Depois do episódio de terça-feira, Alfonso sumiu outra vez. Não apareceu para vê-la durante o resto da semana.
Era sexta-feira, no final da tarde Anahí receberia alta e voltaria para a delegacia.
Ela já estava sem os aparelhos e o soro. Perto das seis, um carro da polícia viria buscá-la. Mas agora não passava das três. Entediada e um tanto desolada, ela observava o leve chacoalhar da cortina. Uma leve brisa entrava pela janela e ela, devagar, se levantou, caminhando a passos lentos e observando a vista que tinha à sua frente. A paisagem não era das melhores, a janela do seu quarto, no terceiro andar, dava vista para o estacionamento do hospital, mas, ainda assim, a visão que tinha era infinitamente mais acolhedora do que a que teria pelos próximos dias, meses ou, quem sabe, anos.– Venha comigo. Agora!
Anahí virou o rosto bruscamente para fitar Alfonso que, com pressa, caminhava até ela.
Anahí: Para onde?
Alfonso: Confie em mim, Anahí. Eu sei o que eu estou fazendo.
Anahí: E o que você está fazendo?
Alfonso: Uma grande idiotice. Mas é uma idiotice consciente. – Puxando a mão dela, ele a levou até a porta – Eu estou salvando você.
Claro que ela não conseguiu assimilar tudo o que estava acontecendo ali. Mas ter o homem que ela amava, puxando-a pela mão e dizendo que iria salvá-la não deixou margem para contestações. Ainda que perdida, ela foi com ele.
Matthew: Escadas. Terceira porta à direita. – Disse Matt assim que Poncho saiu do quarto com ela. O policial que deveria estar ali de vigia, não estava.
E poucos minutos depois eles estavam entrando em um carro preto, de vidros escuros, partindo para longe dali.
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Let Me Go
FanfictionEra só para ser mais um trabalho. Ela o faria, o deixaria e seguiria a sua vida. Autossuficiente demais, fria demais, sádica demais, Anahí Portilla era incapaz de amar qualquer pessoa que não fosse ela mesma. Acontece que o destino adora pre...