Capítulo 97

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Megan: Bom, Any... – Anahí estreitou os olhos – Vou ajudar você a tomar um banho. Venha, você vai se sentir melhor. 

Teatrinho dos infernos. Pensou. Chegava a dar náuseas toda aquela pose de boa moça. Será que ele realmente acreditava nas boas intenções de Megan? Não era possível que ele não percebesse o quão falsa soavam as palavras amigáveis dela. Aquela Megan que conhecera em Hialeah não tinha nada de compassiva e solidária.

Anahí: Não precisa. – Contestou – A dor já passou e eu não estou inválida, posso fazer isso sozinha.

Alfonso: Não seja teimosa.

Anahí: Não é teimosia, Alfonso, mas eu não...

Alfonso: Não adianta argumentar, Any. 

Megan: Vamos, eu te ajudo a levantar. – Insistiu. E, diga-se de passagem, aquela insistência tinha dois motivos: 1- Ela sabia que se ela não o fizesse, Alfonso o faria, e aquilo estava muito longe de ser algo que quisesse. 2- Quanto maior o repouso, mais rápido Anahí se recuperaria e mais rápido iria embora, e, por Deus, isso era umas das coisas que ela mais desejava naquele momento. 

Anahí: Poncho, não... – Rogou, meneando a cabeça. Era, no mínimo, humilhante depender de Megan para um mísero banho. – Eu já fiz isso sozinha nos outros dias.

Megan: É diferente. Você estava melhor do que está agora. – Alfonso concordou com a cabeça. Anahí poderia argumentar o que fosse, mas no final teria de ceder. Então que fosse de uma vez. 

Depois do banho, Meg a ajudou a voltar para a cama, Alfonso as esperava sentado na poltrona perto da janela do quarto. 

Megan: Bom, acho que agora sou eu quem vai tomar um banho. – Disse, se aproximando de onde estava Herrera. – Quer que eu arrume a sua cama antes?

Alfonso: Não. Tudo bem, Meg, pode ir tomar o seu banho.

Megan: Tá legal. – Concordou, para depois, muitíssimo contrariada por deixá-los sozinhos, sair do quarto. 

Anahí: Vai dormir no quarto dela? 

Alfonso se virou para Anahí, ela vestia uma larga camiseta cinza e a coberta lhe tapava até a cintura, estava deitada de lado, recomendação de Megan, e tinha os cabelos ainda molhados esparramados pelo travesseiro.

Alfonso: Não. Vou ficar aqui, para caso você precise de alguma coisa. 

Anahí: Ela não vai gostar da ideia. – Alfonso rolou os olhos, soltando o ar aos poucos. 

Alfonso: Não estou dormindo com ela. – Disse, depois de alguns segundos de silêncio. – Não que eu deva satisfações a você. – Complementou. 

Anahí: Obrigada por tudo o que está fazendo por mim. – Mudou de assunto.

Alfonso: Fico realmente emocionado com a sua gratidão. – Disse divertido – Até agora parecia me odiar por ter tirado você do hospital.

Anahí: Eu nunca odiaria você. Só estava irritada, preocupada. 

Alfonso: Hm... – Alfonso levantou, abriu o guarda-roupa e alguns segundos depois tirou de lá um travesseiro – Vou dormir aqui nessa poltrona. – Comentou – Até que é bem confortável.

Anahí: Você não precisa dormir aí. Tem espaço aqui para nós dois. – Os olhos dela apontaram para a cama de casal em que estava – Não se preocupe, prometo não te atacar enquanto dorme. 

Ele riu. O medo dele era exatamente o contrário. 

Alfonso: Vou ficar aqui mesmo. – Ele bateu as mãos no encosto almofadado. 

Anahí: Vai acordar com uma dor nas costas terrível.

Alfonso: Vou mesmo. – Concordou – Considere então que estou sendo solidário com você. – Respondeu em meio a um riso fraco. 

Anahí: Justo. 

Acredito que Megan nunca tomou um banho tão rápido em toda a vida. Em menos de dez minutos estava de volta ao quarto, os cabelos molhados e um vestido branco, de um tecido tão fino que era quase transparente.

Megan: Quer tomar um banho também? Pedi que Andy deixasse uma muda de roupa aqui, acho que deve servir em você. 

Alfonso: Vou fazer isso.

Megan: Venha comigo. – Disse, agarrando-se ao braço dele – Depois do banho você pode ir deitar, a cama já está arrumada, você pode ficar no meu quarto.

Alfonso: Não precisa, Meg. Vou dormir aqui. 

Megan: Aqui? 

Anahí que até então a encarava com certo asco, não pôde deixar de abrir um discreto sorriso. 

Alfonso: É, Meg, na poltrona. Anahí pode precisar de alguma coisa. – Justificou.

Megan: Poncho, você não precisa fazer isso. Se ela precisar, nos chama. Tem um interfone ao lado da cama. 

Alfonso: Mas eu prefiro assim, Meg. 

Megan: Eu não sei se é uma boa ideia... – Tentou mais uma vez, e Any tinha certeza de que vira as narinas de Megan inflarem e as veias da sua testa saltarem discretamente. Podia palpar a raiva que a outra sentia naquele instante.

Alfonso: Meg, tudo bem. – Meneou as mãos – Eu acho melhor assim.

Megan: Tá legal. – Sorriu. Um sorriso amarelo, extremamente forçado. E então o puxou para fora do quarto.

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