Naquela noite Anahí foi para o apartamento de Paul. Precisava esquecer, liberar a sua raiva, afogar as suas mágoas, desligar seus pensamentos. Mas a cada beijo que Paul lhe dava, ela sentia os lábios de Alfonso. Cada vez que ele a olhava, ela via os olhos de Alfonso. E a cada gemido dele que ouvia, ela se perguntava se Alfonso estava fazendo o mesmo. Era uma dor que ela jamais experimentara. Mas era suportável, claro que era. Anahí continuaria levando a sua vida da melhor maneira que podia. Nunca precisara de ninguém para ser feliz e não seria agora que precisaria.
Paul: Baile de máscaras hoje à noite.
Anahí: O que? – Paul terminava de se vestir. Passara quase um mês desde que Anahí vira Alfonso pela última vez. Desde então parara de ir às aulas de dança. Giovanna já não existia.
Paul: Lembra daquele cara que estava tentando tirar vantagem de Pedro?
Anahí: Charles?
Paul: Isso. A esposa dele vai dar esse baile. Será uma grande festa na mansão dos Pierre.
Anahí: A oportunidade perfeita para você pegá-lo.
Paul: Só tenho que entregar um recado de Pedro.
Anahí: Vai matá-lo?
Paul: Não, é realmente só um recado.
Anahí: Uma ameaça...
Paul: É, mais ou menos. E eu preciso de uma companhia para o baile.
Anahí: Hm... Trabalho em conjunto?
Paul: Não. Você não vai precisar fazer nada. É só uma companhia. Ninguém vai sozinho a um baile.
Anahí: Tudo bem. – Deu de ombros.
Paul: Que bom que aceitou. Porque eu já tinha comprado o seu vestido e a sua máscara.
Anahí: Ah é? – Ela riu, observando-o pegar uma grande caixa no guarda-roupas.
Paul: Acho que deve servir.
Anahí: Você conhece as minhas medidas, Paul. – Ela tirou o vestido da caixa. Longo, de cetim vermelho. Colado ao corpo até um pouco abaixo do quadril, de onde despontava uma discreta cauda e a saia ganhava leveza com a fenda que ia das coxas até o final do vestido. As alças trançadas nas costas, o decote em V, tudo naquele vestido harmonizava e valorizava o corpo de Anahí. – Creio que chamaremos um pouco a atenção.
Paul: É essa a intenção. – Ele sorriu. – Charles precisa perceber que estamos lá.
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Let Me Go
FanfictionEra só para ser mais um trabalho. Ela o faria, o deixaria e seguiria a sua vida. Autossuficiente demais, fria demais, sádica demais, Anahí Portilla era incapaz de amar qualquer pessoa que não fosse ela mesma. Acontece que o destino adora pre...