Capítulo 149

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Anahí: Droga! – Rosnava, batendo no estofado do carro. A inutilidade de qualquer movimento que fizesse, somada a angustia de relembrar aquela conversa com Pedro a sufocava. – Paul... Meu Deus. – Lamentava-se ofegante, os olhos marejados e perdidos na escuridão daquele porta-malas. – Por favor... Deus, ele não pode... – Rogava baixinho, torturada, quando sentiu seu corpo bater com força na lataria. A freada brusca cessou o movimento daquele veículo. Então ouviu-se gritos do lado de fora. E ela aproveitou para gritar também.

Anahí: Me tire daqui!

Nada.

– Abaixe a arma! – Ela ouviu alguém bradar.

Então seguiu-se uma sequência de tiros. Com as mãos protegendo a cabeça, Anahí tentava chutar aquela porta para que ela abrisse. Precisava sair dali, estava no meio do fogo cruzado, tinha certeza.

– Você não tem para onde ir! Abaixe a arma! – A mesma voz gritou.

Então, inesperadamente, o porta-malas abriu. Pedro a arrancou para fora do carro, mantendo o corpo dela preso ao seu e a arma apontada para a sua cabeça.

Pedro: Não ouse dar um passo sequer. – Ameaçou, frio, os olhos vidrados em Uckermann.

Christopher: Não torne as coisas mais difíceis pra você, Damián.

Pedro: Nem um passo sequer. – Repetiu, arrastando os pés para a porta do passageiro. Com metade do corpo para fora do carro, ocupando o banco do motorista, um capanga de Pedro segurava a arma apontada para Denny.

Christopher: Damián, é a última vez que eu estou pedindo. Abaixe a arma.

Ele não abaixou.

Denny: Ucker... – Sussurrou.

Com um leve sinal de cabeça, Uckermann autorizou a ação.

Dois outros policiais entraram em cena, ao mesmo tempo. Um desarmando e imobilizando o capanga de Damián e o outro apontando a arma para a cabeça de Pedro. Ele ouviu o policial puxar o gatilho, bem às suas costas.

Policial: Acabou pra você, cara.

Pedro: Isso não vai ficar assim, você me ouviu? Não vai ficar assim. – Murmurou ao ouvido de Anahí. Então ergueu as duas mãos, soltando-a, rendendo-se enfim.

No mesmo instante, o policial o desarmou e o algemou.

Christopher: Anahí! – Ucker correu na direção dela, colocando a arma no coldre – Hey! Acabou.

Quando tocou seu ombro, percebeu que ela tremia.

Christopher: Anahí, acabou. – Repetiu na tentativa de acalmá-la.

Mas ela não estava nervosa pelo que acabara de passar. Estava angustiada. E por um outro motivo.

Anahí: Paul... Uckermann, eu tenho que encontrar o Paul.

Christopher: Quem é Paul?

Anahí: Meu Deus, ele disse que o matou... – A voz dela falhou no final da frase e as lágrimas ganharam vazão. – Nós precisamos achá-lo. Ele não pode estar morto. – Disse entre soluços – Temos que voltar para a boate.

Christopher: Não havia ninguém na boate, Anahí. – Disse paciente, compassivo.

Anahí: Então vamos procurar fora de lá. Temos que achá-lo. Temos que achá-lo, por favor.

Christopher: Anahí... – Ele meneou a cabeça, parecia chateado – Eu preciso levar você para a delegacia. Me desculpe.

Anahí: Christopher, por favor! – Pediu, secando os olhos com as costas das mãos – Você sabe que eu não vou fugir! Mas eu preciso achar o Paul!

Christopher: Anahí, nós vamos tentar achar o seu amigo. Mas antes eu preciso levar você para a delegacia.

Anahí: Christopher, você não está entendendo! – O controle que já havia se esvaído há muito, perdeu-se um pouco mais – Como é que você vai achá-lo se nem sequer sabe qual é o rosto dele? Pelo amor de Deus! Uckermann, ele estava na boate por minha causa, porque queria me ajudar! Você entende isso? Entende que o meu amigo pode ter morrido por minha causa?

Denny: Ucker, precisamos ir. Eles já levaram a minivan com o Damián e o outro cara, temos que seguir para a delegacia também.

Uckermann ouviu-o, mas ficou em silêncio durante alguns segundos, escutando apenas os soluços baixinhos de Anahí.

Christopher: Antes vamos voltar para a boate e vasculhar mais um pouco. Vamos encontrar o amigo dela.

Denny não relutou, apenas assentiu, e com um "obrigada" de Anahí eles foram para o veículo parado no acostamento da estrada.

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