Capítulo 89

1K 75 0
                                    

Alfonso não voltou para ver Anahí naquele dia. Em seu apartamento em Manhattan, ele conversava com Michael por telefone. O tenente, desconfiado, falava sobre o sumiço de Anahí.

Alfonso: E como foi que vocês a deixaram fugir? – Fingia indignação.

Michael: Eu não sei o que aconteceu, eu não estava lá. Mas talvez você possa me dizer o que houve naquele hospital.

Alfonso: Eu? Você me afastou da porcaria desse caso, Michael! Como eu poderia te dizer o que aconteceu?

Michael: Você vivia indo visitá-la. – Alfonso bufou do outro lado da linha.

Alfonso: É, eu ia visitá-la porque, caso você tenha se esquecido, eu também perdi o meu filho.

Michael: Eu sei, Alfonso, entendo. E justamente por isso você teria motivos para tirá-la de lá. 

Alfonso: O que? – Alfonso riu, com falsa incredulidade – Michael, você só pode estar louco. Eu, mais do que ninguém, tenho todos os motivos para querer ela na cadeia.

Michael: Tem? Por quê?

Alfonso: Porque ela fodeu a minha vida! O que eu mais quero é que o Pedro, a Anahí e toda a corja deles seja julgada e condenada. 

Michael: Alfonso, eu...

Alfonso: Olha, eu nem sei quando ou como vocês deixaram que ela escapasse. Não seria muito mais óbvio pensar que o papaizinho dela tenha ido resgatar a garotinha no hospital? Mas que merda, Michael! Não tinha um policial de vigia na porta do quarto? Como ela conseguiu sair?

Michael: O policial disse que uma moça não estava passando bem e precisou acompanhá-la até o quarto da mãe dela que estava internada.

Alfonso: Hm. E como era essa moça?

Michael: Cabelos loiros, olhos negros... – Cabelos loiros? Olhos negros? Megan sabia mesmo se disfarçar.

Alfonso: Vago.

Michael: É, eu sei. Aconteceu por volta das três da tarde de ontem. 

Alfonso: Câmeras de segurança? – Perguntou para certificar-se de que Matthew também cumprira a sua parte no plano.

Michael: Em manutenção. Estavam desativadas. Inclusive os técnicos estavam no local.

Alfonso: Quanta sorte. – Bufou. 

Michael: Não acredito em sorte ou azar, Alfonso.

Alfonso: Que seja. Vai querer a minha ajuda no caso ou vai preferir continuar desconfiando de mim?

Michael: Não posso te colocar no caso outra vez. Estamos eu e o FBI nessa. 

Alfonso: Tudo bem. – Concordou a contragosto – Só para constar, sexta à tarde eu estava ajudando a Maite com a mudança dela.

Michael: Sua irmã está mudando?

Alfonso: Está transformando o quarto no escritório e o escritório no quarto e, óbvio, quem tem que carregar os móveis sou eu. 

Michael: Alguém além da Maite pode provar isso?

Alfonso: Sim. O entregador da pizza que pedimos para o café. Eu o recebi e paguei a conta. Tenho até o comprovante do cartão.

Michael: Está certo. Não vou interrogar você.

Alfonso: E isso não foi um interrogatório? – Questionou, irônico.

Michael: Não vou interrogar você em caráter oficial. – Corrigiu – Nos vemos na segunda.

Alfonso: Até mais. – E desligou. 

Let Me GoOnde histórias criam vida. Descubra agora