Capítulo 34

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Dulce: Onde você estava? – Perguntou assim que Alfonso abriu a porta.

Alfonso: Andando.

Dulce: Você saiu de manhã, não disse aonde ia e volta só agora? Alfonso, são sete horas da noite!

Alfonso: Para, Dulce. – Exaltou-se. A confusão nos olhos dele era nítida. Alfonso estava perdido, não sabia ao certo o que sentir ou como agir.

Dulce: Poncho o que... – Ela levantou do sofá onde estava.

Alfonso: Para de me cobrar. Para de agir como se nunca tivesse ido embora. Chega desse teatrinho, Dulce.

Dulce: Meu Deus, Alfonso – A voz saiu falha – Do que você está falando? – Ela se aproximou dele, já com os olhos marejados, um enorme ponto de interrogação na mente.

Alfonso: Eu estou falando que nós não temos um casamento perfeito! Que se passaram 5 anos desde que tudo acabou e que eu não acredito nessa historinha que você me contou. – Gritou. Alfonso parecia outra pessoa. Pela primeira vez, depois que deixara Dulce voltar para a sua vida, ele parecia perceber que não era aquilo o que queria. Mérito de Maite, ou das horas agonizantes que passara andando no Central Park preocupado com Anahí. O rosto dela machucado, abatido, e ao mesmo tempo tão angelical, não lhe deixara um segundo sequer.

Dulce: Que historinha, Poncho? Do que você está falando? – Repetiu – Por Deus, está me assustando!

Alfonso: Qual é a verdade, Dulce? Por que foi embora? – Ele segurou os braços da mulher, tenso.

Dulce: Eu já disse! – Gritou exasperada – Eu tive medo.

Alfonso: Medo do que?

Dulce: Alfonso...

Alfonso: Dulce, fala a verdade, merda! – Ele a largou. Afastando-se, procurando controle.

Dulce: Poncho, o que deu em você? – Ela se aproximou devagar, tocando-o sutilmente o ombro.

Alfonso: Dulce, eu esperei 5 anos da minha vida! – Arfou – Esperei que voltasse para descobrir que, há muito tempo, não era isso o que eu queria.

Dulce: O que? Poncho, me desculpe se fiz algo que magoou você, eu...

Alfonso: Para. – Pediu, agora mais calmo – Dulce, eu acho que idealizei o que seria nós dois. Talvez porque quando você foi embora eu te amasse demais, mas o que eu sinto hoje está longe, muito longe, de ser amor.

Dulce: Está querendo se vingar de mim, é isso? Porque se for, Poncho, eu juro que já sofri o suficiente.

Alfonso: Não é vingança.

Dulce: O que é então?

Alfonso: Acabou.

Dulce: Não faz isso.

Alfonso: Eu vivi preso num sentimento que nem existia mais, Dulce. Acabou.

Dulce: Poncho, não.

Alfonso: Eu lamento. – Ele balançou a cabeça, encarando o rosto pequeno e molhado à sua frente.

Dulce: Não faz isso com a gente.

Alfonso: Não faz isso você. Hora de seguir em frente, Dul.

Dulce: Eu não quero seguir em frente. – Soluçou.

Alfonso: E eu não quero continuar preso no passado. – Ele a puxou pelas mãos, abraçando-a – Eu vou ficar no apartamento da Mai até que você arrume onde ficar.

Dulce: Não faz isso. – Murmurou.

Alfonso: Eu vou te ajudar no que precisar. – Ela se afastou. O rosto corado, o desespero crescendo dentro do peito. Não queria perdê-lo.

Dulce: Por que isso agora? Poncho, se foi o Christopher que te falou alguma coisa, não acredite. – Soltou apavorada.

Alfonso: O que? – Ele arqueou a sobrancelha.

Dulce: Esquece.

Alfonso: O que você quis dizer com isso? – Perguntou, o semblante rígido. A ruiva abriu os lábios, trêmulos, a voz parecia não querer sair.

Sorte. A campainha tocou.



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