Entre Amor E Mortes

Capítulo noventa e um: Dominada

Oque estava acontecendo comigo?
Era tudo que eu me perguntava, já que estava me sentindo tão diferente como nunca me senti na vida.
Era como se eu não me importasse mais com nada, e sim, com o estranho assassino que estava comigo.
Minha mente estava mudando de pouco a pouco, e eu saí do estado de choque do qual entrei ao ver Rosie ser morta na minha frente, para um estado de aceitação, minha mente estava carregada de alívio, sabendo que agora eu nao sofreria mais nas mãos deles, os meus "pais".
Rafael Blacktide... ele havia me salvado.
Sim, ele matou meus pais para que eu não fosse mais agredida, ele me protegeu...
Ele... por mais que ele tenha me torturado, ele decidiu me salvar das garras terríveis de Adam e Rosie...
Eu pensava isso o tempo todo, que ele era como um herói, me protegendo de arielle, e dos meus pais...
Sei que é errado, já que Rafael também me tortura...
Eu tentei mudar meus pensamentos, tentei enxergar alguma culpa em mim por eu não ter impedido ele de matar meus pais, eu até tentei...
Mas agora... eu só penso em Rafael.
Penso apenas que ele me salvou, nada mais.
E como ele me protegeu... eu tenho o dever de obedecê-lo.
E também porque Ethan é meu melhor amigo, e eu preciso fazer tudo que esse sádico psicopata me ordenar a fazer, já que agora tudo se tornou mais perigoso, Rafael o viu pessoalmente e já sabia o suficiente sobre ele pra cometer qualquer atrocidade.
Respirei fundo, eu seria tudo oque esse assassino maníaco quisesse, para que ele não machuque meu amigo, e também porque ele me ajudou.
Eu já estava dentro da suíte, e ele provavelmente já havia saido pra dar um jeito no corpo morto dos meus pais.
Resolvi me aprontar o mais rápido possível pra impressioná-lo, já que iríamos logo para nova York, e pra ser rápida também já que ele se entediava  ao ficar esperando.
Me olhei de cima a baixo, de frente pro espelho da suíte do meu quarto, eu ainda estava com a camiseta dele..
Ela tinha um cheiro tão bom, tão doce e leve.
A tirei de meu corpo, ficando totalmente nua, e fui até o chuveiro o ligando na água quente.
Um banho quente era tudo que eu precisava pra respirar um pouco e me sentir mais calma.
Entrei na água, deixando com que a mesma corra por meu corpo nu e macio, me senti mais relaxada ali, porém não podia demorar...
Fiz toda minha higiene o mais rápido que pude, lavei também meus longos cabelos loiros, e logo fechei o chuveiro.
Sai do box, e fui até a pia.
Me sequei, sequei meus cabelos com a toalha, e liguei meu secador, passando o mesmo por meus fios até que todo o meu cabelo ficasse seco e em um liso escorrido perfeito.
Assim que terminei meu cabelo, coloquei meu roupão e fiquei de frente ao espelho.
Passei um hidratante em minha pele, ignorei a base e o pó facial já que em meu rosto não havia espinhas ou manchas, meus pais gastavam fortunas para que eu ficasse sempre perfeita para as reuniões deles ou visitas inesperadas de amigos em nossa casa.
Para eles, eu era como uma boneca.
Devia estar sempre impecável, e não sentir nada.
Bom... ainda bem que isso acabou.
Eu respirei fundo, pensando na paz que eu teria daqui pra frente.
Bom, usei um hidratante de rosto e um labial, passei um gloss de morango, rímel e um pouco de blush.
E então, estava quase pronta.
Agora eu só precisava me vestir.
Sai da suíte e fui até meu quarto e abri a porta do meu closet.
Sim, eu tinha um closet, era minha obrigação nunca repetir roupas, diziam meus pais.
Mas agora, eu poderia fazer tudo oque eu quisesse.
Eu era livre!
Sorri de alegria, ao pensar que não apanharia mais deles, isso era tão gratificante!
Fui até os vestidos, e peguei um branco em decote "V", de cetim com um pouco de brilho, mas discreto.
Fechei a porta do closet, e me troquei ali mesmo.
Coloquei o vestido, uma calcinha de renda rosa clara, e uma meia arrastão  preta.
Coloquei uma sapatilha preta e peguei um pequeno colar de brilhantes que eu tinha e o coloquei.
Ajeitei meu cabelo, e respirei fundo. Eu estava pronta...
Pronta pra ir pra outro lugar com ele, pronta pra obedecê-lo e ser o que ele quisesse.
Peguei uma mochila preta que eu tinha e não usava muito, e coloquei algumas roupas nela.
É, pronta.
Sai do closet e fechei a porta.
Quando vi..  ele estava encostado na parede, de braços cruzados, sua máscara de pássaro ainda cobrindo seu rosto tão lindo e angelical, o olhei, ele estava sem o sobretudo, apenas com sua roupa social de antes e a máscara de pássaro com o chapéu cartola preto e lindo.
Pude sentir que ele estava me olhando por inteira e minhas bochechas esquentaram quando ele veio até mim.
- Está perfeita, loirinha.
Disse ele em tom sarcástico com sua voz grave e arrepiante.
Olhei para o chão, o sangue de Rosie e o corpo dela já não estava mais lá...
Sorri meio seca, como forma de agradecer o elogio.
- V-Você já...
Antes que eu terminasse, ele assentiu.
- Seus pais agora são comida de peixe, gatinha, a polícia nunca vai encontrar um pedaço sequer deles no mar.
No mar...
Ele havia esquartejado meus pais e atirado seus corpos ao mar...
Eu não tive reação, sequer soube oque fazer ou sentir, meus pais me torturavam tanto e não ligavam se eu queria cometer suicídio ou não...
Bom... porque eu ligaria pra eles agora? De todo modo, já é tarde demais.
Apenas Assenti sem dizer nada, e ele se aproximou ainda mais de mim, estendendo sua mão.
- Vamos, Logo a polícia vai estar aqui se rastrear o número do seu pai.
Assenti, e coloquei minha mão sob a dele, sentindo seu toque firme e quente, me arrepiei.
Andamos pra fora da casa, descendo as escadas, e eu o olhava de canto.
O homem alto e lindo ao meu lado, segurando minha mão, com aquela assustadora máscara de pássaro...
Ele era tão sombrio e psicótico, era como eu, sem concerto, diferente, destruído e cheio de escuridão por dentro.
Aquilo me deixava curiosa, e eu ansiava chegar logo em Nova York, pra saber mais sobre ele.
Ele me salvou da perturbação que eh sofria em casa, na escola, ele me protegeu...
Agora eu sou dele.
Saímos de dentro da casa, eu tranquei a porta e a olhei uma última vez, já que não sabia se voltaria ou não.
Rafael abriu a porta pra mim, e eu entrei naquele lindo opala preto, logo, ele entrou também, e deu partida, e naquele momento já estávamos indo em direção à cidade dos sonhos, nova York.