Entre Amor E Mortes

capítulo setenta e dois: enfermaria.

'Estou tossindo, estou sangrando, band-aids não vão curar isso, porque vocês me odeiam e torcem pra eu voltar pra casa o mais rápido possível.'

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- CLAIRE ALISSON!!! SOLTE SUA COLEGA!!
Ouvi uma voz enfurecedora atrás de mim, e vi que mais passos se  aproximavam de mim, eles queriam ver como estava a " pobre coitada " que eu havia acabado de espancar.
Me virei pra ver, e logo notei que quem havia gritado meu nome era a coordenadora Adília.
- S-Sua... vadia i-imun...da...
Sussurrou arielle, enquanto cuspia sangue e estava impedida de abrir os olhos, já que eu os havia deixado inchados e roxos.
Sorri de canto sentindo realização e leveza, finalmente ela havia recebido o troco.
Já que a única vadia aqui era ela.
- CALA A MERDA DA BOCA!!!
Gritei, eu não queria mais ouvir aquelas palavras obscenas e nojentas sobre mim! Nunca mais!
Dei um soco na boca da garota que já gemia de dor e cuspia ainda mais sangue, enquanto o mesmo também escorria de seu nariz.
Antes que eu pudesse matar aquela vagabunda de socos, me senti sendo puxada com força e brutalidade de cima dela.
- Eu falei, essa garota é um problema, temos que fazer algo com essa aberraçãozinha, ela está causando problemas demais.
Sussurrou Adília para o diretor, que estava em pé analisando aquela situação, enquanto eu sentia meus braços presos pelas duas enfermeiras da enfermaria da escola.
- ME SOLTEM!! VOCÊS NÃO VEEM?? SOU ESPANCADA TODOS OS DIAS E NINGUÉM FAZ NADA!! SEUS DESGRAÇADOS!!!
Eu gritava e esperniava, com as lágrimas saindo dos meus olhos,  sentindo na pele aquela injustiça dolorosa, eles me menosprezavam tanto!!
- Levem ela pra enfermaria e dêem uma boa quantidade de calmante injetável, depois cuidem dos ferimentos de arielle. Vamos ligar para os pais de Claire e resolver esse problema.
Disse o diretor, e eu senti meu corpo ser arrastado pela escola até a droga da enfermaria, eles iriam ligar para meus pais!
Eu odeio a coordenadora, e o diretor... odeio todos!
Eles sabem dos meus problemas, e fazem de tudo para me ver ainda pior.
Eu já sei oque vai acontecer, quando eles falarem de mim para meus pais.
Provavelmente serei espancada, vou vomitar sangue, sentir meu estômago doer e meu corpo perder as forças à cada agressão. Aquilo doía, me machucava, e eu não queria sentir novamente!
- VOCÊS QUEREM LIGAR PARA MEUS PAIS PORQUE SABEM QUE ELES VÃO ME ESPANCAR!!! SEUS MERDAS!!!!
Gritei e me debati, olhando pela última vez naquele momento os rostos da coordenadora e do diretor, enquanto era arrastada pra dentro da enfermaria.
Me puxaram para aquela enorme sala,  e me colocaram na maca de aço fria e dura.
- ME SOLTEM!!! EU NÃO ESTOU DOENTE!!!!
Gritei enquanto não parava de me debater, querendo sair dali, eles pensam que estou louca.
Quando na verdade apenas dei o troco na garota que me machucava, já que a escola não se importa com
o que quer que eu passe.
Uma das enfermeiras segurou meus braços, a outra começou a preparar uma seringa grande com várias substâncias, e mais uma das enfermeiras entrou pela porta.
- Claire alisson, não é? Está suspensa por uma semana.
Ela disse sem se sensibilizar ao menos um pouco, enquanto via minha situação.
Mas pelo menos, bom... eu ficarei em casa, sem me preocupar em sofrer nessa droga de escola novamente.
Isso se eles não ligarem para meus pais...
Oque acredito que já fizeram.
- É sério! Eu preciso entrar pra vê-la!
Escutei uma voz familiar, soando um pouco nervosa e desesperada.
E mesmo impedida de me levantar, pude ver pelo vidro pequeno e redondo, que  era Ethan.
Como sempre, ele estava sempre ao meu lado, sempre comigo, não me deixando sozinha jamais.
- Ethan???
Gritei, tentando me soltar, mas logo fui empurrada contra a maca e senti uma dor infernal no braço.
- Claire!!! Porfavor, me deixem entrar! 
Ouvi seu grito inconformado do outro lado, enquanto uma forte tontura me dominava.
- Ethan..... meus pais... não...
Provavelmente as enfermeiras já haviam injetado em mim os calmantes, pois a última coisa que vi foi uma de minhas mãos sujas do sangue de arielle, se esforçando inutilmente pra alcançar a porta e sentir a doce proteção de meu amigo lá fora.
Mas logo, tudo se fez escuro e eu fiquei inconsciente por conta das substâncias.