me deixe ir com ela. – Pediu.
– O senhor precisa ficar aqui. – Disse o enfermeiro, parado à porta cinza. – Vamos cuidar dela. – Completou virando-lhe as costas.
Afundando as mãos nos cabelos, Alfonso praguejou, vendo-a ser levada pelo extenso corredor. Através do vidro, na parte superior da porta, ele a observou até que sumisse de vista ao entrar num outro corredor.
– Venha comigo. – Pediu outra enfermeira. Alfonso foi conduzido para a outra extremidade da recepção quase vazia, passando dentre as cadeiras acolchoadas e entrando numa sala menor. – Vamos medir a sua pressão, o senhor está muito nervoso. – Apontou-lhe a cadeira, fechando a porta da enfermaria.
Alfonso: Eu estou bem! – Contestou, vendo a enfermeira mexer no armário branco que ocupava toda a parede da direita. – Escuta, eu preciso falar com Matthew.
– O Doutor Davis está na emergência. Não posso chamá-lo. Mas assim que tivermos notícias da moça que estava com o senhor...
Alfonso: Eu não vou ficar aqui esperando. – Interrompeu.
– Entenda que não há nada que o senhor possa fazer agora, a não ser procurar manter a calma. Tudo ficará bem.
Bom, ele não tinha tanta certeza disso.
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Let Me Go
FanfictionEra só para ser mais um trabalho. Ela o faria, o deixaria e seguiria a sua vida. Autossuficiente demais, fria demais, sádica demais, Anahí Portilla era incapaz de amar qualquer pessoa que não fosse ela mesma. Acontece que o destino adora pre...