Entre Amor E Mortes

Capítulo dez: noite cheia de paz.

Estava esperando Ethan há uns dez minutos, parada em frente à minha casa. A brisa fresca da noite balançava os cabelos, e eu observava a estrada longa e vazia. Então, de repente, avistei uma bicicleta se aproximando. Era ele.
Ethan estava na sua bicicleta preta, com o vento bagunçando seus cabelos castanhos. Ele sempre usava essa bicicleta para ir à escola e para todos os lugares. Dizia que andar com o vento no rosto era como uma terapia. Sorrir ao vê-lo era inevitável... passei a mão pelo cabelo, o jeitando e me aproximei dele.
- Oi...
falei, forçando um sorriso, tentando esconder a dor que ainda sentia no rosto.
Ethan parou bem na minha frente, um brilho nos olhos. Ele estava usando um suéter verde musgo, que ressaltava seu tom de pele clara, calça amarronzada e seus inseparáveis All Star pretos.
- Uau, você está linda!
ele exclamou, seus olhos brilhando como as estrelas.
- parece uma uma princesa de contos de fadas...
Fiquei um pouco tímida, as bochechas esquentando.
-O-obrigada... Você também tá... Muito bem... E esse suéter fica ótimo em você  respondi, tentando me soltar.
Ele sorriu de lado, sem mostrar os dentes, e enfiou uma mão no bolso, olhando ao redor.
- Tá bem frio, né?
ele comentou, observando as árvores altas que cercavam minha casa, suas folhas dançando suavemente com o vento.
- S-Sim, bastante...
Dei uma olhada para o céu, admirando a lua cheia que iluminava tudo com um brilho prateado.
Ethan me observou com um sorriso que iluminava seu rosto.
- Você parece precisar de um passeio.
Ele disse, quebrando o silêncio, sua voz doce e cheia de calor.
Me aproximando dele, falei em um tom mais baixo, quase tímida.
- E-Ethan, queria te agradecer por estar aqui hoje. Por ter ficado comigo quando eu não tinha ninguém... Por ter... Me acalmado e me dado aquela rosa tão linda... Eu não poderia pedir aos céus um amigo melhor.
Ele ficou em silêncio por um momento, como se abraçasse todas as minhas palavras. E então, me puxou para um abraço apertado, me envolvendo em seu calor.
- Não precisa me agradecer, eu sempre vou estar com você. Você nunca vai estar sozinha.
ele respondeu, sua voz firme e reconfortante.
- E que bom que gostou da rosa... Quando a vi, logo pensei em você.
Um nó se formou na minha garganta, mas consegui segurar as lágrimas. Ele me oferecia um conforto que eu não conhecia. Quando nos soltamos, ele sorriu, como se quisesse me animar.
- Mas bem, vamos nos divertir! Nada de choro, tá?
Ele disse, apontando gentilmente para que eu subisse na garupa da bicicleta.
Eu olhei para ele, hesitante, e ele soltou uma risada leve.
- Vai ser incrível, confia em mim.
Sorri e subi na garupa, o coração acelerando.
- E se eu cair?
perguntei, segurando firme nele.
- Não se preocupe! Eu sou um expert em pedalar.
ele brincou, ajustando minhas mãos em volta da cintura dele.
-Pronta?
Assenti, um misto de excitação e nervosismo.
Ele agarrou o guidão, seus músculos se tensionando, e colocou os pés nos pedais.
- Então, vamos nessa.
Ele gritou, e logo descemos a estrada, o vento nos recebendo de braços abertos.
O ar frio batia no meu rosto, e a lua iluminava nosso caminho. Era uma noite perfeita, tão mágica. Pedalávamos pela estrada, as árvores balançando ao nosso redor como se estivessem nos abraçando docemente.
A calmaria que eu sentia ao lado dele era pura. Meu coração se acalmava com cada pedalada, e uma paz crescente brotava de dentro de mim.
Aquela noite era nossa, e tudo parecia brilhar ao nosso redor.