Capítulo 23

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Alfonso deixou Anahí na porta do hotel, e foi para a delegacia. Assim que ela viu o carro dele se afastar pegou o celular.

Anahí: Paul, preciso de você.

Alfonso não conseguiria interrogar a tal testemunha naquele dia. Anahí e Paul não deixariam. Foi tudo muito rápido e bem planejado.

Os dois conseguiram chegar antes de Alfonso na frente da delegacia. Ter uma moto tinha lá as suas vantagens.

Anahí: Agora faça exatamente o que combinamos.

Paul: Isso vai ser dolorido.

Anahí: Você nunca teve medo da dor. – Ela sorriu, ajeitando a gola da jaqueta dele. – Fique com o celular nas mãos.

Ela caminhou até a esquina, colocou os óculos escuros e esperou. Dois minutos depois viu o carro de Herrera surgir no horizonte. Ela pegou o celular e ligou para Paul, que esperava, atento, em sua moto, parada a poucos metros da entrada da delegacia.

Quando o carro de Alfonso dobrou a rua, Paul arrancou com a moto, atravessando na frente do carro de Herrera, e batendo em uma árvore na calçada. Afonso freou bruscamente, e desceu do carro, preocupado.

Alfonso: Merda! – Aproximou-se rapidamente do rapaz jogado no chão – Não se mexa.

Paul: Eu tive um mal estar, de repente tudo ficou escuro, perdi o controle da moto.

Alfonso: Respire fundo, okay? Eu vou chamar a emergência. – Ele se abaixou ao lado de Paul, com o celular nas mãos.

Nesse meio tempo, Anahí parou em frente à delegacia, era impossível que Alfonso a visse em meio ao tumulto que se formara em volta dele e de Paul, ali, no outro lado da rua.

Anahí: Oi. – Abordou um rapaz que entrava desconfiado no distrito.

– Oi.

Anahí: Você tem um interrogatório marcado com o investigador Herrera, certo? – Se não fosse ele, ela tentaria com outro até encontrar a testemunha.

– Por que quer saber? – A desconfiança nos olhos do rapaz lhe dera a certeza. Era ele.

Anahí: Me chamo Júlia Mendes. Estou substituindo Herrera hoje. – Ela tirou do bolso um distintivo da polícia – Preciso que venha comigo.

– Pra onde?

Anahí: Não é seguro aqui, venha comigo.

– O que está acontecendo ali?

Anahí: Nada com o que deva se preocupar, vamos.

O erro daquele rapaz foi acreditar no rosto angelical e na certeza que Anahí tinha na voz.

Anahí: Então, o que você tem a dizer? Como pode colaborar conosco? – Perguntou. O levara até a cobertura do hotel onde estava hospedada. Um dos hotéis de Pedro.

– Vai me interrogar aqui?

Anahí: E por que não? Vamos direto ao ponto! O que você tem a dizer? – Repetiu.

– Bom... – Ele começou, nervoso – É muito difícil encontrar Pedro, o homem que vocês estão investigando. Ele fala com poucos e apenas com os grandes... – Anahí assentiu para que ele continuasse – Mas eu sei de um jeito.

Anahí: Qual?

– Precisa me garantir que estarei seguro e que ninguém saberá que eu estive aqui.

Anahí: Tem a minha palavra. Ninguém vai machucar você, basta você colaborar. – Arqueou a sobrancelha – Continue. Qual é o jeito?

– Há um homem, ele se chama Alexandre. É dono de uma das maiores boates da cidade. Pedro está para fechar um grande negócio com ele. Comércio internacional de armas. É a chance de vocês chegarem nele e pegá-lo.

Anahí: Hm... – Ela suspirou – E como você sabe disso?

– Trabalho na boate. Ouvi uma ligação do Alexandre para ele.

Anahí: Sei... E você sabe que corre muito perigo, não sabe? – Ele esperou – Se Pedro ou Alexandre descobrir o que você nos contou, você é um homem morto.

– E-eu sei... – Disse hesitante.

Anahí: Mas eu te dei a minha palavra. – Ela ajeitou os cabelos – E eu não vou matar você.

– O-o que? – Ele deu dois passos para trás, afastando-se dela.

Anahí: Toma. – Ela jogou dois maços de dinheiro para ele. – 30 mil dólares. Saia do país. Suma. Não faça contato com a polícia nem com ninguém. Se quer se poupar e poupar as pessoas que você ama, suma.

– Quem é você?

Anahí: Alguém que você não vai querer ver outra vez. – Ela se aproximou dele – Eu podia te entregar para o Pedro agora, ele iria adorar. Mas palavra é palavra.

– Eu não entendo...

Anahí: Eu não sou a mocinha, querido. E não vou hesitar em dar um tiro em você, depois de arrancar seus dois olhos e costurar sua língua, caso você abra essa boca outra vez. Entendeu? – Ele assentiu, trêmulo, o suor emanando de seu rosto. – Agora vá. Foi bom conversar com você.

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