Quando os três chegaram à Deluxe, tudo continuava vazio. No entanto, o escritório de Pedro parecia ter sido assolado por um vendaval. As gavetas estavam escancaradas e haviam papéis jogados por todo lado.
Christopher: Alguém deve ter passado por aqui e destruído qualquer prova que pudesse estar escondida nesse escritório.
Denny: Mas a confissão que temos e os últimos fatos já são um motivo para mantê-lo sob nossa custódia.
Christopher: Vamos procurar nos outros cômodos.
A cada porta aberta o coração de Anahí ficava mais apertado. Havia ainda alguma esperança de que Paul estivesse vivo?
Christopher: Anahí, é melhor você não entrar aqui. – Disse, parado em frente a uma das portas.
Uckermann mal acabou a frase e ela irrompeu aquele quarto, para depois parar aterrorizada em frente à cama. Com as mãos levadas à boca, o choro foi alto e desesperado.
Anahí: Não! Não! Não! Não! – Repetia, incansáveis vezes, vendo o corpo de Paul imóvel no chão ao lado da cama. – Não... Paul... Meu Deus! – Ajoelhando junto a ele, segurou o rosto do amigo entre as mãos – Não, Paul, não... – Então cobriu o próprio rosto com as mãos trêmulas, e despencou sobre o peito dele. Chorando. Deixando a dor lancinante da perda tomar conta dela.
Christopher: Eu sinto muito.
Não houve nenhuma resposta da parte dela. E não haveria durante vários minutos. Anahí queria apenas ficar ali, vivendo o seu luto, sofrendo pela perda de uma das poucas pessoas que amava.
Sabendo que ela precisava daquele tempo, Ucker saiu do quarto e juntou-se a Denny. Ambos parados no corredor logo após a porta.
Denny: Sinto pena dela.
Christopher: Eu também. São perdas demais acumuladas num período tão curto de vida.
Encostados na parede, eles esperaram até que ela estivesse pronta para falar qualquer coisa. E demorou horas para que isso acontecesse.
Anahí: Precisamos dar um enterro digno a ele. – Os dois a olharam, parada na porta, os olhos inchados e vermelhos, mas secos – Ele merece isso.
Christopher: Faremos isso.
Anahí: Ele precisa de um funeral também. Tudo do jeito que deve ser.
Christopher: Tudo bem.
Denny: Ele tem família aqui? Podíamos entrar em contato com a família dele.
Anahí: Não. O Paul sempre foi sozinho. Não tinha contato com os pais, apenas com uma tia ou algo assim, mas raramente falava dela. Mas ainda assim ele precisa de um funeral.
Denny: Claro. – Concordou.
Christopher: Vamos? Temos que seguir todos os procedimentos para que ele tenha um funeral e um enterro digno. – Ela assentiu – Eu vou cuidar de tudo. Vou pedir para que venham buscá-lo.
Anahí: Posso dar um telefonema antes de irmos para a delegacia?
Christopher: Como quiser.
Anahí tomou o caminho para o escritório de Damián, de lá ligou para o celular de Christian. Ele não atendeu, obviamente pensando ser Pedro. E era melhor que não atendesse.
Anahí: Hey, Chris, sou eu, a Anahí. Eu não sei exatamente até que ponto você sabia do plano que eu tinha em mente. Nunca quis que você e o Paul se envolvessem nisso. Mas não foi o que aconteceu. Eu sinto muito. Sinto muito mesmo. – Suspirou, a melancolia sendo gravada na caixa de mensagens – O Paul... O Paul já não está entre nós. Ele... – Outro suspiro, desgostoso, doloroso – Enfim, precisava te avisar. Faremos um funeral para ele. E... Bom, eu espero que você esteja bem.
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Let Me Go
FanfictionEra só para ser mais um trabalho. Ela o faria, o deixaria e seguiria a sua vida. Autossuficiente demais, fria demais, sádica demais, Anahí Portilla era incapaz de amar qualquer pessoa que não fosse ela mesma. Acontece que o destino adora pre...