Capítulo 95

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Silêncio que foi quebrado pela preocupação de Alfonso, que viu quando o cenho dela franziu levemente e os olhos azuis oscilaram.

Alfonso: Anahí? – Afrouxando as mãos ao redor dela, ele se deu conta do quanto poderia tê-la machucado. – Eu vou te levar pra casa.

Anahí: Espera. – Pediu, levando a mão direita ao rosto de Alfonso. O punho esquerdo, engessado, agora repousava sobre o peito dele, sentindo o vai e vem apressado da sua respiração – Deixa esse momento durar mais um pouco. – Ele podia ver a força que Anahí estava fazendo para não demonstrar a dor que sentia. E não era pouca. 

Sem dizer nada, ele a pegou no colo, tentando ao máximo deixá-la confortável. Seus olhos não desgrudaram dos dela, talvez por medo de romper aquele momento tão frágil. Mas, vencida pela dor, ela cortou aquela conexão, afundando o rosto no peito dele. 

Alfonso: Deus, você não está bem. – Ela não respondeu. De fato não estava. Cada pedaço do seu corpo doía. Sentia-se fraca, e as pontadas agudas que sentia na costela esquerda eram constantes. – Você não devia ter feito isso, você não podia ter feito isso. 

Anahí: Me desculpa. – Pediu baixinho. 

Alfonso: Tudo bem. – Disse – Me prometa que não vai fazer outra vez. 

Anahí: Você acreditaria na minha palavra?

Alfonso: Só prometa, Any. – Ao ouvi-lo chamá-la assim, involuntariamente um leve sorriso escapou de seus lábios.

Anahí: Eu prometo. – Respondeu, antes de soltar um fraco suspiro.

Alfonso caminhou devagar, procurando evitar qualquer passo mais forte oumovimentos mais bruscos. Estava realmente preocupado com o estado de Anahí. 

Alfonso: O que está sentindo? – Perguntou, ainda estavam nametade do caminho.

Anahí: O seu perfume. – Brincou.

Alfonso: Estou falando sério. 

Anahí: Você não precisa se preocupar tanto. – Any ergueu orosto, voltando a encará-lo.

Alfonso: Mas eu me preocupo. – Ela sorriu, a mão direitatocando a bochecha dele.

Anahí: Algum dia vai me perdoar? 

Alfonso: Você vai?

Anahí: O que? – Alfonso suspirou, chacoalhando a cabeça. 

Alfonso: Não vamos voltar nesse assunto. É desgastante demais.

Anahí: Eu não sei o que você pensa, mas eu vou repetir, pelamilésima vez, que eu não o culpo pelo que aconteceu. – Alfonso entortou oslábios – Você precisa parar de se culpar também. – Ele ficou quieto, pensativo.

Alfonso: Então foi por isso que fugiu? Tomou essa decisãodepois da conversa que tivemos hoje?

Anahí: Não foi só por isso. – Explicou.

Alfonso: Mas ajudou, não? – Ela não respondeu, mas era nítidoque sim – Não quero que você interprete as coisas que eu digo de forma errada,Anahí. Mais cedo, quando eu disse que talvez fosse mais fácil esquecer quandovocê partisse, eu não quis dizer que quero que você vá embora. 

Anahí: E não quer? 

Alfonso: Não. – Alfonso não pensou para responder. Se porqualquer instante deixasse que a razão falasse, ele certamente se daria contade como havia baixado a guarda, de como o seu orgulho sucumbira diante do quesentia por ela. E não era isso o que ele queria. Não queria cair outra vez naspalavras de Anahí, não podia e nem conseguiria apagar tudo o que ela fizera tãofácil.    

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