Capítulo cento e oitenta e seis - Meu doce anjo.

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Acordei devagar com uma luz forte incomodando meus olhos cansados, sentindo meu corpo fraco doer

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Acordei devagar com uma luz forte incomodando meus olhos cansados, sentindo meu corpo fraco doer.
Eu estava péssimo.
E porquê? Bom, essa é a parte ruim de ser "pobre".
apenas mais um na sociedade, mais um lutando pra sobreviver com pouco. que, mesmo estando feliz com oque tem, passa alguns maus bocados. Como agora.
Eu trabalho em uma floricultura no turno da tarde, e infelizmente não ganho muito por trabalhar apenas metade do que eu deveria, por conta da escola.
Meu salário é menos que mínimo, e infelizmente esse mês ele atrasou.
Já estou há uma semana sem um tostão sequer, minha comida foi ficando escassa, e então agora já não tenho mais nada em minha geladeira.
Oque fez eu vir pra aula de estômago vazio.
Frágil, fraco e exausto.
E tudo ficou pior quando tive que assumir novamente minha posição de líder dentro da escola, recentemente me nomearam responsável pelas atividades físicas da escola, já que eu era bom nisso e eu tive que treinar pesado pra cuidar de tudo que me pediram.
Oque me esgotou ainda mais, mas eu não queria preocupar ninguém e me esforcei para poder ajudar os outros alunos.
Mas a verdade é que a fome era tanta, que havia até mesmo começado a doer.
Droga, eu me senti péssimo, comecei a ficar tonto, minha visão estava embaçando e a dor só me atacava ainda mais brutalmente.
Tentei seguir forte novamente como sempre fiz, já que essa não é a primeira vez que passo por isso, e então, ela apareceu.
Minha doce garota, usando o uniforme de tenis da escola, estava tão linda quanto uma estrela brilhante no céu.
Ou uma linda flor, se destacando entre todas as outras em um campo.
Deus, como ela é linda.
Claire estava com nosso professor, o professor Flint, eles estavam conversando e caminhando pela escola, até que chegaram até mim.
Eu não pude deixar de olhá-la, ela usava um suéter macio e fofo por cima do uniforme, tentando se proteger do frio que fazia lá fora, oque não adiantava muito, já que ela estava com a saia curta que fazia parte do uniforme.
Nós não podíamos nos falar e nem ficar próximos como antes, já que ela estava com aquele desgraçado, mas eu via em seus olhos que ela me desejava naquele momento um doce bom dia.
Vê-la me distraiu um pouco da dor, mas mesmo assim ela não parou de me torturar.
O professor Flint logo nos deixou ali, sozinhos, e minha doce princesa por mais que soubesse do perigo que era aquilo, resolveu voltar a falar comigo.
Ela foi meiga e carinhosa como sempre fora, seu sorriso amável iluminava meu dia nebuloso e cansativo, eu até mesmo tentei elogiá-la, mas como esperado, falhei miserávelmente, gaguejando como um idiota.
Mas ela ficou feliz e agiu amorosa, como sempre foi comigo.
Isso me deixou mais tranquilo.
Depois ela me deu os parabéns por eu ter me tornado líder das atividades físicas, e conversamos um pouco.
Eu estava péssimo e ela notou, claro. Claire me conhece há muito tempo e nota quando algo em mim muda rapidamente.
Ela perguntou se eu estava bem, e eu disse que sim, é claro.
Eu não queria deixar minha melhor amiga preocupada comigo, de modo algum.
Então, ela me pediu um uniforme extra de tênis, e eu fui ajudá-la.
Adília não nos tratou muito bem, como sempre é claro. E como resultado me estressei e tudo que eu estava sentindo juntou -se à fome, oque resultou em uma tontura terrível e logo, um desmaio.
A última coisa que senti foi a dor aguda de minha cabeça batendo no chão e meu corpo fraco caindo, e depois disso tudo, só abri meus olhos novamente quando já estava na enfermaria da escola.
A luz forte e branca me forçou a abri-los, mesmo que eu não quisesse.
Meu corpo estava dolorido, e meu estômago estava revirando de fome.
Ficar sem comer é mesmo horrível...
- Ah... droga...
Levei uma mão até meu estômago, pra tentar inutilmente amenizar um pouco a dor.
- ETHAN!!! VOCÊ ACORDOU!!
Uma voz doce e angelical chamou meu nome enquanto Passos se aproximavam de mim e logo eu senti um calor contra meu corpo, um abraço meigo e amoroso.
Era ela... Minha Clarinha.
Pisquei os olhos várias vezes tentando desembaçar um pouco minha visão, oque começou a funcionar, e então a vi.
Ela estava abraçada à mim, aparentando estar preocupada.
- M-Minha princesa...
Acariciei seus longos cabelos loiros e me esforcei ao máximo para dar um beijo em sua testa.
Ela esteve aqui comigo esse tempo todo?
Meu Deus...
- Você está melhor? Como está se sentindo?
Perguntou ela, visivelmente preocupada, seus olhos estavam lacrimejando e ela parecia ter chorado há alguns minutos atrás.
- A-Ah... eu....
Engoli em seco, tentando dizer que eu estava bem para não preocupá-la.
Mas ela me interrompeu, se soltando de nosso abraço e ficando de pé, me encarando profundamente com um olhar triste.
- não minta pra mim de novo, Ethan, porfavor...
Ela disse em voz baixa, levando sua mão pequena e macia até a minha, a segurando.
Naquele momento, eu fui colocado contra a parede.
Droga... Eu me sinto horrível por ter mentido pra ela, mas... Eu não queria deixar Claire preocupada comigo, ela já tinha tantos problemas... Eu não deveria empurrar os meus nela.
Minha intenção não foi enganá-la, eu odiava mentir pra ela, mas... Era necessário.
Claire precisa de paz, de descanso, e eu sei que ela não descansaria se soubesse do que estou passando.
Suspirei fundo, e apertei sua mão carinhosamente, entrelaçando meus dedos nos dela.
Levantei a cabeça para olhar em seus olhos, escuros e cheios de lágrimas.
E então, apenas disse a verdade...
Não quero que ela pense que sou um mentiroso, então decidi não esconder mais isso, eu só espero que ela não surte de preocupação.
-... M-Me desculpe, porfavor meu anjo, eu... menti pra você e me arrependo muito por ter feito isso, mas eu não menti por mal, eu só... não queria ter que te preocupar, você precisa de paz e não de mais problemas...
Controlei uma lágrima que ameaçou cair de meus olhos quando comecei a pensar...
Porque diabos eu pensei em me casar com Claire?
Meu doce anjo... merece tudo de bom e de melhor que há, e eu não seria capaz nem de dar o básico pra ela.
Eu sou mesmo um idiota sonhador...
Desejando ter o impossível.
- C-Como assim problemas?
Ela perguntou, se inclinando na maca ficando mais próxima à mim, e então segurou minha mão entre as suas, tão macias e confortantes.
O toque mais delicado e suave de toda a terra.
- P-Porfavor me diga! Não é justo você esconder seus problemas de mim, ethan! Porquê então eu deveria te contar os meus? Porquê você tem que
Lidar com minhas nuvens de chuva enquanto eu olho as suas e não posso fazer nada?
Ela disse em um tom mais alto, me despertando dos meus pensamentos confusos, seus olhos cheios de lágrimas, ela havia começado a chorar novamente...
Mas bem, ela está certa... lembro bem que fizemos uma promessa há um tempo atrás, que iríamos sempre compartilhar nossas tristezas e alegrias.
E eu a quebrei...
Suspirei fundo e a abracei fortemente, colocando seu rosto contra meu peito.
- Me perdoa meu anjo, eu... s-só não queria te sobrecarregar... Mas eu vou te contar, e-eu juro.
Ela então me abraçou de volta firmemente também, parecia preocupada sem nem mesmo ouvir o que estava acontecendo.
Droga, imagine então quando ela souber?
Não quero vê-la preocupada, mas... ela não merece ser enganada.
- Claire, e-eu... estou passando por umas dificuldades em casa, eu acho que já te contei que consegui um trabalho, mas eles pagam muito pouco já que só posso trabalhar durante a tarde. E... bem, às vezes atrasam o pagamento, que foi o caso...
Então toda a minha comida ficou escassa rápido, e eu não pude repor.
Engoli minha própria saliva sentindo meu corpo estremecer enquanto dizia a verdade, e também quando vi ela rapidamente se levantar e me olhar com seus lindos olhos escuros, arregalados de surpresa, e oque eu mais temia: preocupação.
- E-Então o motivo... de você ter desmaiado... f-foi...
Seus olhos se encheram de lágrimas novamente, enquanto ela tentava absorver tudo oque eu falei.
Então suspirei fundo, e assenti.
- acho que sim, já que eu não como nada desde ontem e fiz alguns exercícios pesados essa manhã...
Suspirei fundo, e me encostei na maca da enfermaria.
Ela então se inclinou e me abraçou novamente.
Deus... que abraço quente e macio.
Eu me sentia tão bem ali, com ela.
Tão bem que nem mesmo me importo mais com a dor do meu estômago
Claire era como um anjo, um anjo que só de estar perto de mim, afastava todo o meu sofrimento.
Ela era minha luz, minha alegria.
- Ethan... v-você não precisava ter escondido isso de mim, eu iria te ajudar com todo prazer e você sabe disso... Eu te disse que você poderia contar comigo em todos os momentos, e aqui estou eu! N-não minta mais pra mim, porfavor...
Ela encostou a cabeça sob meu peito e chorou baixinho, ainda me abraçando.
Oh Deus, eu não queria deixa-lá preocupada... Mas mentir era ainda pior.
Eu pude ver o quanto a decepcionei escondendo minha situação dela, quando na verdade tínhamos feito uma promessa.
Nunca mentir um pro outro.
E eu a desapontei e isso machucou meu doce anjo.
Então a partir de agora, não quero nunca mais mentir para minha princesa.
- Eu sei que eu errei... te peço perdão, meu anjo, mil vezes perdão, eu só não queria te deixar preocupada... prometo que não vou esconder mais nada de você, tudo bem?
Sorri, um sorriso fraco e forçado, mas verdadeiro. Enquanto eu beijava devagar sua testa.
E então, ela se levantou e me olhou.
Seu olhar era triste, preocupado.
Mas ela deu um sorriso doce e compreensivo.
Como sempre, ela me compreendeu, e não me culpou por mentir pra ela.
- E-Entendo que você não queria me preocupar, mas eu sou sua amiga, é minha obrigação te ajudar e fazer você feliz, então p-porfavor não faça isso de novo, tudo bem?
Ela então se inclinou ainda mais, logo levantei os braços, pensando que ela iria me abraçar novamente, mas ela se aproximou... do meu rosto.
Eu não soube reagir, minhas bochechas esquentaram e eu senti meu corpo todo tremer, enquanto ela se aproximava cada vez mais.
Me dando então um quente e meigo beijo na minha bochecha esquerda.
Um cheiro suave, doce e delicado de pêssego invadiu minhas narinas, um cheiro irresistível que eu ansiava sentir ainda mais de perto, queria até mesmo que ele se unisse ao meu corpo todo, de tão atraente que era.
Eu me sentia nas nuvens, quase saindo da atmosfera terrestre e indo para uma galáxia distante.
E então depois de um curto tempo que parecia uma eternidade naquela sensação, ainda paralisado pelo calor dos lábios lindos dela, envergonhado, levantei o rosto para olhá-la e dizer algo, pra não parecer um idiota que vira uma estátua quando ganha um beijo da garota que gosta.
- E-Eu não vou... p-pro... prometo.
Dei um sorriso apaixonado, mas triste ao mesmo tempo.
Por saber que o coração dela nunca será meu.
- Fico feliz em ouvir isso. Agora me diga, oque você está sentindo é só fome? Ou está doente?
Ela perguntou, com a preocupação ainda dominante em seus lindos olhos escuros e belos.
Assinto que sim e limpo a garganta para me explicar pra ela.
- Toda a dor e fraqueza que estou sentindo é por conta da fome. Mas hoje no meu expediente à tarde vou tentar pegar um pouco de dinheiro antecipado, e...
- Não se preocupe com isso, vou buscar algo pra você comer.
Ela sorriu docemente, e acariciou meus cabelos com sua mão pequena e macia.
- Volto já.
- N-Não, Clarinha...
Estiquei uma mão para tentar impedí- la, mas ela já estava saindo da enfermaria, indo em direção à quadra de esportes que não era muito longe dali.
- Ah.
Suspirei fundo, vendo ela se preocupar comigo e me priorizar mais uma vez, eu não queria vê-la assim, mas... eu estava tão feliz por saber que eu finalmente iria comer algo, eu salivei de alegria.
Claire era um anjo na terra, aparecendo nos meus momentos de dificuldade e cuidando de mim, me levantando do chão...
Com seu sorriso puro e gentil, a minha doce garota...
Fechei os olhos e me encostei na maca da enfermaria, controlando a dor de meu estômago, talvez eu esteja pensando demais e isso está interferindo na minha fome.
- Estou de volta.
A voz linda e angelical se aproximando de mim me fez abrir os olhos e me deparar com a luz mais brilhante do mundo em forma de gente.
Minha linda princesa, a minha Claire, havia voltado da quadra de esportes e estava segurando uma sacola grande, com o nome de uma padaria estampada na mesma.
- Uhm, é um extra do meu café da manhã, eu queria poder te dar algo mais fresco, m-mas eles não me deixaram sair pra comprar comida... sinto muito.
Disse ela, me entregando a sacola bonita e um pouco pesada.
Meu estômago se contorceu de alegria, e eu peguei a sacola, a apoiando em meu colo.
- M-Muito obrigado, muito obrigado mesmo meu anjo, isso já é mais que o suficiente... Mas e você? Oque vai comer?
Eu falei, já abrindo a sacola, feliz por poder comer de novo.
Ela então deu um doce sorriso e se sentou na cadeira ao lado da maca.
- Não se preocupe, eu já tomei café da manhã. Agora porfavor, apenas foque na comida.
Ela disse desviando seu olhar de mim e pegando seu celular em sua mochila pra de distrair, me deixando só pra que eu pudesse comer com tranquilidade.
- Pode deixar, e mais uma vez... obrigado, minha princesa.
Eu disse, olhando de relance pra ela.
Pude ver suas bochechas corarem um pouco e ela sorrir de forma fofa.
- N-não há de que...
Então, comecei a comer ansiosamente, pronto pra saciar minha fome.
Abri totalmente a sacola, e vi um grande e farto sanduíche de salada, com alguns molhos entre as folhas de alface e os tomates, com gergelim levemente tostado em cima, o pão parecia ter sido feito hoje mesmo pela manhã.
Delicioso...
Muito, muito, delicioso.
Estava bem embalado em um papel térmico para manter sua temperatura, e ao seu lado havia um pequeno copo de papel com a logo da padaria, em tons de azul pastel.
O abri, e logo um cheiro doce e levemente cítrico encantou minhas narinas.
Era um mousse de limão, bem cremoso e gelado, com raspas de limão por cima.
Rapidamente comecei a comer e abri a embalagem térmica do sanduíche, o tirei de lá completamente e dei a primeira mordida sem demora.
O gosto da salada suculenta e bem temperada preencheu o vazio de meu estômago, e a fome era tanta que dei logo a segunda mordida, a terceira.
Até estar quase cheio, e comer o último pedaço.
De pouco a pouco a tontura foi desaparecendo, e meu corpo estava se recuperando.
Então, terminando o sanduíche, abri a sobremesa e saboreei com muita vontade o gosto doce e levemente ácido do limão, usando a colher de plástico dada pela própria padaria.
Como é bom estar comendo novamente.
Então fui para a segunda colher, e depois a terceira, até comer todo o mousse.
Dei um suspiro fundo de alívio, me sentindo completamente saciado e bem, oque fez Claire desligar seu celular e voltar sua atenção pra mim.
- Você comeu tudo? Estava bom?
Ela disse, se inclinando para pegar as embalagens abertas e vazias, e as juntou para jogá-las no lixo.
Assenti que sim e a ajudei a recolher o restante das embalagens.
- Sim, estou totalmente cheio agora, muito obrigado mais uma vez, meu anjo.
Levei minha não até a dela, e a apertei carinhosamente.
- Não precisa... m-me agradecer..
Ela sorriu, e foi até a lixeira, jogando ali as embalagens, logo voltando para perto de mim.
- Bom, agora que você já se alimentou, acho que não precisa mais ficar aqui... Vou falar com a enfermeira e ver se ela pode te liberar, tudo bem?
Disse ela e eu concordei, assentando com a cabeça.
- Claro.
Ela então se retirou mais uma vez, indo até a enfermeira da escola que estava repondo algumas medicações do armário.
Ela ficou pouco tempo ali, retornando sem muita demora.
- Ela disse que você já pode sair, se era só fome mesmo.
Claire veio até mim e me ajudou a me levantar, segurando em minha mão.
- Sim, tenho a certeza que era.
A respondi, saindo da maca com a ajuda dela.
Eu estava de pé, e quando me levantei senti um leve desconforto, mas isso era apenas meu corpo se acostumando com as energias que repuz.
- Como está se sentindo agora?
Ela perguntou enquanto colocava sua mochila em suas costas.
- Estou muito melhor, graças à você.
Eu disse levantando uma mão e a levando até seu cabelo, acariciando seus lindos fios loiros e macios.
- Fico muito feliz em saber que você está bem. E, uhm... aqui.
Ela pegou algo do bolso pequeno de sua mochila e me entregou.
Quando vi com mais atenção, percebi que era um cartão.
- N-não me lembro qual foi a última vez que usei ele e não sei bem quanto ele tem de débito, mas tenho certeza que é o suficiente pra uma boa compra do mês. E se caso faltar mesmo assim, porfavor venha falar comigo ok?
Ela disse com um sorriso meigo e amável.
M-mas... espera, oquê?
Não... eu já aceitei dela o café da manhã, agora usar seu cartão... é demais.
Eu nunca vou conseguir pagá-la.
E se os pais dela descobrirem também?
Não quero colocá-la em problemas, isso não é certo.
- Oquê? C-Claire me perdoa, mas eu não posso aceitar, é demais pra mim, eu nunca vou conseguir pagar você... E também acho que seus pais não gostariam disso, de qualquer forma isso não seria o certo... m-me desculpe mas não posso.
Estiquei meu meu braço em sua direção, devolvendo o cartão pra ela, mas ela o empurrou de volta para mim.
- N-Não precisa me pagar de volta, ok? Só quero te ver saudável e comendo bem, isso é o que exijo em troca. Apenas isso. E q-quanto à meus pais...
N-não se preocupe com eles, só porfavor, aceite! Ou vou ficar muito brava com você!
Droga... Agora estou encurralado, a última coisa que quero é vê-la irritada comigo.
Mas nesse momento é necessário, não quero que ela sofra as consequências depois, sendo agredida por seu pai e sua madrasta por ter tentado me ajudar.
- Eu odeio ver você irritada, mas dessa vez é necessário, imagina se seus pais descobrem algo como isso? Eles iriam te machucar, e eu não quero isso.
Peguei seu cartão e o coloquei cuidadosamente no bolso de sua mochila.
- Você já fez muito por mim, meu doce anjo. E eu serei eternamente grato.
Me inclinei pra beijar sua testa e pude vê-la sorrir de escanteio.
- então ótimo! Eu vou pagar à plataforma de comida da cidade pra levar café da manhã, almoço , café da tarde e jantar pra você todos os dias, eheheh. E então?
Ela tirou o cartão de sua mochila e o ofereceu novamente pra mim, droga...
Os serviços de entrega são caros demais, e se ela fizer mesmo isso todos os dias vai gastar ainda mais do que gastaria comprando comida do mês pra mim.
Aah, Claire. espertinha..
Com muita dificuldade, finalmente peguei o cartão, ainda me sentindo mal com isso.
- Está bem, eu... a-aceito. Mas com uma condição, quero a senhorita na minha casa hoje à noite, vou fazer um jantar pra nós. Oque acha?
Nada mais justo, chamá-la pra comer.
Mas então a realidade veio à tona, e eu me senti idiota por fazer aquele convite.
Droga, o namorado dela...
Não quero que ele a machuque novamente, e se ele souber...
Isso não vai ser bom.
- S-Seria ótimo. Vou fazer o possível...
Ela então sorriu docemente, mas era visível que a preocupação havia voltado à perturbá-la.
- M-Me desculpe, por um momento esqueci d-dele...
Guardei o cartão no meu bolso, e pedi desculpas à ela, me arrependendo por ter a convidado, sabendo das futuras consequências que isso teria.
Jantar com minha Claire... seria tão perfeito, tão bom.
Mas eu ainda me lembro da voz grave e maléfica dele em meu ouvido, depois de ter me torturado com a visão mais triste que eu poderia ter, corrompendo meu doce anjo em minha frente.
" aproxime-se dela mais uma vez, uma vez sequer e eu mato vocês dois."
Droga...
A última coisa que quero é ver minha garota machucada.
E eu não vou deixar isso acontecer.
- N-Não se preocupe com isso, e-eu posso tentar e...
Neguei com a cabeça, controlando as lágrimas que estavam prestes a correr dos meus olhos, marejados.
- Isso não é uma boa ideia, eu não pensei direito, me perdoe... Ele vai acabar te machucando de novo.
Eu disse enxugando as lágrimas com minha mão, e ela então veio até mim, me abraçando.
- E-Eu vou dar um jeito, não se preocupe com isso... Mas caso eu não consiga ir, só coma bem e fique feliz e saudável, ok?
Ela disse, me olhando com um sorriso meio triste.
Suspirei fundo e assenti.
- O-Ok...
Por mais que eu queira muito jantar com ela, como nos velhos tempos em que fazíamos muitas coisas juntos, isso me impede.
O medo daquele doente maníaco machucá-la novamente.
Então, tudo que quero é só vê-la bem.
- Ótimo, bom... já é hora do lanche, que tal irmos juntos pro refeitório pra que você possa comer um pouco mais?
Perguntou ela, e eu assenti rapidamente.
Um pouco a mais de comida é sempre bem vinda.
- C-Como nos velhos tempos? Parece um bom plano.
Sorri sentindo a verdadeira alegria me tomar ao estar do lado dela, e então ela me puxou pela mão, para que saissémos da enfermaria.
- Então vamos lá.

- Então vamos lá

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PESSOAL! SINTO MUITO PELA DEMORA!
Me desculpem por demorar tanto novamente, ultimamente tive um bloqueio criativo péssimo e agora finalmente me livrei dele.
Eu prefiro escrever por vontade própria e nos momentos em que me sinto inspirada, não quero entregar algo forçado e curto pra vocês, por isso minha ausência.
E pra ajudar ainda peguei gripe e fiquei com febre :(
Enfim, é isso! Mais uma vez quero dizer pra vocês que eu nunca vou abandonar essa história

E se gostarem do capítulo comentem muitooo pra me ajudar♡ amo vocês♡

Entre Amor E MortesOnde histórias criam vida. Descubra agora