Capítulo 91

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Alfonso: Um pouco tenso. Michael cogitou que eu pudesse ter tirado Anahí do hospital.

Megan: Como eu disse. E aí?

Alfonso: Consegui enrolar ele, mas não posso dar muita bandeira. 

Megan: Vai ser por pouco tempo, Poncho. – E as mãos dela, pousaram sobre as dele, apoiadas nos joelhos. 

Anahí não conteve um triste e baixo suspiro, ela iria voltar para a cozinha, quando ouviu a voz de Andrew atrás de si.

Andrew: Ah, então vocês estão aí! Vamos jantar! 

Megan e Alfonso viraram o rosto ao mesmo tempo. Megan rolou os olhos, enfadada. E Alfonso? Bom, os olhos dele paralisaram em Anahí. 

Os cabelos soltos, um tanto desgrenhados, uma calça de moletom cinza claro e uma regata rosa, os traços tão perfeitos revelados com delicadeza pela luz fraca.

Alfonso: E aí? Como se sente? – Perguntou, levantando.

Anahí: Bem. Me sinto melhor. – Ela o viu se aproximar, ficando a um passo dela.

Alfonso: Os machucados estão mesmo melhores. – Ele observou o leve corte que ela tinha no supercílio, quase cicatrizado.

Anahí: É, estão sim.

Alfonso: E o pulso?

Anahí: Louca para tirar esse gesso.

Alfonso: Matthew recomendou que você ficasse com ele mais uns quinze dias. 

Anahí: Eu ouvi você dizer que Michael desconfiou de você... – Mudou de assunto.

Alfonso: Já resolvi isso. Planejei tudo para não deixar pontas soltas.

Anahí: Você se arriscou demais, não podia ter feito isso.

Alfonso: Podia sim. E já disse que não me arrependo. 

Anahí ficou em silêncio, abaixando os olhos. Alfonso fez o mesmo.

Andrew: Ahm... Desse jeito a sopa vai esfriar. – Alertou, quebrando aquele incômodo silêncio.

Megan: Venha, Poncho – Chamou-o, envolvendo os braços na cintura dele – Vamos jantar.

Os três entraram, Anahí ficou mais um tempo lá fora, observando o extenso gramado do jardim.

Anahí: Seria mais fácil ter continuado presa. – Murmurou para si mesma. Ver Megan pendurada em Alfonso não era lá algo muito agradável. Ela não pensou que seria tão difícil vê-lo seguir em frente. 

Sem que se desse conta, ela já estava a alguns passos da varanda, andando pelo jardim. Olhando as estrelas que cintilavam no céu, ela deu a volta na casa, deixando que suas pernas a guiassem e sua mente esvaziasse. Anahí só foi parar quando chegou às árvores que delimitavam o final do quintal e o começo de um bosque, desses que existem aos montes em cidades do interior. 

Alfonso: O que pensa que está fazendo? – A voz grave e dura de Alfonso a fez virar num rompante. 

Anahí: Eu só estava andando um pouco. Não ia fugir. – Alfinetou.

Alfonso: Seria uma grande idiota se fugisse. – Soltou, ríspido.

Anahí: E você foi um grande idiota me tirando do hospital. –Respondeu no mesmo tom.

Alfonso: Você deveria ser mais agradecida, Anahí. 

Anahí: Mas eu sou. Sou muito grata pela sua intenção. Mas nãosuporto que me tratem como se eu fosse uma criança, não suporto que me tratemcom pena, Alfonso. Eu não preciso da sua compaixão!

Alfonso: E do que você precisa, Anahí? – E instintivamente eleestava segurando os ombros dela.

Ela precisava dele,do amor dele. Aquela era a resposta que morreria na garganta por falta decoragem, excesso de altruísmo e uma pitada de orgulho. 

Anahí: Eu preciso que você pare de se culpar pelo queaconteceu. – Ele meneou a cabeça, soltando os ombros dela.

Alfonso: Era o meu filho.

Anahí: E que destino essa criança teria, Alfonso? Um filhoseu comigo, a mulher quevocê odeia. – E sim, ela falou na esperança de que ele dissesse o contrário.

Alfonso: Mas seria o meu filho, Anahí, e eu o amaria dequalquer forma.

Anahí: Você terá outros filhos. Esqueça isso que aconteceu!

Alfonso: É um tanto cedo para esquecer.

Anahí: Talvez quando eu for embora seja mais fácil.

Alfonso: É, talvez.    

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