Capítulo noventa e nove: O passado sombrio de Um psicopata

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Eu estava com Rafael Blacktide, meu lindo e misterioso psicopata, em seu opala enquanto ele dirigia, e quando menos esperei logo me vi de frente à um prédio grande, com vários ônibus escolares na entrada, todas as luzes estavam apagadas

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Eu estava com Rafael Blacktide, meu lindo e misterioso psicopata, em seu opala enquanto ele dirigia, e quando menos esperei logo me vi de frente à um prédio grande, com vários ônibus escolares na entrada, todas as luzes estavam apagadas.
- Essa é a faculdade onde eu estudava, estava cursando biologia, bom. Foi aqui que meu pesadelo começou.
Ele apontou seu dedo indicador para a esquina da escola, atrás de algumas árvores, era um lugar escuro e pouco perceptível, totalmente camuflado.
Olhei atentamente ele enquanto o mesmo me contava sobre seu passado sombrio e oculto, que até agora, eu não sabia.
- Oque houve ali?
Perguntei, enquanto o olhava curiosa e prestava atenção em cada palavra que saia de seus lábios.
- Sabe, Sempre fui um aluno bom pra caralho, ganhei vários prêmios acadêmicos como o melhor em biologia, coisa que poucos conseguiam, eu sabia que era inteligente, mas não ao ponto de ser invejado de uma forma tão doentia.
Biologia, inteligência... inveja.
A inveja é a pior doença que um ser humano pode ter, é o pior sentimento a se sentir.
Ela nos deixa completamente cegos, nos faz desejar algo que não é nosso,
E nos induz a revirar o inferno para conseguir oque anciamos.
Continuei prestando atenção nele sem desviar o olhar sequer um minuto, eu queria tanto saber sobre o passado dele... sobre oque colaborou para que ele se tornasse tão sádico e tão mau.
E então, ele continuou depois de dar um fundo suspiro.
- Um dia, saindo de uma aula cansativa nessa faculdade, eu andei por essa calçada com livros na mão, louco pra chegar em casa, na maior inocência, se é que me entende... e então eu fui puxado fortemente pela mochila, minha cabeça bateu no chão e quando vi eu estava cercado por três caras da minha sala, que me apontaram uma faça e me obrigaram a ir com eles para um centro comunitário abandonado, vou te mostrar de perto.
Ele disse, e então acelerou com seu opala.
Andávamos pela estrada fria, naquela linda cidade iluminada que era nova York, o vento frio batia em nossos rostos, enquanto em pensava no que acabara de ouvir...
Rafael claramente havia sofrido bullying, assim como eu.
Somos tão parecidos, tão diferentes, mas ao mesmo tempo tão iguais...
Entramos em uma trilha de muito matagal e densidão, Enquanto ele dirigia ao meu lado sem dizer nada por enquanto.
Ele deve estar relembrando de seu passado...
Finalmente a longa estrada de mata, escura e fria parecia ter acabado.
Agora estávamos em frente à uma pequena casa abandonada, cheia de musgos em suas paredes, totalmente isolada do restante da cidade.
-Desce.
Ordenou Rafael, e eu o obedeci, é claro.
Abri a porta do opala, pisando na grama verde do lugar, e quando olhei para três Rafael havia descido também.
Ele pegou minha mão, e me guiou, me levando pra mais perto da casa.
- Esse é o antigo centro comunitário, foi pra cá que eles me trouxeram.
Seus olhos azuis observavam tudo, talvez tenha sido um choque para ele voltar para sua antiga cidade.
Onde claramente, coisas ruins haviam acontecido.
Olhei pra baixo, e vi fitas da polícia, indicando que aquela era uma cena de crime.
-Me d-desculpe perguntar... mas oque eles fizeram?                                                perguntei tentando entender aquela estranha situação, o passado dele era tão funébre e distante do sol, de qualquer luz, qualquer coisa que seja a definição de bom... eu estremecia.      Rafael Blacktide então respirou fundo e passou sua mão por seus cabelos pretos lindos e macios, jogados pra trás, ele aparentava sentir muita coisa naquele momento, e ao mesmo tempo, nada. como se estivesse remoendo tudo oque viveu, inclusive os momentos ruins.           
- Assim que fui arrastado até aqui, meu pesadelo infernal começou... entre comigo, Claire.           
Ele me puxou pela mão, e adentramos o lugar empoeirado e esquecido por todos, no chão não havia piso, apenas um concreto vísivelmente desgastado, as paredes estavam cheias de musgos e sujas.
Assim que entramos, ele parou em minha frente, e me olhou nos olhos.
- Fui amarrado exatamente ali, eles apertaram a corda pra cacete, eu mal sentia meu sangue bombear, e então foi aqui que tudo começou. Fui torturado, eles me cortaram, riram do meu desespero enquanto eu gritava e implorava por ajuda, sentindo a dor da minha pele sendo rasgada e o sangue escorrendo... Fui tratado como lixo.
Disse ele,  olhando para um dos cantos que havia ali, e eu pude notar algumas manchas escuras no chão e parede.
Aparentava ser sangue... das ediondidades que ele sofreu.
Então, ele havia sido torturado, havia sofrido, ele era um humano normal, com uma vida, pais, estudos... ele era alguém com a alma viva.
E pelo que ouvi, tudo fora arrancado dele, da forma mais brutal possível.
Ele havia sido abusado assim como eu...
Segurei em sua mão, a apertando carinhosamente, e engoli em seco.
Éramos tão iguais...
- Eu sei como você se sente...
Falei e abaixei a cabeça respirando fundo, esperando atentamente que ele continuasse.
E ele o fez.
- E também deve saber que a dor nos transforma, não é? Pois ela me transformou. Se passaram semanas, e eu estava amarrado ali, morrendo de fome e sede, abusado, machucado e com meu psicológico todo fodido, longe de tudo e de todos, traumatizado pra porra... e quando eu menos esperava, policiais entraram por essa porta, e vieram me ajudar. Não reagi muito bem á ajuda já que estava muito paranóico e com medo, mas logo entendi que eu estava sendo salvo desse inferno.
ele respirou fundo, e andou pelo lugar, parando ao lado da parede, de braços cruzados.
Ele olhava para o chão, lembrando da dor em que fora submetido neste lugar, e continuou mais uma vez.
- Eles me levaram pra um sanatório, me deram comida, água, um lugar pra descansar... eu estava me recuperando, mas aí decidi ligar pra minha avó, que foi me buscar, e fodi com o resto de sanidade que eu tinha.
O olhei, sem entender.
Será Que...
- M-me desculpa... Não queria perguntar demais, mas... sua avó te machucou?
Ele então sorriu sárcasticamente, e me puxou para mais perto.
- Você é uma boa garota, Gatinha. Continue assim. E respondendo sua pergunta, não. Minha avó nunca me machucou e ela jamais faria isso se ainda estivesse viva. Quando ela me tirou do sanatório, eu não pude voltar pra minha casa porque eu tinha sido despejado, já que eu estava fora por semanas e deixei de Pagar as contas...
Bom, eu também não pude ficar com a minha avó já que ela não tinha como me sustentar, então fui morar com meu "tio" na fazenda dele.
- S-sinto muito por sua avó, mas você.... gostava do seu tio?
Perguntei, engolindo em seco um pouco nervosa enquanto ouvia a história dele.
Espero que ele não fique irritado comigo e não me castigue depois...
Rafael então mordeu os lábios, aparentando estar pensativo, e me pegou pela mão novamente.
- Venha, tenho mais á te mostrar.
Apenas assenti com a cabeça freneticamente, o obedecendo como um animalzinho de estimação preso entre seus dedos.
Saímos daquele mórbido centro comunitário abandonado e em ruínas,  onde Rafael havia sofrido e sido torturado...
Um psicopata tão maligno, com um passado tão frio e triste...
Entramos no opala, ele abriu a porta pra mim, e mais uma vez estávamos andando por nova York. Mas dessa vez, havíamos adentrado uma densa estrada de chão, indo em direção à uma aparente parte rural, e eu esperava nervosa para ouvir mais sobre seu passado sombrio.

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