Capítulo 150

918 74 0
                                    

           

Quando os três chegaram à Deluxe, tudo continuava vazio. No entanto, o escritório de Pedro parecia ter sido assolado por um vendaval. As gavetas estavam escancaradas e haviam papéis jogados por todo lado.

Christopher: Alguém deve ter passado por aqui e destruído qualquer prova que pudesse estar escondida nesse escritório.

Denny: Mas a confissão que temos e os últimos fatos já são um motivo para mantê-lo sob nossa custódia.

Christopher: Vamos procurar nos outros cômodos.

A cada porta aberta o coração de Anahí ficava mais apertado. Havia ainda alguma esperança de que Paul estivesse vivo?

Christopher: Anahí, é melhor você não entrar aqui. – Disse, parado em frente a uma das portas.

Uckermann mal acabou a frase e ela irrompeu aquele quarto, para depois parar aterrorizada em frente à cama. Com as mãos levadas à boca, o choro foi alto e desesperado.

Anahí: Não! Não! Não! Não! – Repetia, incansáveis vezes, vendo o corpo de Paul imóvel no chão ao lado da cama. – Não... Paul... Meu Deus! – Ajoelhando junto a ele, segurou o rosto do amigo entre as mãos – Não, Paul, não... – Então cobriu o próprio rosto com as mãos trêmulas, e despencou sobre o peito dele. Chorando. Deixando a dor lancinante da perda tomar conta dela.

Christopher: Eu sinto muito.

Não houve nenhuma resposta da parte dela. E não haveria durante vários minutos. Anahí queria apenas ficar ali, vivendo o seu luto, sofrendo pela perda de uma das poucas pessoas que amava.

Sabendo que ela precisava daquele tempo, Ucker saiu do quarto e juntou-se a Denny. Ambos parados no corredor logo após a porta.

Denny: Sinto pena dela.

Christopher: Eu também. São perdas demais acumuladas num período tão curto de vida.

Encostados na parede, eles esperaram até que ela estivesse pronta para falar qualquer coisa. E demorou horas para que isso acontecesse.

Anahí: Precisamos dar um enterro digno a ele. – Os dois a olharam, parada na porta, os olhos inchados e vermelhos, mas secos – Ele merece isso.

Christopher: Faremos isso.

Anahí: Ele precisa de um funeral também. Tudo do jeito que deve ser.

Christopher: Tudo bem.

Denny: Ele tem família aqui? Podíamos entrar em contato com a família dele.

Anahí: Não. O Paul sempre foi sozinho. Não tinha contato com os pais, apenas com uma tia ou algo assim, mas raramente falava dela. Mas ainda assim ele precisa de um funeral.

Denny: Claro. – Concordou.

Christopher: Vamos? Temos que seguir todos os procedimentos para que ele tenha um funeral e um enterro digno. – Ela assentiu – Eu vou cuidar de tudo. Vou pedir para que venham buscá-lo.

Anahí: Posso dar um telefonema antes de irmos para a delegacia?

Christopher: Como quiser.

Anahí tomou o caminho para o escritório de Damián, de lá ligou para o celular de Christian. Ele não atendeu, obviamente pensando ser Pedro. E era melhor que não atendesse.

Anahí: Hey, Chris, sou eu, a Anahí. Eu não sei exatamente até que ponto você sabia do plano que eu tinha em mente. Nunca quis que você e o Paul se envolvessem nisso. Mas não foi o que aconteceu. Eu sinto muito. Sinto muito mesmo. – Suspirou, a melancolia sendo gravada na caixa de mensagens – O Paul... O Paul já não está entre nós. Ele... – Outro suspiro, desgostoso, doloroso – Enfim, precisava te avisar. Faremos um funeral para ele. E... Bom, eu espero que você esteja bem.

Let Me GoOnde histórias criam vida. Descubra agora