Estávamos no parque, e aquela era uma das poucas vezes em que eu me sentia realmente feliz.
Rafael estava doce comigo, havia me elogiado e me beijou de uma forma doce e incrível.
Segurou minha mão com força, enquanto nós observávamos a noite incrível que pairava no céu, com uma lua brilhante e neblina levemente fria.
Deixamos Meredith no veterinário para um check-up e um banho, e então conseguimos ter esse momento só nosso.
Dei um algodão doce pra ele em formato de coração e o fiz rir, aquela noite estava perfeita, eu estava feliz, e ele também parecia.
Oque eu mais estava amando naquela noite era o fato de que o ingresso era para todos os brinquedos e não apenas um.
Então, isso abriu portas para que eu tentasse colocar oque pensei antes em ação.
Fazê-lo sentir amor.
Embora eu tenha divagado que isso é impossível e que só fosse um sonho acordado em minha mente.
Mas, decidi que não custaria nada tentar.
Tentei animá-lo segurando sua mão e o arrastando até os outros brinquedos, fomos à um fofo carrossel de unicórnios em tom pastel, ele em um e eu em outro dos mágicos e místicos animais de ferro.
Apenas sentindo a brisa tocar suavemente nossos rostos, naquela noite fria e nublada. Estávamos no outono, faltava pouco para o inverno.
Ele estava sem jeito ali já que aquilo não fazia nada de seu estilo, ele é um homem sombrio e totalmente o contrário daquele brinquedo tão fofo e colorido, então eu já esperava por essa reação.
Seus olhos azuis e semiserrados observavam cada detalhe do brinquedo, enquanto o carrossel girava e bagunçava seu cabelo com o vento.
Aquela noite estava tão incrível! Eu nunca me diverti tanto.
A última vez que fui em um parque de diversões, minha querida mãe estava viva.
Então eu estava realizada e feliz depois de anos em sofrimento e dor.
Não que com ele tudo fosse mil maravilhas, é claro que não era.
Rafael me torturava e me machucava, ele acabou com meu psicológico e continua fazendo isso impiedosamente, mas quando ele não faz nenhuma dessas coisas... Eu me sinto voar, sinto meus pés desprenderem do chão.
E eu queria que só esse lado dele existisse.
Queria um Rafael normal, com uma mentalidade normal.
Mas eu sei que isso nunca vai acontecer, sei que não importa oque eu faça...
Nada vai mudar.
Nada.
Nada!
Lágrimas ameaçaram cair dos meus olhos, e eu me imergi naqueles pensamentos de forma profunda enquanto tudo parecia se tornar um borrão.
Se ele me machuca... então não é amor...?
Isso... isso não é amor.
Não é amor!
ELE É UM ASSASSINO! Um psicopata!
Psicopatas não podem sentir nada!
Não é?
Eu estou apenas perdendo meu tempo com ele, certo? Apertei os olhos com força, visualizando a escuridão de meus olhos fechados.
Estou apenas insistindo em um relacionamento tóxico que está acabando com a minha vida...?
-Meu bem?
Uma voz grave e rouca me tirou dos meus pensamentos, e então eu abri os olhos rapidamente.
Logo, pude ver Rafael ao meu lado, olhando nos meus olhos e aproximando sua mão da minha, trêmula e gelada.
Apenas engoli em seco ainda pensando no que minha mente me trouxe, no quão ingênua eu talvez estivesse sendo.
Porém logo senti uma mão grande e quente subir meu rosto, enxugando minhas lágrimas.
- Oque houve docinho? Porque está chorando? Uhm?
Ele disse com uma voz terna e gentil, seu olhar era curioso e preocupado.
Suspirei fundo e contei à ele.
Meu coração estava doendo, eu estava pensando em tanta coisa... tantas peças ligadas... indicando que ele não me amava.
- E-Eu... estava só pensando.
Falei baixo enquanto engolia o choro disfarçadamente.
Ele então me olhou nos olhos e mordeu de leve os lábios, e segurou minha mão, me puxando devagar.
- Vamos pra outro brinquedo, já tem alguns minutos que o carrossel parou, aí você pode me contar no que estava pensando.
Assenti saindo do unicórnio lindo e colorido que eu estava, descendo devagar.
Abaixei meu vestido vermelho justo com as mãos, e segurei a mão dele, p seguindo.
- Onde quer ir?
Rafael perguntou enquanto andávamos pelo parque.
Eu então suspirei fundo, tentando segurar a tristeza que eu estava sentindo, e olhei a grande variedade dos brinquedos em minha volta.
Mas dessa vez o parque não estava mais tão lotado, já estava um pouco tarde e a maioria das pessoas foram embora.
- Vamos andar um pouco, tem muitos e eu estou em dúvida.
Falei um tom mais baixo que o normal, colocando uma mecha de meu cabelo pra trás da orelha.
- Uh, ok. Mas já que estamos sozinhos, porque estava chorando?
Ele perguntou novamente, e eu resolvi contar de vez.
- Sei que vou parecer insegura e idiota, mas... acredito que você não me... não me a-ama...
Forcei segurar o choro naquela hora, porque realmente aquilo parecia uma mentira...
Se ele me amasse de verdade, não me machucaria!
O amor não é dor... não traz sofrimento.
Ele então cerrou os olhos, e me olhou fixamente.
- E Porque você pensa isso?
Seus olhos sobre mim me deixavam trêmula e intimidada, mas segui falando a verdade à ele.
- Porque o amor não machuca...
Sussurrei baixo a mais pura verdade, mas ele me puxou pela mão com brutalidade e me olhou nos olhos, com furor.
- Vou ser bonzinho e te explicar apenas mais essa vez! Nem tudo é um mar de rosas, gatinha. Nem tudo pode ser maravilhoso como você quer que seja. VOCÊ NÃO ESTÁ NA PORRA DE UM CONTO DE FADAS E NA VIDA REAL O AMOR FUNCIONA ASSIM!
Ele disse de forma rígida e bruta enquanto levava uma mão até meu pescoço, o apertando devagar e aumentando aos poucos a pressão.
Oh céus... no que eu estava pensando? Eu realmente não vivo em uma história de princesa, e príncipes não existem...
Eu estou no mundo real, então amar não é como nos meus sonhos.
- Na realidade o amor pode machucar sim, mas não deixa de ser amor... Entendeu?
Ele sussurrou perto do meu ouvido, olhando discretamente para os lados, se certificando de que ninguém veria aquilo.
Sim, ele... está certo.
Eu só estou divagando, imaginando uma história boba em minha cabeça!
Querendo que minha vida seja uma fábula!
Assenti concordando, respirando devagar contendo o meu último ar, já que ele estava me apertando com muito força no pescoço.
- E eu também não deixo de amar você!
Disse ele soltando meu pescoço, e eu respirei aliviada, várias e várias vezes
Trazendo o máximo de ar que eu conseguia para meus pulmões.
Sim, acho que eu estou apenas pensando besteira.
Ele acabou de dizer que me ama, porque é que mais tenho que duvidar?
Isso tudo além de cuidar de mim...
- RESPONDE CACETE!
Ele disse em um tom baixo, mas bruto enquanto se aproximava de mim, me olhando por inteira.
- S-Sim!! M-Me desculpe!! É só que... você é um psicopata, e psicopatas não tem sentimentos...
Falei baixinho, com medo de que ele se irritasse com mais um questionamento bobo meu.
Mas se ele fosse realmente um psicopata, ele não diria que me ama... certo?
- Vai entrar nessa porra de assunto de novo? Já falei que te amo caralho! ou Tudo que fiz não é suficiente pra você?
Perguntou enquanto me olhava, agora levando uma mão até minha nuca, me aproximando dele.
Sim, ele me salvou dos meus pais, aqueles monstros! Me salvou das garotas que me machucavam! Cuida de mim e me diz que sou perfeita, que sou a garota mais linda que ele já viu...
Ele tem razão, o amor nem sempre é um mar de rosas, eu preciso abrir meus olhos pro mundo real! Ele me ama, Mas do jeito dele!
Droga Claire! Esses pensamentos de novo!?
Meu coração me disse, fazendo com que eu me arrependesse imediatamente de tudo que falei.
- É mais que suficiente! P-Porfavor me desculpe!! Eu não... não queria ter dito essas coisas!
Logo, senti lágrimas caírem de meus olhos, e eu o abracei fortemente.
Senti seu peito subir e descer com sua respiração irritada, mas ele me abraçou de volta.
- Uhm... tudo bem.
Seus braços fortes me trouxeram pra perto do seu corpo quente me apertando com força e ternura, e senti um beijo doce em minha testa.
- M- Me desculpa.... Rafael...
Sussurrei me aconchegando mais em seus braços, senti uma lágrima cair mas a ignorei e a enxuguei.
- Vamos pra casa, meu bem. já são quase onze da noite... e ainda temos que buscar Meredith.
Disse ele e eu assenti, mas olhei pra trás.
Ainda faltavam dois brinquedos para irmos.
- M-Mas e os outros brinquedos?
Perguntei, o olhando.
- Voltamos outro dia, se você se comportar é claro.
Rafael disse descendo seus olhos em todo meu corpo, e em seguida levou uma mão até minha bochecha, a apertando.
E eu assenti
- S-Sim! Eu vou!
Ele então segurou minha mão e me puxou para perto dele.
- Nesse caso, você merece um presente... Vem.
Rafael entralaçou seus dedos nos meus e andamos devagar, lado a lado e com nossas mãos dadas.
Um... presente?
Ele... ele realmente me ama, não é?
Ele adora me mimar...
Oh céus, é claro que ele me ama!
Se ele não me amasse, nem me pediria em namoro!
Oras...
Sim.
É isso...
Quando pude me desviar de meus pensamentos e voltar pra realidade, vi que estávamos em uma banca grande e iluminada, um pouco afastada do restante do parque.
Lá haviam lindos bichinhos de pelúcia, e um jogo bem reconhecível que era popular aqui nos Estados Unidos.
Nele, você precisa atirar com uma arma d'água no alvo, que fica se movendo o tempo todo e caso acerte, pode escolher qualquer bichinho fofo pra levar pra casa.
Uau! Eu sempre quis jogar... Nunca joguei isso em minha vida toda.
Lá, havia um homem adulto, de altura mediana e forte, então nos aproximamos dele.
- Boa noite, aqui está o ingresso.
Disse Rafael, entregando ao homem o bilhete colorido e dourado.
- Não faço parte do conjunto do parque, amigo. No entanto só aceito dinheiro aqui. Esse papel pra mim é inválido... Mas uma rodada é 35 dólares.
Disse ele, e então Rafael arqueou a sobrancelha, com um ar de desconfiança, mas mesmo assim pegou sua carteira e deu algumas notas ao homem.
- Então vou querer uma pra ela.
O homem então pegou o dinheiro e o guardou, e em seguida me deu uma arma d'agua em tons de azul e rosa.
Isso vai ser tão legal!
- Você acha que eu vou acertar o alvo?
Falei em um tom ansioso, e ele deu risada.
- Talvez, quem sabe.
Então peguei a arma falsa e o olhei irritada, ele estava duvidando de mim?
- É mesmo? Vou te mostrar o contrário! E ainda vou conseguir aquele ursinho rosa fofinho!
Falei enquanto colocava meu cabelo pra trás me preparando e olhando para a pelúcia que mais amei ali.
Um ursinho cor de rosa com alguns detalhes em glitter e um lindo laço vermelho.
- Vá em frente.
Rafael cruzou os braços, logo ao meu lado, olhando atentamente para mim.
O homem então ficou ao canto, observando também.
- Vamos Claire... você consegue.
Falei pra mim mesma mentalmente, ainda meio triste com os pensamentos que haviam me invadido minutos antes.
Mirei no alvo, tentando seguir os movimentos rápidos que o mesmo fazia, e foquei no momento certo em que eu deveria disparar a água dentro da arma.
Suspirei fundo, e assim que o alvo atingiu a posição planejada, atirei.
Logo, a água atingiu a mira e eu me surpreendi com o quão rápido e fácil foi.
- CONSEGUI!
Gritei dando pequenos pulinhos de alegria, ansiando abraçar o ursinho fofo que estava à minha frente.
-Uau... Confesso que não imaginava isso.
Disse Rafael, com um leve sorriso de escanteio.
- Conseguiu? Eu não vi a água acertar a mira!
Disse o dono, enquanto me olhava com desdém.
- M- Mas eu... acertei...
Sussurrei baixo, e então Rafael o olhou sem entender.
- Como não viu? É claro que ela acertou.
Disse ele, o olhando.
- Eu não vi! Ela não acertou e pronto! E Se quiser, vai ter que comprar outra rodada!
Disse o homem em um tom bruto e ficou atrás do balcão.
- Me desculpe senhor, mas eu acho que você está trapaceando.
Disse Rafael em um tom sarcástico e o olhando com seu olhar intimidador e autoritário.
O vento frio involuntariamente bagunçou seus lindos cabelos pretos.
- Escuta aqui moleque! Se o preço do jogo está caro demais pro seu bolso, você pode se retirar sem problema algum!
O homem retrucou, tentando falhamente intimidar Rafael com sua gritaria, oque era algo falho.
Deus... esse homem não sabe com quem está mexendo...
Pedi aos céus que aquele cara parasse de desafiar o desconhecido em sua frente, que na verdade era um serial killer.
E poderia tirar sua vida em minutos.
Rafael então tirou mais notas de seu bolso e colocou-as em cima do balcão.
- NADA É TÃO CARO QUE EU NÃO CONSIGA PAGAR!
Disse ele em um tom ameaçador, cemiserrando seus olhos azuis cheios de malignidade e ira.
- Rafael... C-Calma...
Me aproximei dele e levei uma não até a dele, tentando impedir que ele explodisse e fizesse mais uma vítima.
- Cala a boca e volta pra onde você estava.
Disse ele em um tom bruto e autoritário.
Fiquei triste com aquilo, mas o obedeci e voltei pra onde ele havia me ordenado.
-Ela vai jogar de novo.
Disse Rafael, me entregando a arma de brinquedo.
Oh Céus, espero que dessa vez eu consiga...
A peguei, empunhando nas mãos e me concentrei totalmente no alvo, esperando ele atingir sua posição correta, e atirei.
A água foi atirada rapidamente, atingindo a mira e a molhando como anteriormente.
Eu havia acertado pela segunda vez!
Mas, até que não é um jogo muito difícil, é só se concentrar!
- Isso, minha garota.
Disse Rafael se aproximando de mim, acariciando meus cabelos longos.
Senti minhas bochechas esquentaram, eu amava quando ele dizia isso.
- A água tocou na Madeira, não no alvo. Ou seja: ela não acertou!
Meu deus... não...
Ele não pode desafiá-lo!
O homem estava inventando desculpas para tentar enganar o próprio diabo.
Rafael então se aproximou dele em passos lentos, e o olhou.
Seus olhos estavam fixos no homem, eram eram perversos e cheios de crueldade.
- Tem certeza?
Rafael perguntou em um tom desafiador, mas calmo.
Tão calmo quanto o mar antes de uma tempestade.
- É óbvio! Ou você é cego?
O homem provocou Rafael novamente.
- Ok, então agora vou acertar por ela.
Rafael então inesperadamente pegou de sua cintura, embaixo de sua camisa preta e grande, sua pistola e a mirou diretamente no alvo, pressionando o gatilho.
Um estrondo alto foi ouvido por nós ali, e o alvo do jogo ficou em pedaços com a força do tiro.
- M-Meu Deus!!!
Gritou ele em desespero, mas então meu blacktide se aproximou ainda mais dele e apontou a arma contra sua cabeça.
- E AGORA ? EU ERREI PORRA?
Ele gritou, dando um soco no rosto do homem logo em seguida.
Eu estava sem chão ali, sem reação, em choque como todas as outras vezes, em todos os assassinatos cruéis que já presenciei.
Todos cometidos por ele...
- N-NÃO SENHOR!!
Ele gritou em um grito abafado de dor, sentindo o ardor em sua boca que jorrava sangue, devido ao soco que levará.
- Ótimo, e você gatinha? qual pelúcia você quer?
Senti sua mão quente acariciar meu rosto, descendo em minhas bochechas.
Pude perceber seu punho sujo de sangue.
Então, ainda assustada com toda aquela cena, e com meu coração batendo aceleradamente, respondi em um tom amedrontado e rouco.
- O-O Ursinho R-Rosa...
Sussurrei baixo suspirando fundo pra tentar me acalmar.
- PEGA E DÁ PRA ELA.
Rafael apontou a pelúcia que eu queria com o cano de sua pistola e o homem correu e a pegou.
- A-Aqui senhorita!
Ele correu até mim, me trazendo a pelúcia que eu queria, ainda com o rosto sangrando.
Peguei o ursinho e abaixei a cabeça, Rafael não deveria ter... sido tão cruel
Mas infelizmente, ele é assim.
- Ajoelha e fica de costas pra mim.
Ordenou ele ao homem, enquanto o via chorar e implorar por misericórdia.
- NÃO!!! SENHOR PORFAVOR ME PERDOE!!! NÃO ME MATE!!!
Meu deus! Mais uma vítima!!
- R-Rafael não faz isso!
Implorei à ele que deixasse o homem em paz, mas sua risada grave e maníaca me fez mudar de ideia.
- Só fica caladinha e não se mete, entendeu?
Disse ele com brutalidade, e eu abaixei a cabeça o obedecendo.
- P-PORFAVOR!!! EU TENHO FAMÍLIA!!!
meu coração palpitou naquele momento e eu me senti terrível! E se tudo que ele estivesse fazendo fosse pra colocar comida na mesa?
- R-Rafael!!! Não faz isso!!
Implorei mais uma vez, mas ele apenas riu daquela forma perversa e maligna, caçoando do medo e sofrimento do homem prostado á seus pés.
- Senhor!! Eu imploro!! PORFAVOR!!
Gritou ele novamente, tentando arrancar o mínimo de misericórdia de Rafael.
Mas, sim. Ele não tem.
Nem sequer uma gota dela.
- Porfavor é o caralho, filho da puta.
Ele então engatilhou a arma, e naquele momento nada mais poderia ser feito.
Ele era imparável, incontrolável.
E uma garota como eu jamais poderia impedí-lo...
Ele era como um deus, e eu uma fútil serva.
- Nos veremos no inferno.
Rafael disse em um tom de satisfação com um sorriso maligno no rosto, e então um estrondoso barulho foi ouvido.
Logo, gotas de sangue respingaram em todo lado, e o homem caiu no chão, morto.
Sua cabeça estava em um estado deplorável e uma poça de sangue se formava ao seu redor.
-Uh... preciso me limpar.
Meu blacktide sussurrou enquanto passava sua mão grande em seu rosto, agora sujo do sangue do homem que ele acabara de matar.
Eu não consegui responder, estava trêmula, paralisada, meus olhos estavam arregalados e eu usava frio.
Então, ele se virou pra mim e sorriu de canto.
- Uhm, entendi. Em estado de choque de novo?
Disse ele, mas...
Minha voz estava trancada dentro da garganta, uma agonia inexplicável tomava conta do meu ser, mesmo eu sabendo que aquela não era a primeira morte que eu estava presenciando.
E nem seria a última...
- Bom, vou dar um sumiço nele e limpar essa sujeira toda, enquanto isso me espera no carro.
Ele disse, se aproximando de mim e me beijou.
Um beijo leve e quente, mas não consegui corresponder o mesmo, já que eu mal conseguia mexer meu corpo...
- Não consegue se mover?
Ele perguntou, mas agora... somente meus pensamentos funcionavam.
Só pude olhá-lo e me esforçar ao máximo pra ser expressiva.
- Entendi, nesse caso eu te levo no colo.
Depois de dizer aquilo, ele se abaixou e me levantou devagar com seus braços fortes e quentes, meus pés ficaram fora do chão e senti meu vestido subir e minha calcinha ficar exposta enquanto ele segurava minhas coxas as apoiando em seu braço, e apoiava minha cabeça no outro.
Eu sempre fiquei surpresa com o quanto ele me carregava com facilidade.
Estávamos indo ao outro lado da rua, no estacionamento da clínica veterinária onde Meredith estava e ao carro dele.
Olhei uma última vez aquela cena de morte deixada por ele, que é claro, voltaria pra limpar e sumir com todas as pistas.
Eu não deveria estar em choque com isso... ele mata tantas pessoas, suja suas mãos com sangue o tempo todo, não devo esperar outra coisa dele.
Logo que chegamos à seu carro, Rafael me desceu de seu colo devagar e abriu a porta do carro, no banco do passageiro ao lado.
Então, ele me deixou sentada no mesmo, e me deu um beijo na bochecha.
- Como já falei, vou limpar a sujeira que fiz e me limpar também, depois pego Meredith e vamos pra casa... tem algo que quero te mostrar.
Falou enquanto colocava uma mecha de meus cabelos pra trás.
Tentei, e finalmente consegui me movimentar, assentindo e concordando com oque ele havia dito.
- Já volto.
Disse uma última vez, fechando a porta e indo até a parte de trás do carro.
Ouvi o barulho leve do porta - malas se abrindo e logo em seguida sendo fechado.
Me encostei no vídro do carro, e o vi passar com um sobretudo preto, e luvas de látex nas mãos.
Eu.... o amo...
Mas isso dói, até quando esse sofrimento vai durar?
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Entre Amor E Mortes
TerrorCÓPIA E PLÁGIO É CRIME!!! DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS! Uma garota com tendências suicidas cruza o caminho de um Assassino em série. Oque pode dar errado? TUDO. Rafael foi diágnosticado com psicopatia aos treze anos de idade, e entendeu o motiv...