Capítulo 119

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Da janela do quarto, Anahí viu quando Megan colocou as mãos sobre os ombros de Alfonso e quando, depois de dizer alguma coisa, foi puxada para um abraço. O viu segurando as mãos dela, assim como o sorriso que surgiu no rosto da morena antes que ela lhe desse um demorado beijo na bochecha. 

Maite, que havia ido tomar banho no outro banheiro, entrou no quarto, e Anahí se afastou da janela.

Maite: Dois quartos, dois banheiros e nenhuma suíte. Quem foi que projetou essa casa? – Comentou distraída, enquanto esfregava os cabelos com a toalha. Então olhou para Anahí, sorrindo – Fico tão feliz que você e o Poncho tenham conseguido se acertar. Sabe, independente de todos os problemas que vocês enfrentaram, é como se vocês tivessem sido feitos um para o outro.

Anahí: Ah, Mai, é tudo tão surreal que me dá até certo medo de estar apenas sonhando.

Maite: Nada disso! Apenas viva o momento, certo? Sem medo de acordar do sonho. 

Anahí: É o que estou fazendo. – Afirmou, abrindo um sorriso. Maite sorriu junto, sentindo uma pitada de orgulho da amiga. 

Maite: Bom, eu não estou com um pingo de sono, então vou até a cidade tomar um sorvete. Eu te chamaria para vir comigo, mas sei que você tem coisas melhores para fazer. – Anahí riu. 

Anahí: Ou não. – Disse – Poncho está bastante entretido com a Megan no jardim. – Deu de ombros.

Maite: Como é? – Ela estreitou os olhos, caminhando até a janela. Quando olhou para o jardim viu que Megan estava na frente de Poncho, segurando uma das mãos dele e falando algo enquanto ria. – Eu não suporto aquela mulher. – Comentou. – Vou até lá. – Anahí cruzou os braços e parou ao lado de Maite, em frente à janela.

Anahí: Não perca o seu tempo, Mai. 

Assim que disse isso, Any encontrou o olhar de Alfonso, distraído momentaneamente da conversa com Megan. Depois os olhos verdes desviaram-se para Maite e então voltaram para Megan. Alfonso disse algumas palavras e se dirigiu para a porta que dava acesso à cozinha. Menos de um minuto depois, ele estava entrando no quarto de Anahí. 

Maite: Qual é, Poncho? – Maite disparou – Vai ficar dando confiança para aquela louca? – Ele encarou a irmã, meneando a cabeça.

Alfonso: Mai, não tem nada a ver. 

Maite: Nada a ver? Fico com enjoo só de ver o quão dissimulada ela consegue ser. 

Alfonso: Ela não é assim, Mai, e nunca te deu motivos para que pensasse isso dela. – Maite não pôde evitar uma risada irônica.

Maite: Eu não sei se vocês homens são burros mesmo ou só se fazem. – Disse, apontando para ele enfaticamente. – Abra o olho, Poncho, depois não diga que eu não avisei. – Concluiu e pegou sua bolsa – Te vejo mais tarde, Any. – Despediu-se e saiu do quarto, os pés batendo mais fortes do que deveriam no assoalho. 

Anahí ainda estava parada perto da janela, quieta e os olhos fixos nele, quando Maite os deixou. 

Alfonso: Também vai me dizer que eu deveria abrir os olhos? – Perguntou. Anahí não respondeu, então ele continuou – Olha, Any, eu não sei o que foi que vocês viram, mas não estava acontecendo nada de mais. 

Em silêncio, ela se aproximou dele, parando à sua frente.

Alfonso: Não quero que fique imaginando coisas e...

Anahí: Sabe o que eu estou imaginando? – Ele balançou a cabeça em negação – Em como seria bom se você parasse de falar e me beijasse agora. 

Alfonso a olhou por um tempo, subitamente confuso. 

Anahí: Poncho, – Continuou, jogando as mãos ao redor do pescoço dele – eu não gosto da maneira como a Megan te olha, não gosto das intenções dela com você, e gosto menos ainda do fato de você parecer não se dar conta de quem ela realmente é. – Ele ameaçou dizer algo, mas Anahí não o deixou – Mas... Eu não vou perder o meu sono me preocupando com isso. Não vou desperdiçar um segundo sequer do tempo que temos juntos por causa disso. – Ela deslizou os dedos pelo rosto dele, abrindo um discreto sorriso – No fim das contas, por mais que ela queira, quem está aqui agora, a ponto de te jogar nessa cama, sou eu. E eu sei que você não gostaria que fosse ninguém mais além de mim. Porque eu confio em você. E porque eu te amo, e sei que esse sentimento é recíproco. – Quando Anahí terminou de falar, seus lábios estavam a milímetros dos dele. 

Alfonso ergueu a sobrancelha e deu um sorriso torto antes de segurá-la pela cintura e puxá-la para si. O corpo dela se chocou no dele com um baque surdo, e com as mãos apertadas em volta de Anahí, Alfonso deslizou os lábios pela lateral do rosto dela, até chegar ao seu ouvido.

Alfonso: Concordo com a parte de não desperdiçarmos tempo. – Sussurrou. 

Anahí: E o que mais? – Questionou, as palavras arrastadas em meio a um suspiro.

Alfonso: E com a parte de... – Mordiscou o lóbulo da orelha dela – eu não querer ninguém mais além de você. 

Anahí: E? – Anahí já não podia distinguir as palavras dele com clareza. De olhos fechados, ela sentia seu corpo ser tomado por aquele misto de sensações extasiantes tão comuns quando estava com ele.

Alfonso: E com o fato de eu te amar. Eu te amo, eu sou louco por você. – A pele de Anahí se arrepiou, e ela não sabia dizer se era pelo contato ou pelas palavras ditas. Ou, quem sabe, fosse pelo som grave e melodioso da voz dele, misturada com a respiração quente que batia em seu pescoço. – Mas, por ora, vamos esquecer a parte de você me jogar na cama.

Ele sentiu quando as mãos dela buscaram seus ombros, tentando afastá-lo. Anahí queria poder olhá-lo nos olhos a fim de decifrar o que ele queria dizer, mas, antes que ela o fizesse, Alfonso riu, mantendo o corpo dela colado ao seu. 

Anahí: Hm... – Resmungou, quando o sentiu chupar a pele logo abaixo de sua orelha. – Nada de cama, então? – Indagou com um sorriso satisfeito no rosto, compreendendo que a frase dele nada tinha a ver com "Não quero transar agora". 

Alfonso: Vamos tomar um banho. – Ele se afastou de Anahí apenas para passar um braço por debaixo dos joelhos dela, pegando-a no colo. 

Anahí: Eu já tomei banho. – Deu de ombros, insolente. – Poderia ficar só observando. 

Alfonso: Tenho certeza de que você acha a ideia de participar do espetáculo muito mais interessante. 

Anahí: O espetáculo seria você, Herrera?

Alfonso: Eu e o que eu vou fazer com você. – Arqueou as sobrancelhas enquanto sorria, provocando-a. 

Anahí mordeu os lábios, devolvendo o olhar desafiador dele. 

Anahí: Preferia dizer eu e o que eu vou fazer com você.

Alfonso: Nós e o que nós vamos fazer juntos? – Sugeriu, roçando o nariz no rosto dela. 

Assentindo, ela enterrou os dedos nos cabelos dele e buscou sua boca, beijando-a com pressa enquanto ele a carregava até o banheiro. 

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