Entre Amor E Mortes

Capítulo oitenta: RedRoom

Eu estava no banheiro, paralisada, com as pernas bambas, as bochechas tão quentes, vermelhas de raiva, e vergonha...
Rafael Blacktide havia me visto nua...
Tentei cobrir meus seios, e minhas partes íntimas o máximo que pude, mas meus seios pareciam escorregar de minhas mãos, do tanto que eu tremia enquanto ele olhava cada detalhe do meu corpo com atenção.
Uma expressão maliciosa e sádica, era como se estivesse imaginando coisas.
Nunca me senti tão tímida e com tanta vergonha.
Mas ao menos, ele logo saiu.
Eu não conseguia me mexer, era a primeira vez que um homem havia visto meu corpo sem intervenção de roupas ou qualquer outra coisa.
E eu respirava fundo pra não ficar louca, só de saber que aquele homem alto e perfeito, com o melhor beijo do mundo,havia me visto nua.
- Calma, Claire. Calma.
Respirei fundo mais uma vez, e peguei a camiseta dele.
Eu não havia trazido roupa nenhuma,
Só tinha no momento um sutiã e uma calcinha, que provavelmente, é claro, não vou usá-las novamente.
Então eu tive que fazer o mais improvável, ficar sem calcinha e sem sutiã, e usar apenas a camiseta dele.
Depois eu iria dar um jeito, iria pedir pra que ele me deixasse em casa pra pegar algumas roupas e aí eu não passaria mais por esse aperto e vergonha.
Me sequei, já que estava toda molhada do banho, e coloquei a camiseta dele.
Me olhei no grande espelho da suíte, e vi que meus seios marcavam muito no tecido, e que a camiseta havia ficado um pouco curta, qualquer movimento em despercebido, e minhas partes estariam totalmente expostas.
Mas bom, era a única coisa que tinha.
É melhor que ficar nua.
- Droga... como vou esconder isso?
Logo tive uma ideia, penteei meu cabelo com a escova que estava na suíte, deixando grande parte pra frente, bom... consegui esconder. Eu não poderia colocar meu cabelo pra trás agora.
- Vamos lá...
Respirei fundo mais uma vez, e sai dali, abrindo a porta.
Passei pelo quarto, e andei pelo corredor, indo até as escadas.
Aquela casa, era tão grande e bonita, com várias paredes de vidro, oque a deixava ainda mais sofisticada.
No corredor,Passei por uma porta estranha, era velha e um pouco diferente das outras, parecia um tanto misteriosa.
Espiei de escanteio, eu queria ver se Rafael estava me observando ou ocupado, já que aquela porta me despertava tamanha curiosidade.
Pelo que consegui ver, ele não estava me seguindo.
Engoli em seco, enquanto olhava para a porta, ansiando ver oque havia por trás dela.
Claire, pense bem no que vai fazer!! Ele é capaz de qualquer coisa!!
senti meu coração palpitar, enquanto respirava fundo, pensando se abria  ou não aquela porta tão misteriosa.
Provavelmente haveria uma punição...
Mas e se ele não saber?
Sei que é difícil esconder algo dele, já que Rafael sabe de tudo, é como um demônio observador...
Mas irei apenas abrir um pouco, e olhar pela fresta. Depois vou descer normalmente pra baixo.
Sim, era isso que eu faria.
Respirei fundo, e me encostei na porta, abrindo um pouco da mesma, devagar.
Olhei pela pequena brecha, e senti meu pulmão perder o ar, arregalei os olhos, uma expressão de horror tomava meu rosto, congelado em medo enquanto meu corpo estremecia, eu engolia em seco pra não gritar, mas era quase impossível segurar o pavor que eu sentia ao ver aquilo...
Naquele quarto, de paredes pintadas de vermelho, haviam alguns corpos jogados no chão, uns em decomposição, outros aparentando ser mais recentes...
Havia uma mesa grande com um enorme computador que parecia ser muito caro, uma mesa de madeira com armas, facas, uma motosserra e Machado.
Fora alicates, canivetes, e tudo que era usado pra torturas alguém.
Eu reconheci aquela sala de primeira, Rafael havia me amarrado ali e me torturado pela primeira vez...
Naquele dia, ele havia me machucado tanto que eu sequer lembrava de todos os mínimos detalhes naquela sala...
Aqueles corpos, sequer dava pra saber quantos eram, estavam em péssima condição, órgãos podres e cheio de larvas pra fora, jogados ao lado de uma enorme Câmara fria, que ao lado dela, havia outra porta.
Levei uma mão à boca, evitando não vomitar enquanto uma larva adentrava oque parecia ser tripas.
Me senti terrível, ainda mais por conta do cheiro de morte que havia ali, uma casa tão bonita, com um lugar tão... horrendo e sombrio.
Meu coração palpitação forte, e meus olhos lacrimejaram enquanto eu tentava não entrar em choque.
- Espiando, putinha?
Ouvi sua voz rouca e grave, soando um pouco sarcástica e ameaçadora em meu ouvido, enquanto sentia sua quente respiração em meu pescoço.
Estremeci ainda mais, eu mal conseguia me virar pra olhá-lo, eu sequer conseguia ficar de pé, com as pernas bambas. já que aquele lugar me aterrorizou tanto.
- R-Rafael? M-me desculpa! E-eu só...
Ele então levou um dedo até meus lábios, em sinal de silêncio, e apenas me olhou nos olhos, sem expressar nada.
-Shhh... A comida tá pronta, vem.