Eu estava ali, paralisada. com uma mão em meu peito, respirando fundo e tentando absorver aquilo que acabara de acontecer.
Rafael havia se encontrado com Ethan pessoalmente! Meu Deus, isso era tão desconfortável e preocupante...
Rafael Blacktide já havia ameaçado Ethan várias vezes, aquilo me deixava apreensiva e com o peito doendo de tanto medo, e então eu senti que precisava fazer tudo oque aquele sádico psicopata me ordenasse, e aqui Estou eu, presa em amarras invisíveis que sempre me puxam aos braços fortes e impiedosos dele, sabendo que nunca mais serei livre.
E ficarei aqui o tempo que for preciso pra proteger meu amigo.
E por falar nele, Ethan parecia animado para me contar algo quando o vi chegar, mas assim que seus olhos se encontraram com os de Rafael...
Ele pareceu confuso, ou talvez um pouco triste, era como se a animação dele pra falar comigo estivesse morrendo naquele momento.
Eu não entendi aquilo, eu estava tão confusa e perdida quanto ele.
Rafael então por sua vez, deu um sorriso e cumprimentou Ethan, oque me pareceu um puro e nú sarcasmo.
Eu estava paralisada naquilo, já que tudo que eu mais queria era que Rafael ficasse longe do meu melhor amigo.
E então, do nada eles se encontram cara a cara.
Meu coração batia forte, mas respirei aliviada logo porque Ethan apenas perguntou se eu estava bem e foi embora.
Eu fiquei agradecida por ele não ficar mais tempo perto desse misterioso assassino.
É claro que eu estava preocupada com ele, e queria muito falar com meu amigo, mas Rafael estava ali, então naquele momento eu tinha que evitar e deixá-lo ir embora.
- Então esse é o tal Ethan? Interessante.
A voz dele, do sombrio assassino ao qual eu pertencia agora, me tirou de meus pensamentos de arrependimento e confusão.
Balancei a cabeça assentindo, saindo de meus pensamentos, e o Olhei.
Aqueles olhos azuis da cor do mar, me acordavam para a realidade.
Que realidade? Bem, claro que eu fazia tudo oque Rafael me mandava fazer para proteger meu amigo e família, mas, eu sabia que não era só por isso.
No fundo do meu peito, e no mais obscuro da minha alma, eu sabia que gostava de estar com ele, de sentir seu toque, sua autoridade, sua dominação.
E posso admitir, que eu também estava ali com ele por isso.
Senti então algo quente me tocar, a sua mão estava sob a minha, e então ele me puxou para a porta.
- Vamos Claire, não posso perder tempo. Vá se arrumar.
Ele falou com aquela voz sádica enquanto me olhava, e eu só pude assentir e me aproximar da fechadura, inseri a chave, mas algo estava estranho.
A porta já estava aberta.
Meus olhos se arregalaram, e soltei um suspiro alto de medo e terror, minhas pernas tremiam..
Meus pais haviam chegado de viagem? Oque estava pra acontecer?
- Oque houve?
Suspirei fundo novamente ao sentir a respiração de Rafael Blacktide em meu pescoço, me arrepiei.
Eu estava com medo, a escola... deve ter ligado pra eles!
CÉUS! NÃO NÃO!
me virei para Rafael, e criei coragem para olhar em seus olhos.
Senti os meus marejaram, e quando percebi já estava chorando.
Levei uma mão trêmula e fria até a camisa preta dele, segurando em seu pano fofo e macio, e ele me olhou arqueando uma sobrancelha.
- Oque foi porra?
Ele perguntou, confuso, mas grosseiro, como sempre.
Respirei fundo várias vezes, tentando absorver aquilo, droga, meus pais! Eles estavam em casa! Eles vão me espancar? Vão me machucar de novo?
- M-Meus pais... eles... E-Estão aqui...
Falei gaguejando de medo, e ele então se aproximou mais ainda de mim, e levou uma mão até meu rosto, o acariciando.
- Eu vou entrar com você, relaxa.
Ele disse, olhando em meus olhos.
Mas não... isso pode dar ainda mais problemas!
Neguei com a cabeça várias vezes, não, com meus pais não!
Mas bem, eu tinha que medir as palavras pra falar com Rafael, teria que me acalmar e explicar à ele, talvez assim ele me entenda.
- R-Rafael... bom, me espere um pouco, só um pouco. Acho que talvez seja um problema você entrar comigo agora...
Falei, nervosa e tentando me acalmar pouco a pouco, engolindo em seco e tentando olhar nos olhos azuis e perversos dele.
Rafael então me olhou por alguns minutos, e assentiu.
- Vá, Mas vou te dar um aviso importante, Claire. Se seus pais te espancarem lá dentro ou eu ver alguma marca em você, eu entro nessa porra de casa e mato os dois! Ouviu? Vou estourar os miolos desses merdas na bala se você gritar ou voltar machucada!
Ele disse, com brutalidade e aquela voz sádica e grave, enquanto suas mãos seguravam minha nuca.
Meu Deus! Com certeza eu iria ser espancada... sei como são meus pais. Mas se isso acontecer... Rafael vai matá-los! Isso não pode acontecer! Não pode!
Eu ainda os amo... e sei que lá no fundo eles me amam também.
Eu teria que evitar a todo custo ser vítima de qualquer agressão deles...
- Entendeu ou vou ter que desenhar Caralho???
Disse ele, apertando minha nuca ainda mais.
Assenti várias vezes.
- S-Sim! Eu vou voltar logo... p-pode me soltar?
Implorei, enquanto lágrimas caiam de meus olhos.
Ele então assentiu, aparentando desconfiar de algo, era como se Rafael soubesse que eu não conseguiria evitar ser agredida por adam e Rosie.
- Não demore, e pegue algumas roupas pra levar.
Assenti, e passei a mão pelo rosto, enxugando as lágrimas.
- T-Tudo bem, eu volto já...
Respirei fundo, com medo, meu coração estava acelerado quando empurrei a porta.
Fechei os olhos e respirei fundo tentando me tranquilizar, e fechei a porta atrás de mim assim que entrei.
Logo abri meus olhos novamente.
Senti meu coração palpitar quando vi meus pais na sala.
Meu pai estava sentado, e Rosie, a madrasta, estava de pé, olhando para meu rosto com uma cara de desdém.
-R-Rosie? Pai? Vocês...j-já chegaram?
Falei, gaguejando e atropelando algumas palavras.
Estremeci dos pés a cabeça quando Rosie andou até mim.
- Tivemos de buscar algumas coisas, mas e você? Porquê não estava em casa? Onde estava, Claire?
Perguntou com sarcasmo, mas evitei qualquer reação de revolta, ou tristeza, e respondi um pouco seca decidida a não trocar tantas palavras com eles.
- Por aí, porquê?
Meu pai então se dirigiu à mim, se levantando do Sofá.
- Por aí com o homem do opala que está lá fora? Pelo menos ele parece ser rico, é melhor que aquele tal de Ethan, que não tem nem onde cair morto, ainda era filho de pescadores, que chacota.
Disse Adam, rindo e caçoando da simplicidade e doçura de meu amigo.
Não, eles não poderiam falar mal dele!
Olhei para meu pai e Rosie, que riam como hienas abobadas.
- Não quero que falem assim dele! Agora se me derem licença, vou subir.
Falei, já estressada com tudo aquilo, eu não aguentava mais os meus pais!
Eles viviam de dinheiro e status, machucando e pisando nos outros.
Aquilo me deixava tão mal...
Me virei de costas pra eles, e comecei a subir os degraus até meu quarto.
Pude sentir os olhares de desprezo sob minhas costas, mas continuei subindo.
Ouvi passos atrás de mim, droga... provavelmente era meu pai ou minha mãe, caminhando rapidamente para me machucar!
Apressei o passo, e entrei rápido em meu quarto, e me virei pra trancar a porta, mas fui empurrada pra trás junto com a mesma.
Me equilibrei pra não cair, e quando vi, Rosie já tinha entrado.
- Deixe-a aberta, Claire. Temos muito a conversar.
Disse ela, com um sorriso maldoso enquanto vinha até mim.
Não... Se ela fizesse algo comigo agora, o Rafael iria matá-la!
- R-Rosie... porfavor não faça nada!!
Falei piscando os olhos várias vezes, não... aquilo nao podia estar acontecendo!
Ela então segurou meu braço com força, e olhou em meus olhos.
- Porquê não? Você tinha apenas que cuidar da casa!! Sua inútil!! Porquê estava fora dela???
Perguntou, me apertando ainda mais. Suas unhas grandes me machucavam...
Rafael jamais poderia ver isso!! Ou Ele iria fazer uma coisa horrível!
Respirei fundo e me esforcei pra não ser espancada novamente.
- D-desculpe, eu tive que sair, mas eu não tinha intenção de demor...
Antes que eu terminasse de falar algo, senti um tapa forte em meu rosto, e fui jogada contra a janela de vidro de meu quarto como lixo.
Tentei me controlar, mas não consegui mais, e comecei a chorar.
Todos os dias, isso sempre se repetia.
Aquilo me machucava tanto, de todas as formas!
Levei as mãos ao rosto tentando amenizar o ardor, enquanto ela vinha até mim.
Me encolhi na parede cada vez que ela se aproximava, mas ela foi mais rápida e se aproximou de vez, puxando meu cabelo com força.
Senti meus fios sendo arrancados à mão novamente, e dei um grito de dor abafado.
- SUA INÚTIL!! VOCÊ NÃO FAZ NADA DIREITO MESMO!!!
Ela gritou com o furor em seus olhos, e me deu um soco no rosto.
Gritei de dor mais uma vez, sentindo meu rosto doer e arder, com toda certeza aquilo me traria um roxo enorme e Rafael iria perceber!
Ele faria um massacre terrível, ele é um psicopata assassino, não posso duvidar do que ele é capaz de fazer!
Tentei acalmar Rosie para que ela não me espancasse mais, depois eu cobraria o roxo do olho com maquiagem, eu só não queria que ele a matasse, sei que minha madrasta é ruim comigo, mas ela é humana! Meu pai também! Eles merecem uma segunda chance, seria cruel e triste vê-los morrer!
- R-Rosie... porfavor, se acalme! Não me.... M-machuque mais..
porfavor! É por você, não por mim!
Senti algo quente escorrer de minha cabeça, provavelmente era sangue e eu havia me machucado devido à força que fui jogada contra a janela de vidro.
- CALA A MERDA DA BOCA SUA VAGABUNDA!!!
gritou ela, dando um chute em meu estômago.
Me contorci e babei de dor, suspirei e soltei várias vezes, tentando amenizar a dor infernal que eu sentia, doia tanto!
Fechei os olhos por um tempo, tentando não sentir a dor terrível em minha barriga, mas enquanto eu estava de olhos fechados, ouvi um som estrondoso de tiros, e rapidamente abri os olhos.
- a única vagabunda aqui nessa porra é você.
Ouvi a voz que eu mais temia, que eu mais me sentia nervosa ao escutar, tão grave e perversa...
Quando abri meus olhos, vi a pior cena que eu pude presenciar.
Um homem alto, com um sobretudo preto e uma máscara tenebrosa de médico da peste negra, em pé com uma arma na mão, e Rosie ensanguentada e caída no chão aos meus pés.
Engoli em seco, e arregalei meus olhos, meu coração estava dilacerado ao ver aquilo, ROSIE ESTAVA MORTA???
Eu queria gritar, me debater, chorar e abraçar seu corpo morto no chão, mas eu não conseguia me mexer, provavelmente, eu havia entrado em estado de choque.
Esse é o segundo assassinato que presenciei.
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Entre Amor E Mortes
HorreurCÓPIA E PLÁGIO É CRIME!!! DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS! Uma garota com tendências suicidas cruza o caminho de um Assassino em série. Oque pode dar errado? TUDO. Rafael foi diágnosticado com psicopatia aos treze anos de idade, e entendeu o motiv...