Entre Amor E Mortes

Capítulo quarenta e sete: Culpada.

"Ele espera que eu fique, quando eu realmente deveria ir embora."

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Eu estava na porta de minha casa, ainda meio boba, olhando para árvores altas perto do mar azul e frio, que também cercavam minha casa.
Tudo acontecera tão rápido...
Maldita hora que fui espiar de onde tinham vindo os tiros na noite anterior!
Coisa que me fez me envolver com aquele psicopata.
Rafael Blacktide, bruto e autoritário, de estatura alta e dono de um lindo rosto...
Olhos azuis perversos, dentes brancos como a neve e pele branca um pouco corada.
Tinha algumas tatuagens, pelo menos as que vi era um lobo de olhos bicolores, e uma pequena frase escrita 'i'm killer'.
Posso dizer que ele era realmente perfeito.
Seu toque era duro e firme, ele não tinha pena alguma ao torturar.
O pouco tempo que passei com ele, posso dizer que ele sabe ser bem cruel.
Sua voz me arrepiava e me deixava de pernas bambas, era grave, forte, e maligna. Assim como ele.
Senti a brisa fria daquele início de noite refrescar meu rosto, trazendo até mim algumas gotas de chuva, uma leve garoa se iniciara.
Limpando de mim toda aquela confusão e medo.
A chuva começou a se intensificar, e então entrei em casa.
Estava tudo escuro e silencioso, não havia ninguém.
Meus pais saíram desde hoje de manhã, espero que demorem a voltar.
Respirei fundo, eles devem ter me mandado alguma mensagem pra avisar.
Toquei em minhas coxas, e percebi que não tinha bolsos.
Eu havia esquecido que fui de legging pra aula hoje.
Então meu celular deve estar na mochila.
Subi as escadas e fui até meu quarto.
Extenso, lindo e decorado.
Eu não me importava tanto com isso, mas me sentia bem ali.
Naquele quarto, eram meus maiores momentos de tranquilidade...
Ou confusão.
Minha mochila estava em cima da cama, ao lado da janela, que estava aberta.
Estranhei um pouco, não lembro de ter vindo em casa antes de Rafael me sequestrar.
Então era pra minha mochila estar lá.
Mas, já que está aqui...
A abri e procurei meu celular, que por sorte estava lá.
Rapidamente o liguei, e vi várias mensagens de Ethan.

Ethan: Clarinha, estou cada dia mais preocupado com você.

Ethan: Quando saí da escola depois de você, vi sua mochila jogada na calçada...

Ethan: peguei e levei na sua casa, mas você não estava. A janela do seu quarto estava aberta, então eu joguei sua mochila por lá.

Ethan: por favor, assim que voltar me explica oque aconteceu, não me esconda nada, eu só quero te ajudar, clarinha...

Ethan send emoji

Ethan:😔😪😭

Ethan: Claire???

Ethan: foi aquelas garotas! Não foi?? Porfavor volte logo!

Ethan:😭

Ethan liam, o único que se preocupava comigo, ao ponto de me ver bem.
Ele não conseguia me ver sofrer de forma alguma, Ethan era doce como um morango fresco no pé.
Sempre cuidou de mim, meus pais nunca fariam por mim a metade do que ele fez.
Fiquei mal e me senti culpada por deixá-lo assim, tão triste e preocupado.
As vezes eu achava realmente que era um peso pra ele.
Me abaixei, sentada na cama e embaixo dela, peguei a pequena caixinha onde eu guardava minha preciosidade.
A minha lâmina.
Capaz de me fazer esquecer de toda a dor mental e ficar apenas na física.
Era isso que eu fazia pra me acalmar e tomar controle da situação.
Respirei fundo e a peguei, abaixei meus pulsos e fiz leves cortes.
Um.
Dois.
Três.
Quatro.
Cinco.
O quinto foi o mais fundo e mais doloroso, mas eu fiquei calma depois de me ferir, não me culpei mais naquele momento pelo desespero de Ethan.
O sangue, tão doce e vermelho como uma rosa, escorria de meu pulso esquerdo levemente.
Olhei pela janela, vendo a chuva cair e peguei meu celular.

Claire: Oi Ethan! Calma! Está tudo bem eu juro!

Claire send a emoji

Claire:☺🥰

Claire: acho que as alças estavam muito largas, e deve ter caído que nem percebi, já que uso muito pouco material.

Claire: está tudo bem, ok?

Claire: Obrigada por trazer minha mochila sã e salva! haha😅🤣

Claire: vou dormir um pouco, boa noite!

Desliguei a tela do celular, e me levantei da cama, indo até a suíte do meu quarto.
Lavei meus pulsos na pia, deixei o sangue escorrer e o sequei com uma toalha.
Coloquei alguns band-aids, e lavei meu rosto.
Sai da suíte, tirei a roupa que eu estava, legging, tênis e a camiseta dele...
Daquele sádico psicopata.
E bom, como não tinha ninguém em casa, optei por dormir apenas de lingerie.
Fechei as cortinas da janela, e me deitei na cama.
Coloquei meu celular pra despertar as onze horas, pois eu não havia esquecido que ainda teria que me encontrar com ele novamente.
Isso era loucura...
Mas é por Ethan, e por meus pais.
Não quero vê-los morrer, por minha causa.
Me cobri com o cobertor e fechei os olhos devagar, absorvida naquela cama confortável e ainda sentindo a dor do meu pulso recém cortado.
Respirei fundo mais uma vez e cai no sono, aguardando a meia noite chegar.