Matthew e Alfonso eram amigos de longa data. O que o pouparia de ser submetido a uma série de perguntas que não poderia responder a respeito de Anahí. Claro que isso não significava que Matthew não o questionaria, ao menos, a respeito do que acontecera para que ela chegasse ali naquele estado.
Alfonso: O que houve? – Perguntou assim que Matthew fechou a porta de sua sala – Que tipo de cirurgia vão fazer nela? Como ela está?
Matthew: Poncho, somos amigos e eu vou ser sincero com você.
Alfonso: Prossiga. – Pediu, preocupado.
Matthew: Tentarei ser claro. – Disse, sentando-se à sua mesa – Ela chegou aqui com sérios ferimentos. Além das lesões superficiais e das escoriações na pele, diagnosticamos uma costela e o pulso esquerdo quebrados. Ela apresentou também um quadro sério de anemia e desidratação. – Alfonso assentiu, o maxilar rígido – Mas os problemas vão além disso. – Prosseguiu, olhando para a ficha de Anahí – Anahí sofreu um sério trauma renal. Alguns vasos que levam o sangue até o rim se romperam, ocasionando uma hemorragia.
Alfonso: Por isso ela vai ser operada?
Matthew: Exato. Não conseguimos conter o sangramento e ele se agravou. Por isso vamos recorrer à cirurgia – Matthew parou, analisando a ficha em suas mãos – Qual a sua relação com ela?
Alfonso: Nós... – Respirou fundo. Afinal, qual era a sua relação com ela? – Apenas colegas.
Matthew: Colegas?
Alfonso: Isso. – Afirmou.
Matthew: Conhece alguém da família? Alguém que precise ser avisado de que ela está aqui?
Alfonso: Os pais dela morreram há muito tempo. E, digamos que, o que restou da sua 'família' não deve ser levada em conta.
Matthew: Hm... – Assentiu – Entendo. Olhando para ela, percebe-se claramente que ela foi espancada. Você...
Alfonso: Eu não fiz isso! – Rebateu de pronto.
Matthew: Meu Deus, Poncho, é óbvio que não. Eu não cogitei isso. – Defendeu-se – Somos amigos, eu conheço você. Eu ia perguntar se foi você quem a encontrou nesse estado, se viu quem fez isso com ela. – Primeiro, Alfonso pensou em mentir. Por mais que confiasse no amigo, aquela era uma história longa e polêmica demais para ser contada. Mas e se Anahí contasse quando acordasse? E se Christopher viesse atrás dela no hospital? Ele teria de contar para protegê-la, ainda que isso colocasse em risco a carreira de Uckermann.
Alfonso: É uma longa e complicada história, Matt. – Confessou, sendo interrompido pelo telefone que soava baixo sobre a mesa.
– Doutor Davis, a paciente já está pronta. – Anunciou a voz suave do outro lado da linha.
Matthew: Bom, não tenho tempo para ouvir histórias longas agora, mas conversamos mais tarde. – Disse – Pode me esperar aqui mesmo. Assim que terminarmos, venho falar com você.
Assim que Alfonso ficou sozinho, ele afundou o rosto entre as mãos. Cansado, deixou que tímidas lágrimas escorressem de seus olhos. Jamais esteve tão preocupado, tão perdido. E era inevitável que, de certa forma, se sentisse culpado por Anahí estar ali.
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Let Me Go
FanfictionEra só para ser mais um trabalho. Ela o faria, o deixaria e seguiria a sua vida. Autossuficiente demais, fria demais, sádica demais, Anahí Portilla era incapaz de amar qualquer pessoa que não fosse ela mesma. Acontece que o destino adora pre...