Capítulo cento e noventa e três - Com você aqui...

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Ele me beijou mais uma vez

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Ele me beijou mais uma vez.
Estava chorando, trêmulo, suas bochechas estavam com um rubor avermelhado notável até mesmo de longe, os sentimentos dele eram notáveis à metros de distância.
Era como se seu peito fosse transparente, e eu pudesse ver seu coração, enquanto os lábios dele estavam unidos aos meus.
e Eu?
Bem, eu não sentia nada.
Nada mesmo.
Todo amor que um dia eu senti tinha sido cruelmente massacrado por aquele doente, naquele momento em que pisei os pés naquela casa.
Eu já havia chorado tanto, que nem mais lágrimas eu tinha pra continuar me lamentando.
Eu... só conseguia me sentir uma casca.
Sem alma, sem amor, apenas um vazio sem fim, e mais nada.
Minha mente me torturava a cada segundo, me lembrando da maldita hora em que o vi com as garotas que tanto me machucavam, e a vontade que eu tinha a cada vez que eu me lembrava disso, era de enfiar uma faca no meu coração, para que toda essa dor terminasse de uma vez.
Seria tão, tão bom se eu estivesse morta nesse exato momento...
Assim eu não sofreria, não choraria, não sentiria mais nada.
Porque meu peito as vezes fica vazio, ou cheio de dor.
Mas nenhum desses sentimentos, obviamente, é bom.
Então se uma dor física passageira colocasse fim à tudo isso...
Eu provavelmente entraria em êxtase
enquanto estivesse sangrando.
Ah, é...
Sentir prazer enquanto me suicido?
Isso é bem doentio...
Mas se isso evitasse futuros sofrimentos, Seria mesmo uma ideia prazerosa.
- Claire...
Ele sussurrou meu nome se afastando de meu rosto, depois de beijar meus lábios. E eu estava tão perdida em tantos pensamentos que só depois de vários minutos notei que ele havia me chamado.
- Uhm?
O olhei, para que ele soubesse que estava o ouvindo, e ele aproximou sua mão de minha cabeça, tocando suavemente meus cabelos.
- Eu... E-Eu não vou trabalhar hoje, está bem? Vou ficar aqui com você...
Ele então me puxou para um abraço, e continuou acariciando meus cabelos.
- V-Você não precisa se prejudicar por minha causa, não precisa se preocupar..
Falei em tom baixo e frio, enquanto ele me aninhava em seus braços.
- Eu não vou te deixar sozinha, ainda mais dessa maneira... m-mas fique tranquila, eu tenho muitas horas extra acumuladas, um dia só não vai me atrapalhar.
Ele então beijou minha testa, e acariciou minhas bochechas.
- E se caso quiser desabafar sobre oque aconteceu, eu estou aqui, e sempre estarei.
Ele sorriu, e segurou minha mão.
- T-Tudo bem... obrigada...
Assenti forçando um sorriso, seco e
Vazio, e ele se levantou me ajudando a me levantar também, segurando minha mão.
- já sei, Podemos fazer algo pra esfriar a cabeça... oque acha de um filme? Ou sair um pouco? Você decide.
Ele deu um sorriso animado e olhou para o dia frio e chuvoso lá fora.
- N-não, melhor não... Eu... uhm... vou ao banheiro.
Esfriar a cabeça...
Sim, e eu sei oque seria perfeito pra isso.
Alguns cortes... só alguns cortes e um pouco de sangue...
O som da água caindo, a água fria em meu corpo...
A dor silenciosa e o sangue vermelho vivo escorrendo de minha pele...
Sim, isso sim me daria a paz que preciso, ao menos por enquanto...
Então, quando eu disse aquilo, o olhar alegre e amoroso de Ethan mudou para uma intensa preocupação e medo, e ele engoliu em seco.
Tanto que eu podia ouvir o som de sua saliva descendo sua garganta.
- .... e-espera um pouquinho! V-vamos fazer alguma coisa antes...! que filme você quer assistir? Ou podemos ver uma série?
Ele disse, segurando minha mão de forma doce e carinhosa, me tirando de perto da suíte do meu quarto e me puxando para a escada até a sala.
- E-Ethan, eu... realmente preciso ir ao banheiro... de verdade...
Eu menti, para que ele me deixasse livre pra ir logo ao banheiro, assim eu poderia me mutilar e finalmente teria paz.
A paz que tanto preciso... ao menos temporariamente.
-... de verdade ?
Ele perguntou, arqueando uma sobrancelha.
Então eu assenti que sim, pra que ele me deixasse, e soltei sua mão.
- E-Eu tomei muita água hoje...
Então me afastei dele, e fui em direção a suíte.
- Nada de demorar, ok? Ou eu vou te perturbar até você sair dai.
Ele disse cruzando os braços e deu risada.
Então eu assenti, e entrei para a suíte fechando a porta.
Suspirei fundo e tranquei a mesma, abrindo o chuveiro.
- E-Ei! A senhorita não me disse que iria tomar banho!
Ele gritou do outro lado da porta, se aproximando da mesma, notavelmente desconfiado.
Droga... Ele parece saber oque vou fazer.
- N-não se preocupe, não vou fazer oque você está pensando! Eu só... q-quero tomar um bom banho. Só isso...
Eu gritei de volta, enquanto tirava minhas roupas, ficando totalmente nua.
- Está bem então, vou ficar aqui na porta te esperando.
Ele disse, e eu pude ouvir o som de seus passos se aproximando cada vez mais da porta, e um som da mesma, como se ele estivesse encostado na porta da suíte.
Ah não... Ele está bem à minha frente.
Como vou ter paz assim?
Sabendo que ele está me esperando?
- E então, oque quer assistir? Um filme? Uma série? Um anime?
Ele disse em tom alto enquanto se encostava ainda mais na porta, fazendo barulho.
Droga...
- Q-quando eu sair daqui nós vemos, eu só... preciso de paz agora...
Falei enquanto entrava embaixo do chuveiro, sentindo a água fria correr pelo meu corpo, enquanto meus olhos ansiosos procuravam desesperadamente por algum objeto cortante que pudesse aliviar minha dor interior.
- Ah, pode ser. Mas eu tenho algumas sugestões. Você gosta de anime? Se sim, poderíamos ver alguns do Studio ghibli, nossa... A estética deles é tão bonita! Principalmente a de Castelo animado...
Que droga! Como vou conseguir me acalmar e fazer oque quero com ele falando o tempo todo assim??
- Eu... Eu gosto de anime, mas porfavor, Ethan. Depois vemos isso.
Eu falei alto para que ele me ouvisse e me deixasse quieta ali, mas ele então deu risada.
- Ok! Mas então, se o filme já está praticamente decidido... oque vamos comer? Ah! Já sei! Você gosta de pizza, não gosta?
Ele perguntou enquanto eu ouvia um som alto vindo do mesmo lugar em que ele estava.
- Foi mal, eu abri o Youtube sem querer em um vídeo que eu estava vendo. Mas que tal uma pizza de queijo? Eu amo queijo!
Ele disse enquanto o barulho também continuou, minimamente mais baixo, mas o suficiente pra me irritar.
- T-Tanto faz! depois escolhemos! E p-porfavor abaixe esse som...
Eu me sentei no chão e suspirei fundo, tentando me concentrar e fazer logo oque eu queria.
- meu celular travou um pouco, desculpa...
Ele deu risada e abaixou mais uma vez minimamente aquele som, e logo voltou a falar.
- Ah! Lembrei que também tem pizza doce! Você já comeu? Eu gosto muito da de creme de avelã, ou a de brigadeiro...
Ele disse em tom alto mais uma vez, se encostando na porta, fazendo ainda mais barulho.
Surtei mentalmente de raiva, vendo que eu não poderia fazer oque eu queria, já que não tinha a paz minimamente necessária pra fazer isso.
Que droga, Ethan...
- E-Eu já comi uma vez, mas está bem! Já estou saindo!
Larguei a lâmina na pia do banheiro, infelizmente, eu teria que deixar isso pra mais tarde.
Uma hora ou outra, Ethan vai dormir ou ir pra algum lugar, e assim eu poderei fazer oque tanto ansio.
Quando estiver completamente em paz.
- Ótimo, vou ficar aqui esperando.
Droga...
Mas bem, como eu disse, o jeito é deixar isso pra depois.
Então apenas tomei um bom banho, me lavei e lavei meu cabelo também, e desliguei o chuveiro.
Fui para a frente do espelho e me sequei com o roupão, vestindo o mesmo, e passei um creme hidratante em todo o meu corpo, com um cheiro doce de morango.
Passei perfume e um desodorante, e então liguei meu secador para secar meu cabelo.
Se bem que... esse processo de me cuidar sempre me acalma, já que é um processo longo e demorado.
Mas é claro que não é tão satisfatório quanto ver meu próprio sangue escorrer... isso é uma sensação única e prazerosa.
Mas como já antes dito, vou ter que deixar isso pra depois.
Então suspirei fundo e separei algumas mechas do meu cabelo, secando-as.
O vento quente do secador era aconchegante e bom naquele tempo frio, enquanto eu secava mecha por mecha.
Um longo tempo do meu dia foi consumido nesta parte, me deixando em silêncio total por conta do barulho do secador, e nem Ethan eu conseguia ouvir mais.
E aquilo fez com que eu começasse a colocar a cabeça pra pensar novamente.
No que aconteceu há horas atrás.
No que eu vi a horas atrás.
E no que eu fiz.
No meu desespero, no que eu senti.
E tudo que eu queria entender era... Porquê?
Porquê ele fez aquilo comigo?
Eu fazia de tudo por ele, me sacrificava, tolerava seu comportamento abusivo e cruel, já cometi crimes e sujei minhas mãos de sangue em nome dele... eu me entreguei totalmente me deixando na palma de suas mãos... eu... eu era um robô programável pra fazer qualquer coisa que ele me ordenasse... E mesmo assim ele me traiu...
E ainda tentou me iludir depois, dizendo mais palavras falsas pra mim, com o cheiro daquelas imundas impregnado seu corpo, achando que eu cairia.
Mas eu... eu tolerei muita coisa, mas traição... não.
Isso já é demais pra mim!
- AAAH!!
um calor muito grande me fez dar um grito, interrompendo minha revolta e eu percebi que havia queimado levemente meu couro cabeludo com o vento quente do secador, já que eu estava pensando demais e me desconcentrei, deixando o mesmo parado em um lugar só.
Então o desliguei, e logo ouvi a voz de Ethan.
- Claire??? Você está bem???
Ele disse em tom alto, batendo na porta.
Então eu guardei o secador e penteei o cabelo, o finalizando com um óleo bem cheiroso nas pontas.
- Sim, eu só me queimei um pouco com o secador, nada demais... já vou sair.
Falei, e pude ouvir ele suspirar fundo pelo outro lado da porta.
- Uhm, ok... que susto, pensei que você tivesse se machucado ou pior...
Oh, Deus...
Ele é mesmo um anjo... Se preocupa tanto comigo.
Então, já limpa e seca, destranquei e abri a porta.
Ethan, que estava sentado no chão rapidamente se levantou e me olhou por um tempo.
- Nossa... que cheiro incrível. é como se eu estivesse deitado de cara em um campo de rosas.
Ele então sorriu e logo suas bochechas ganharam um tom de vermelho quente.
- V-você está muito cheirosa eu quis dizer... E... Uhm, linda também.
Ele falou enquanto me olhava, envergonhado.
dei risada e me aproximei dele, levando uma mão até seus cabelos cacheados e macios os acariciando, o vendo corar ainda mais
- E você, fofo como sempre... Mas bem, eu vou me trocar, estarei no closet.
Acariciei mais uma vez seus cabelos e fui até a outra porta ali mesmo dentro do quarto.
A abri e entrei no mesmo, logo a fechando.
E então as luzes se acenderam sozinhas, exibindo os meus muitos sapatos, bolsas e vestidos lindos.
Mas bem, não era nada disso que eu queria...
Como eu iria ficar em casa, preciso de algo mais confortável.
Então fui até a gaveta de roupas casuais e peguei um suéter bege com um decote de coração, escuro e de gola normal e uma saia branca estilo colegial curta.
E também uma lingerie rosa bebê toda rendada.
Então, vesti primeiro a lingerie, e depois coloquei o suéter, e por último a saia.
E logo, eu já estava pronta e confortável.
Então, abri a porta do closet, saindo de lá, e fui até Ethan que dessa vez, estava distraído, sentado no chão e vendo algum vídeo aleatório em seu celular.
Me sentei ao lado dele, o que o fez rapidamente olhar pra mim.
- Já estou pronta.
Ele então engoliu em seco e corou novamente, olhando pra mim.
- V-Você está... perfeita... muito perfeita...
Ele disse enquanto me olhava, pude ver que seus olhos haviam descido no
Decote em meu suéter, mas eu não disse nada.
Eu mesma que escolhi esse suéter, e é claro que ele iria olhar.
Mas então... Ele arregalou os olhos, ficando assustado do nada.
- Oque houve?
Perguntei sem entender, e ele se aproximou ainda mais de mim.
- Porque você colocou algo de mangas tão longas assim???
Ele então levantou as mangas do meu suéter, com medo de que eu estivesse me machucado, mas ele não viu nenhuma marca fresca, apenas cicatrizes de algumas semanas atrás, e então respirou fundo.
- Graças a Deus... você só deve estar com frio então...
Ele disse, abaixando as minhas mangas e as deixando como estavam.
- Sim... não se preocupe.
Levei uma mão até a dele, a acariciando para acalmá-lo, mas ele a soltou e me olhou assustado novamente, mas dessa vez para a minha saia.
- Por favor meu anjo, não minta pra mim! Você fez nas coxas??
Ele então se aproximou mais de mim e levantou minha saia, afim de ver se eu havia me machucado lá.
- N-não!! Eu não me cortei aí! Abaixa porfavor!
Eu falei alto e gaguejando de vergonha, sabendo que oque ele veria ali não seriam cortes, e sim minha calcinha transparente e rendada.
Minhas bochechas estavam quentes e eu estremeci de vergonha enquanto suas mãos tocavam minhas coxas, mas ali haviam apenas mais marcas de semanas atrás.
Então tirei suas mãos de meu corpo e abaixei minha saia.
- E-Eu não me cortei... Se eu tivesse feito isso... essa saia estaria toda manchada...
Eu disse gaguejando algumas vezes, e engoli em seco.
Ethan então, estava da mesma maneira que eu, envergonhado, mas estava preocupado.
- M-me desculpe... eu só... não queria te perder... só isso.
Ele então segurou minha mão, e entrelaçou seus dedos nos meus.
- Porquê v-você se importa tanto comigo?
Perguntei, enquanto olhava para a janela, vendo o tempo frio e cinza lá fora.
Ele então se virou pra me olhar, e deu um sorriso.
- Porquê é uma característica do amor verdadeiro. Você nunca vai querer perder quem você ama... nunca.
Ele disse, acariciando minhas mãos de forma meiga e doce, enquanto estava ali comigo.
- mas bem, vamos nos animar... Que tal assistirmos algo?
Ele disse se levantando, e me ajudando a me levantar logo em seguida.
- ... P-Parece uma ótima ideia. Podemos assistir aqui no meu quarto, seria mais confortável.
Falei, já que aqui era mais quente do que na sala.
Me virei para ver oque ele iria responder, e pude vê-lo corar.
- E-Eu e você sozinhos aqui...? Deitados... n-na sua cama?
Ele perguntou visivelmente envergonhado e incrédulo.
E eu apenas assenti.
- Sim... você... não quer?
Perguntei, o olhando. E ele negou várias vezes.
- Não foi isso que eu quis dizer! É claro que eu quero... Mas seu pai e sua madrasta... E-eles não vão gostar muito disso...
Ah, é... Ele não sabe.
Meu doce e amável Ethan não sabe e nunca saberá que meus pais agora são apenas ossos no fundo do mar...
Então, vou mentir e dizer qualquer coisa pra ele...
- eles estão em uma viagem, mas podemos trancar a porta se você preferir...
Eu disse, me sentando na cama e agarrando o controle da TV.
- É... é melhor... e-eu acho.
Ele então se sentou ao meu lado, e me abraçou, com suas mãos em minha cintura enquanto eu escolhia um filme.
aquilo parecia o começo de uma noite tranquila e agradável, onde eu esqueceria pelo menos um pouco de tudo que aconteceu comigo hoje...

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Oii pessoal!! Desculpem o sumiço, enfrentando alguns problemas pessoais e ando muito desmotivada e triste ultimamente, prefiro ficar sem escrever do que escrever um capítulo sem graça e curto pra vocês, por isso também a demora! Ahaha
Mas quero que saibam que minha demora pra atualizar a história não significa que abandonei ela, e sim que estou tentando me recompor pra ficar melhor e ter mais disposição pra escrever capítulos incríveis pra vocês ♡♡♡♡♡ agradeço à todas e todos que sempre são pacientes comigo e esperam com muito carinho pelas minhas atualizações, amo vocês!♡

Entre Amor E MortesOnde histórias criam vida. Descubra agora