Tudo oque eu queria era fazê-la feliz.
E ela não precisaria ser minha namorada pra isso.
Eu a entendo por não ter aceitado minha confissão, aliás, no que eu estava pensando quando disse que a amava quando ela já estava namorando?
Isso foi muito errado...
Às vezes penso que Rafael possa ter... visto quando beijei Claire.
Não sei se ele viu ou não, mas de qualquer forma eu errei.
Inclusive, não a respeitei.
Droga, eu me odeio por ter feito isso.
Por ter constrangido Claire.
Espero que um dia, ela possa me perdoar por ter sido tão invasivo.
Sentado no banco de concreto frio da escola, eu só conseguia pensar no quanto errei.
Mas, isso não foi nada comparado ao que ele fez.
Rafael parece ter uma autoridade bruta sobre Claire, e ela é como uma boneca pra ele.
Ele a manipula a fazendo se rastejar ao seus pés, e pior, abusou dela... na minha frente.
Eu nunca, nunca vou me esquecer disso.
Me aterroriza lembrar do quanto ele foi bruto com ela, uma garota tão doce e gentil, que merece ser feliz...
Ele a possuiu sem piedade alguma e parece adorar se aproveitar do quão ingênua e frágil ela é.
Uma garota tão amorosa...
Mas que teve o azar de cruzar caminho com o próprio satã.
Aliás, pensando bem.
Como droga eles se encontraram e começaram a namorar?
Me lembro que Claire em um dia estava só, e no outro... estava com aquele cara.
Foi tão rápido...
E agora ele a força a se afastar de mim, com ameaças cruéis e horríveis.
Isso me preocupa, me preocupa pensar que minha melhor amiga corre o risco de morrer toda vez que fica ao lado dele.
Tudo que eu queria era pegá-la e fugir o mais longe possível desse maníaco.
Mas, ele já a machucou, e qualquer contato agora com Claire pode colocar a vida dela em jogo.
Eu não me importo comigo, mas sim com ela.
E tenho muito medo de que algo ruim aconteça.
Mas, ao menos tenho um trabalho, pra distrair a mente...
Sim, eu consegui recentemente um emprego numa floricultura próxima à escola, no período da tarde, e tudo que eu teria que fazer era cuidar das flores e mantê-las sempre lindas.
Então depois de um tempo ali pensando arregalei os olhos.
E falando de trabalho... devo estar atrasado! peguei meu celular e olhei as horas.
Eram meio dia e meio.
Eu precisava ir direto pro trabalho!
Ótimo, não vou ter tempo de almoçar.
Droga...
Mas posso comer algo rápido lá...
E Assim que eu chegar em casa, faço uma boa janta.
Me levantei do banco, peguei minha mochila e sai pelos portões da escola.
Minha bicicleta estava logo na frente, encostada abaixo de uma árvore, e eu coloquei minha mochila nas costas e subi na mesma, pedalando devagar pelas ruas frias de nova Jersey, após um dia cansativo e confuso de aula.
O dia estava neblinoso, frio, e a brisa leve me trazia um arrepio na espinha.
Eu prefiro dias calorosos, mas também gosto de um pouco de frio.
Abaixei um pouco as mangas do meu suéter, uma por vez para que eu não perdesse o equilíbrio, já que o frio em minha pele me incomodava um pouco.
O asfalto molhado dava um ar fresco para a rua, enquanto a brisa fria soprava em meu rosto, balançando meus cabelos cacheados e castanhos.
Minha mente pesava de tantos pensamentos, tudo que eu queria era denunciar aquele crápula, e eu tinha provas suficientes pra isso...
Mas eu temo que isso afete minha clarinha de alguma maneira, e eu sei que vai.
Preciso pensar, preciso tirar ela disso! Eu só não sei como...
Eu estava pedindo aos céus que me ajudassem, eu estava desesperado!
Eu sei oque fazer, mas não quero que isso a machuque!
Então, enquanto minha cabeça estava a mil com tantos pensamentos, logo me vi chegando até a floricultura, que era no início da ponte Arthur, uma ponte bem conhecida por estar centralizada com o mar azul e belo.
Então encostei minha bicicleta em frente à floricultura, e abri a porta da mesma, fazendo tocar o pequeno sino de visitas.
- Boa tarde, Ethan!
Uma voz conhecida chamou meu nome, e eu já sabia que era minha colega de trabalho.
A mais próxima na verdade, já que trabalhávamos no mesmo setor, o de cuidados com as flores, porém em horários diferentes.
Ela pela manhã e eu à tarde.
- Boa tarde! Tudo bem?
Falei, disfarçando toda a minha preocupação e tristeza com um sorriso contagiante e simpático.
minha mãe sempre me ensinou que nunca devemos transmitir más energias, apenas as boas.
E eu também gostava disso, de fazer as pessoas sorrirem.
Principalmente minha clarinha.
- Sim! Tudo ótimo.
Assenti, enquanto me aproximava dela, indo até meu armário.
Bati meu ponto ao lado, com minha digital e peguei meu uniforme.
Uma camisa social azul de mangas longas e um avental branco, já que eu sempre me sujava com um pouco de terra, ou me molhava com água.
E também porque tinha que lidar com algumas flores que soltavam algum tipo de muco, as flores copo de leite eram um exemplo.
E eu as acho lindas!
- Bem, eu já estou indo almoçar... você já almoçou?
Perguntou ela, gentil como sempre.
Neguei com a cabeça.
- Não tive tempo, teve uma investigação policial na escola, oque acabou atrasando todos nós.
Eu disse enquanto tirava meu suéter, o guardando no meu armário.
- Ah sim, eles foram investigar o caso daquela garota que se suicidou?
Assenti que sim, mas dei uma risada cheia de sarcasmo.
- Suicídio é o que eles dizem, mas ela foi assassinada. Ninguém se suicida com sete tiros, aquilo foi.... um Homicídio perfeito.
Falei, já sabendo quem era o autor daquilo tudo.
Eu sabia que era ele, não poderia ser outra pessoa...
Ela então assentiu.
- Faz sentido, bem. Eu estou indo! Peça algo pra comer, não fique de barriga vazia!
Gargalhou ela enquanto me dava um tapinha nas costas e tirava seu avental, o guardando em seu armário.
- pode deixar.
Falei sorrindo gentilmente.
- ah, uma coisa! Hoje de manhã um homem esteve aqui... para comprar um buquê, foi o nosso buquê mais caro!
Disse ela, com surpresa em seus olhos, e eu então a olhei com o mesmo olhar de surpresa e sorri.
- Uau! Que bacana!
Ela então assentiu e ficou de frente para mim, no balcão onde eu estava.
- Sim, mas sabe pra quem era aquele buquê?
Disse ela, com um ar de suspense.
- Pra sua amiga, a Claire. Ele é namorado dela! Você sabia disso? Nossa. Ele era alto, olhos azuis... um sonho! Ela deve estar muito feliz, e ele parece tão romântico...
Disse ela enquanto sua pele morena clara corava de pouco a pouco.
Então ele esteve aqui?
Será que ele sabe que eu trabalho aqui?
Olhei para minha colega de trabalho enquanto ela parecia estar hipnotizada falando de Rafael.
De sua beleza, e de seu " Romantismo"
Romântico... coisa que ele não era.
Mas ele parece estar conseguindo iludir Claire...
Isso me deixa tão triste...
Droga.
Mas eu não posso forçá-la, foi uma escolha dela.
Por mais que isso me preocupe, me tire o sono.
Mas ela escolheu isso e eu não tenho nenhum poder de obrigar ela a largar o namorado abusivo.
A única coisa que eu posso fazer pra ajudá-la, é denunciá-lo.
Apenas isso...
- Romântico... - falei baixo e ri meio seco enquanto minha mente reprisava a maldita cena que ele abusou dela.
- É, então... eu já vou indo! Bom trabalho Ethan. E trate de comer!
Disse ela, rindo enquanto pegava sua bolsa.
- Claro, obrigado por se preocupar.
Falei enquanto colocava minha camisa social, uniforme da empresa por cima do uniforme da escola.
Ela então apenas assentiu e abriu a porta, fazendo tocar o pequeno sino acima da mesma.
Coloquei meu avental, e logo eu já estava pronto pra mais um turno de trabalho.
A brisa fria entrou pela porta da frente, balançando as flores perto do balcão, e eu fui fechar a porta.
Peguei um pequeno borrifador com água pra aguar as flores e comecei com as rosas.
Tão lindas, em vermelho vivo... a flor preferida de Claire.
Me lembro do dia que roubei uma do meu vizinho só pra presenteá-la.
Sorri alegremente me lembrando desses momentos bons que passamos juntos.
Claire era tudo pra mim, e eu só queria vê-la bem.
espero que eu consiga ao menos denunciá-lo.
Acredito que isso pode livrá-la do sofrimento que ele causa.
Logo interrompendo meus pensamentos, um senhor abre a porta fazendo o sino pequeno de aviso tocar suavemente.
- Boa tarde!
Me cumprimentou ele.
Logo, deixei o borrifador em cima do balcão onde estavam as flores, e fui até ele.
- Boa tarde! Como posso ajudar o senhor?
Falei gentilmente.
- Eu queria algumas flores pro meu aniversário de casamento...
Disse ele, olhando todas as lindas flores da grande floricultura.
- Que incrível! Bem, tenho uma imensidão de flores que provavelmente irão agradar seus gostos! O senhor procura por uma específica?
Ele então olhou para algumas margaridas brancas, e apontou para elas.
- Ela adora margaridas!
Assenti com um sorriso, e caminhei em sua frente.
- Ótimo! Me acompanhe porfavor, tenho as mais belas na estufa.
Eu amava o meu trabalho, e ele me fazia bem de certa forma, o cheiro das flores eram incríveis, e as histórias de amor que eu ouvia dos meus clientes aqueciam docemente meu coração.
Pelo menos ali, por um certo tempo, eu esquecia de meus problemas.
Depois desse atendimento provavelmente vou pedir algo pra comer e tomar coragem pra denunciar Rafael assim que eu terminar meu expediente.Eu não quero vê-la sofrer ainda mais!
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Entre Amor E Mortes
TerrorCÓPIA E PLÁGIO É CRIME!!! DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS! Uma garota com tendências suicidas cruza o caminho de um Assassino em série. Oque pode dar errado? TUDO. Rafael foi diágnosticado com psicopatia aos treze anos de idade, e entendeu o motiv...