Eu estava andando pelo centro da cidade com meu carro, puto pra um Caralho, enquanto olhava a neblina naquele dia tão frio, do jeito que eu gostava.
Aquela garota estava me dando nos nervos.
E aquele tal de Ethan estava me deixando ainda mais puto.
Devo fazer alguma coisa imediatamente, pra tirar aquele desgraçado do meu caminho.
Claire está me provocando e eu não estou gostando disso.
Detesto ser provocado.
Mas por agora, respirei fundo e continuei dirigindo.
E mais uma vez eu dirigia sem rumo pela longa estrada fria de nova Jersey.
Eu pensei em comprar um whisky, vinho ou comer fora, quem sabe.
Era um pouco arriscado, já que eu era um serial killer.
Mas pensando bem, ninguém havia me visto por trás daquela máscara.
Então virei à esquerda, em direção à um bar que também era um restaurante, um pouco distante do centro da cidade, que ficava perto do mar e proporcionava uma vista esplêndida do mesmo, e continuei pela estrada.
E depois de um tempo olhando para além das névoas, percebi que algo cheirava à queimado.
E vi uma fumaça que ficava cada vez mais escura, subir.
Estranhei aquilo, e fui em direção à fumaça.
E estava cada vez mais perto.
Aumentei a velocidade do meu opala enquanto me aproximava cada vez mais.
Logo notei, que um carro estava prestes a explodir.
Havia batido em uma das grandes árvores da cidade, um pinheiro dos altos, e vi um homem sentado no chão, sinalizando pra mim.
Ele parecia estar pedindo ajuda.
Aparentemente meio bêbado, e sem o mínimo de consciência.
Seu cabelo era azul escuro, e sua feição era preocupada.
Porra... eu Não queria ter que descer, mas esse cara parece inútil demais pra se livrar da explosão do próprio carro.
Eu não sei, mas senti que tenho que descer do opala e ir até ele.
Levei as mãos até a porta, e a abri descendo logo em seguida.
- Cara, eu acho melhor você sair daí, seu carro bateu com muita força e vai explodir.
Ajeitei minha camisa e me aproximei dele.
O olhei, ele me parecia ser famíliar, mas que Caralho eu estou pensando?
Ele então me olhou nos olhos, e os dele se marejaram, suas lágrimas corriam feito um rio.
-R-RAFAEL??! GRAÇAS A DEUS!!! GRAÇAS A DEUS TE ENCONTREI!
ele gritou com lágrimas nos olhos, e se levantou, ainda cambaleando pra me abraçar.
Como assim "Encontrei"?
Como ele sabia meu nome???
E a voz dele! Porra, é reconhecível...
Eu a conheço, de algum lugar.
O rosto dele é reconhecível!
Mas que merda está acontecendo?
Sem entender aquele momento e ainda tentando processar tudo, o afastei de mim e o Olhei, tentando me lembrar de onde eu conhecia ele.
- Como sabe meu nome?
Perguntei, o olhando, e tive mais uma vez a sensação de que conhecia aquela voz de algum lugar.
Ele então se manteu de pé, com muito sacrifício, chorando como uma criança, e pôs uma mão sob meu ombro.
- RAFAEL... SOU EU CARA! DYLAN! EU ESTIVE DE ESTRADA EM ESTRADA TE PROCURANDO!!!
DYLAN???
MAS PORQUÊ ESSE DESGRAÇADO APARECEU ASSIM, DO NADA?
Na hora meu coração disparou de ódio puro e rancor.
Esse filho da puta... havia deixado eu e todo o clã Blacktide na mão, ele fugiu em meio à uma guerra, e enquanto todos os nossos amigos morriam da forma mais cruel ele estava tranquilo, pegando um avião de volta pra nova York.
Se esse merda quis fugir, então porque me procurou agora?
Seja lá oque ele tiver pra falar, só quero que ele se foda.
O olhei com desprezo e o empurrei pra longe de mim.
- ME PROCURANDO??? QUE TAL PROCURAR POR NOSSOS AMIGOS MORTOS??? SEU PORRA!!!
gritei, deixando a raiva me dominar enquanto lembrava de todos que eu conhecia tendo suas vidas tiradas, enquanto ele estava numa boa, longe de todo aquele mar de sangue.
Ele então ainda tropeçando como um inseto inútil, se escorou no capô de seu carro que estava prestes a explodir, e com lágrimas nos olhos me olhou.
- RAFAEL ME DESCULPA!! EU NÃO ENTENDO OQUE DEU EM MIM NAQUELE DIA! SEI QUE SOU CULPADO PELO QUE ACONTECEU, MAS PORFAVOR... PRECISO FALAR COM VOCÊ CARA!
Ele implorava, com os olhos inchados de tanto chorar, e eu o olhava com um olhar duvidoso e rancoroso, de ódio e repulsa dele, nunca vou esquecer oque ele fez.
Antes que eu fizesse qualquer coisa, vi uma fumaça preta sair do motor do carro, e empurrei Dylan pra perto do meu opala.
Aquela merda ia explodir, e eu também queria saber oque ele tinha pra me falar.
Apesar de tudo, a curiosidade me dominava.
- ME DÊ UMA ULTIMA CHANCE!! SÓ PRECISO FALAR COM VOCÊ!!
Olhei pra Dylan, e Assenti.
Não que isso vá limpar as mágoas que eu tenho dele, mas quero ouvir oque ele tem a dizer.
Quero ver até onde ele segura essa cara de pau.
- Ok... entra no meu carro, porque esse aí vai explodir.
Falei e dei a volta, indo até a porta e abrindo pra ele.
Dylan estava detonado, bêbado... ou drogado, sei lá.
Mas estava mal pra um cacete.
Suas roupas, que era um elegante terno vermelho e calça social vermelha, estavam com marcas de queimado e rasgos em várias partes.
Ele estava com olheiras enormes, parecia ter ficado sem dormir por horas.
Ele veio ainda tonto até a porta, e se sentou no banco do passageiro ao lado do banco do motorista.
Fechei a porta, e dei a volta, entrando no carro.
- Obrigado Rafael, obrigado por ainda aceitar me ouvir...
Ouvi a voz rouca e trêmula dele sussurrar, como sinal de agradecimento e alívio.
O olhei sem expressão, enquanto dava a partida, espero que ele não pense que o perdoei, porque isso nunca irá acontecer.
Por mais que eu volte a falar com Dylan, jamais vou esquecer o quanto meus amigos poderiam estar vivos agora, incluindo Caio...
Mas não estão, tudo por conta da covardia desse merda.
- Espero que não pense que te perdoei, porque você vai se iludir.
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Entre Amor E Mortes
HorrorCÓPIA E PLÁGIO É CRIME!!! DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS! Uma garota com tendências suicidas cruza o caminho de um Assassino em série. Oque pode dar errado? TUDO. Rafael foi diágnosticado com psicopatia aos treze anos de idade, e entendeu o motiv...