Entre Amor E Mortes

Capítulo oitenta e nove: Caindo lentamente nos braços dele.

' Com o sabor dos seus lábios, eu estou no paraíso.
Você é tóxico, estou derretendo.'
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Eu estava no chão, caída, tremia como nunca, mas meus olhos estavam cheios de lágrimas, mas congelados na cena à minha frente.
Minha madrasta estava morta, seu sangue escorria como um rio, e ela tinha agonizado se afogando no mesmo.
Um homem alto, com um sobretudo preto, tinha uma máscara de médico da peste negra no rosto, com um bico extenso e medonho, em suas mãos ele tinha uma arma, a mesma que usou pra tirar a vida de Rosie.
Meu coração palpitava, e eu sentia uma dor terrível no peito, eu não queria que eles morressem!
Sei que o que fizeram foi errado, mas todos cometemos erros e merecemos uma segunda chance...
Eu estava em choque, mal conseguia me mecher, e então, o homem veio até mim.
Provavelmente era Rafael, já que ele havia dito que se eu fosse espancada, ele perderia a paciência e subiria pra matar meus pais.
Então esse homem fantasiado... era ele.
- Chorar é inútil, Claire.
Ele disse e então andou em minha direção, passando por cima do corpo de Rosie, ele se abaixou até mim, e me olhou por trás daquela máscara.
Suas mãos tocaram meu rosto, gelado e pálido de medo e terror, e quando ouvi sua voz grave e senti o toque daquelas mãos quentes, pude saber que realmente era Rafael.
Ele levou sua mão até meu rosto, e enxugou minhas lágrimas, enquanto eu continuava tremendo, me sentindo a pior pessoa do mundo...
Eu sabia que eu tinha sido a causa do assassinato deles, a culpa era minha!
Comecei a chorar ainda mais, e então Rafael tirou a máscara.
Revelando aquele lindo rosto, e cabelos agora bagunçados.
Ele passou a mão pelo cabelo, o colocando pra trás, e me olhou nos olhos.
Eu sentia uma dor de culpa infernal, aquilo estava me matando!
E se eu chorasse baixo? E se tivesse sido agredida em outro lugar longe da janela? E se eu... escondesse tudo com maquiagem?
Chorei ainda mais, minha voz já estava rouca e minha garganta doia.
-A c-culpa... e-É minha...
Exclamei, levando as mãos ao rosto e chorando ainda mais, eles não mereciam ter sido assassinados daquela forma... Não mereciam!
O olhar de rafael se fez sério, parecia com raiva também, e ele levantou meu queixo, me olhando nos olhos.
- Para de falar merda garota, você sabe que a culpa foi deles!
As lágrimas escorriam dos meus olhos, e eu evitava pensar naquilo, não, a culpa era minha e somente minha!
Eu causei a morte deles...
Digo eles, pois provavelmente ele matou meu pai...
A dor me penetrava no peito ainda mais, e eu não parava de chorar.
Todos erram, meus pais também eram humanos!
Logo, Rafael interrompeu meu choro e minha dor, segurando em meus braços com força e brutalidade, e olhou dentro de meus olhos.
- Você sabe Claire, que a culpa foi deles, eles te machucaram, te maltrataram, fizeram a porra toda e você fica se culpando? Devia me agradecer já que eu te livrei de sofrer mais na mão desses merdinhas!
Ele disse, estava alterado, de longe era aparente sua raiva, mas não...
Ele já havia assassinado meus pais, devia pelo menos respeitá-los! Ele os chingou!
Me alterei, toda a tristeza e a raiva em meu peito explodiram de uma vez, e antes que eu pudesse raciocinar, dei um tapa em seu rosto.
- N-Não fala assim deles!
Eu falei com a voz rouca, enquanto Minhas mãos tremiam, logo eu o vi ficar ainda mais furioso, me olhando perversamente com aqueles olhos azuis maldosos.
Sua bochecha estava vermelha, pelo tapa que eu havia dado, nervosa, sem conseguir me controlar ou ao menos entender que oque eu estava fazendo...
Era como desafiar o diabo.
Rafael Blacktide então em um movimento rápido, pegou em meus cabelos loiros os puxando pela raiz, eu sentia a dor de meus fios sendo arrancados, todos me agrediam pelos cabelos e aquilo doia tanto!
- Sua putinha ingrata do Caralho... faz isso de novo e eu arranco seus dedos e ainda te faço comer um por um.
Sussurrou ele, com autoridade e brutalidade, sua voz grave e ameaçadora em meu ouvido me fazia estremecer, e então, me dei conta do que eu havia feito.
-M-me desculpa... eu não d-devia...
Antes que eu pudesse terminar, ele apertou minhas bochechas com força, e se aproximou ainda mais.
Eu sabia oque ele iria fazer, e aquilo me deixava ainda mais nervosa e trêmula...
Ele me beijou, penetrando sua língua molhada e quente em meus lábios, enquanto suas mãos desciam por meu corpo, ele apertou minha cintura.
Eu não estava bem com aquilo, meus pais haviam sido assassinados, e agora ele me beija assim...
Aparentemente, ele percebeu que aquela não era a hora, e parou, dando uma leve mordida em meus lábios.
Eu estava triste, por meus pais estarem mortos... mas o beijo de Rafael Blacktide era tão delirante e quente...
- Vá se arrumar, pegue suas roupas, enquanto isso eu vou limpar a sujeira que fiz.
Ele disse, oque me fez ficar ainda mais nervosa e trêmula.
-V-você vai....
Ele então se levantou, e novamente colocou sua máscara de pássaro.
- Vou me livrar dos corpos, mas antes preciso pegar um Machado no carro pra desmembrá-los, assim pra polícia será apenas mais um desaparecimento.
Ele falou, em tom frio e sem uma gota de sentimentalismo, ele era tão sádico...
Ele queria esquartejar meus pais... 
Eu sei oque senti, sei a dor que eles me causaram, mas isso... era desumano! Fazer isso era algo horrível !
Aquilo me deixava tão mal, com tanto medo e eu me sentia desprotegida, como se eu estivesse com o próprio satã.
Eu odiava essa sensação.
Uni forças pra me levantar, já que eu ainda estava em choque e com as pernas bambas.
Segurei no sobretudo dele, e me apoiei pra não cair.
Ele então me envolveu em seus braços fortes e quentes, me segurando.
- P-porfavor... não faça isso com eles...
Me deixe ao menos enterrá-los...
Eu implorei com a voz rouca de tanto chorar, e com os olhos inchados.
Ele então ficou pensativo e não disse nada, olhando para o corpo de Rosie jogado ao chão, e então se virou para mim.
- Se acharem o corpo deles eu vou estar fodido, tenho que esquartejar pra ficar irreconhecível, entende?
Rafael falou com aquela voz sádica e sem um pouco de compaixão, ele era um Psicopata assassino de sangue frio e insentimental, ele era como uma máquina de matar impiedosa, aquilo era tão ruim, tão cruel.
Mas não... eu não posso desobedecê-lo. Eu sou dele agora.
Comecei a pensar... meus pais, eles me torturavam tanto.
Não consigo dizer exatamente quantas vezes fui espancada, maltratada, xingada de vários nomes terríveis e desrespeitosos...
Já fiquei meses sem lavar meu cabelo, pois Adam e Rosie puxavam tanto que fazia feridas em meu couro cabeludo, e o contato do shampoo causava um ardor infernal.
Eu era tratada como um lixo.
Logo, meus olhos estavam em Rafael Blacktide, e focavam apenas nele.
Talvez... ele tenha razão, ele me salvou.
Me libertou das garras malignas dos meus pais.
Ele... fez isso por mim.
Fui agredida por anos, e agora estou livre.
Senti meus olhos perderem o brilho, eram tantas emoções, tantas coisas acontecendo, por anos fui tratada como uma escrava e um saco de pancadas... então eu sequer sabia como expressar oque eu sentia.
Rafael, sim, ele estava me ajudando! Ele matou arielle porque ela fazia bullying comigo, mesmo que ele seja um cruel assassino, ele fez isso tudo por mim...
Ainda cuidou de mim e me beijou, mesmo que fosse pra me machucar depois, sei que foi pro meu bem.
Eu sinto suas mãos em mim, seu calor, sua voz arrepiante e grave, que me conforta ao mesmo tempo que me causa dor...
E eu preciso dele. Preciso da presença de Rafael Blacktide, preciso senti-lo sempre que eu desejar e estar disposta a ser dele.
Sou uma suicida inútil, que sente prazer em se mutilar, pois pra mim... prefiro sentir a dor física, do que a psicológica, prefiro matar meu corpo, do que minha alma...
Então eu não me importo quando ele me tortura, eu me torturo também, então não é nada novo...
Sou acostumada com a dor, a escuridão.
Respirei fundo, e o Olhei nos olhos.
Eu sou sua, Rafael Blacktide. Faça de mim oque desejar, me tenha por completo.
Estou apaixonada pelo modo tóxico  como você alivia minha dor.