Capítulo setenta e quatro: Seria eu, Psicótica?

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Acordei em um susto, suada, trêmula, minha cabeça rodava, e eu abri os olhos devagar, sentindo a luz fazer meus olhos arderem

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Acordei em um susto, suada, trêmula, minha cabeça rodava, e eu abri os olhos devagar, sentindo a luz fazer meus olhos arderem.
Eu ainda estava na enfermaria, naquele lugar tão horrendo e medonho, todos da escola sabiam oque acontecia aqui nesta sala.
Um misto de substâncias fortes, calmantes, injetáveis, e tudo que nos faz sentir dor.
Por isso todos evitavam brigas, e até mesmo no meu caso, reagir ao bullying, pra não acabar como eu nesse momento.
Meus braços estavam presos, e eu sentia meu corpo pesado ao ponto de não conseguir sequer me sentar, então estava deitada de barriga pra cima, olhando pra uma enorme e redonda luz branca e forte, aquilo me incomodava, tudo ali me incomodava.
Mas eu estava feliz.
Já não aguentava mais tanta dor! Ter que descontar em minha própria pele o fato de que sou uma desajeitada e excluída nesta escola! Apanhar, ser espancada até ver meu sangue jorrar e olhar pra aquelas malditas garotas enquanto riem da minha maldita e triste situação, e o diretor não faz nada!
Eu tive que tomar uma posição, tive que fazer algo.
E eu machuquei a vadia da arielle, oh sim... eu sorria enquanto via o sangue dela em minhas mãos, aquilo foi um alívio pra minha alma triste e perturbada.
E que se dane se o diretor e a coordenadora ligarem para meus pais, ao menos estou tranquila comigo e minha consciência.
Arregalei os olhos, Rafael, ele...
Ele sente prazer em torturar, repriso o sorriso sádico dele enquanto seu canivete furava minha pele...
Liguei oque ele faz comigo ao que fiz com arielle, oh céus...
Eu estava me tornando assim como ele?
Neguei com a cabeça desesperadamente enquanto levava uma mão à boca, e lágrimas caiam de meus olhos.
Eu nunca quis fazer mal a ninguém, nunca!
Mas... eu não tive escolha.
Eu não aguento mais sofrer, eu preciso pôr isso pra fora de uma forma ou outra.
Respirei fundo várias vezes, com o coração batendo forte e tentei apagar da minha mente o modo como oque eu fiz foi parecido com oque aquele sádico psicopata faz.
Não... isso não pode estar acontecendo, eu não posso ser como ele!
Isso é errado...
Presa em meus pensamentos, mal percebi quando a porta da enfermaria se abriu e arielle entrou sendo segurada por uma enfermeira.
Seu olhar Era mortal, de ódio puro e rancor.
Ela estava toda ensanguentada, seus olhos roxos e o esquerdo havia inchado, mal se abria.
Ela estava terrivelmente horrível.
Bom... ela pediu por isso, eu apenas fiz com que ela sentisse na pele como era ser eu, como era ser negada e espancada.
Ela se sentou na maca do outro lado, distante de mim, e as enfermeiras injetaram soro em sua veia, perto do pulso direito.
- Seu atestado está aqui, não precisa vir por uma semana. Fique em casa e descanse. Daqui a pouco vamos te liberar.
Disse uma das enfermeiras, e saíram pela porta à frente.
Injusto... isso era injusto!
Eu era espancada todos os dias, eles sequer se importavam, mas aquelas garotas se fizessem um arranhão...
- Sua Vadiazinha imunda... eu vou te matar, vou arrancar sua cabeça!
Disse arielle em tom de ameaça, enquanto me olhava com fúria.
Me virei com sacrifício pra olhá-la de volta, senti meu pescoço doer e meu corpo perder a força, mas a encarei.
- Você que pediu por isso, viu como é ser espancada? Eu passo por isso todos os dias.
Dei um sorriso meio triste, enquanto pensava em cada hematoma e machucado que as agressões me traziam.
- E não é só aqui não, tá?
Falei em tom afirmativo enquanto pensava nas agressões que eu também sofria em casa, e me virei pra frente devagar, ainda sentindo muita dor.
- Ninguém liga pra você sua Ratazana de esgoto! Porquê ao invés de ficar chamando atenção não se mata logo?

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