Capítulo cento e dez : é melhor não invadir oque não se conhece...

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Naquela noite tão fria, iluminada pelo luar dando asas a tantas coisas que aconteciam, no aconchegante chalé ao meio da floresta estava Acerá e Dylan

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Naquela noite tão fria, iluminada pelo luar dando asas a tantas coisas que aconteciam, no aconchegante chalé ao meio da floresta estava Acerá e Dylan.
Depois de conversarem muito sobre sua inesperada volta.
Dylan já havia tomado um banho quente e revigorante, depois de dias andando pela estrada, procurando por Rafael e Acerá para se redimir.
Ela o perdoou sem pensar duas vezes.
Já Rafael... A revolta em seus olhos azuis era visível.
Ele agora odiava Dylan por ele ter fugido no momento que deveria ter ficado.
Sentados no sofá da sala enquanto tomavam um chá quente, os dois conversavam abertamente.
- E então, Dylan... você pode ficar aqui o tempo que precisar.
Disse Acerá com um sorriso gentil enquanto tomava um gole do chá.
Ele então assentiu, aparentando estar pensativo.
- ah, claro. Muito obrigado por ser tão gentil comigo mesmo depois do que eu fiz.
Ele falou, interiormente se culpando.
Mas Acerá colocou a xícara de porcelana na mesa, e negou com a cabeça.
- Todos cometemos erros, não é?
Ela disse, com seus olhos verdes encarando os de Dylan.
Ele então assentiu, e tomou um gole do chá.
- Mas e então, como o Rafael está? Vocês conversam muito?
Naquele momento, com aquela simples pergunta, Acerá se lembrou de algumas coisas que vêm acontecendo...
Rafael Blacktide estava diferente, estava mudado, quando eles haviam chegado em Nova Jersey juntos eles conversavam mais, e agora...
Ele parecia estar se distanciando devagar, muito devagar.
Era importante lembrar que o sexo casual era mantido entre eles, mas agora nem isso eles faziam mais.
Rafael raramente respondia às mensagens de texto dela, e quase sempre não estava em casa.
Acerá começou a pensar em tudo com detalhes, e agora se lembrou que cada vez que dizia que iria até a casa dele...
Ele sempre dizia que era melhor ir para a casa dela, que iria sair, dentre outras coisas.
-Cer? Você está bem?
A voz de Dylan a tirou daqueles milhões de pensamentos que agora a estavam atordoando de todas as formas possíveis.
Logo, a resposta mais óbvia para todas as perguntas que ela tinha em mente era...
Será que ele estava escondendo algo?
Ela então balançou a cabeça e deu um sorriso sem expressão.
- Estou sim, é só que... uhm... você perguntou oque mesmo?
Disse ela sabendo que esqueceu a pergunta que Dylan havia feito, do tanto que pensava sem parar no modo estranho que Rafael vinha agindo.
E talvez, no que ele estava escondendo.
Dylan então sorriu meio sem entender, e repetiu oque havia dito.
-Sobre o Rafael, se vocês estão se falando com frequência e se ele está melhor que antes.
Ela suspirou fundo enquanto apertava os olhos, pensando um pouco mais uma vez.
Antes...
Bom, Acerá sabia como Rafael Blacktide era, um psicopata nato, matava por prazer, adorava carne humana...
Ela sentiu calafrios ao se lembrar disso, mas ela também se lembrou que ele havia feito uma promessa à ela assim que entraram pelos portões de nova Jersey.
De tanto ser pressionado a viver uma vida normal, Rafael disse à ela que não iria mais matar, que seria alguém normal como todos os outros, que passaria a viver tranquilamente sem fazer mal à ninguém.
Mas agora, se lembrando bem daquele momento, ela se pôs a rever aquele momento em sua mente, e ela se lembrou da expressão no rosto dele... era neutra, sem emoção alguma, era... falsa?
Ele... estava mentindo?
Esse tempo todo ?
Rafael Blacktide então havia voltado à fazer mais vítimas de sua insanidade psicopata?
- Acerá ? É a segunda vez que você não responde minha pergunta. Olha... pode desabafar comigo se quiser.
Disse Dylan, se aproximando dela e dando leves apertos em seu ombro para tranquilizá-la. Ele não entendia oque estava acontecendo.
Acerá então suspirou e seus olhos se arregalaram enquanto a verdade vinha à tona em sua mente.
Então... é por isso que quase nunca ele me deixa entrar na casa dele?
Pensou ela, enquanto ao mesmo tempo olhava para Dylan, saindo de seus pensamentos.
- Dylan... O Rafael... precisamos ir até a casa dele agora!!! Vamos!!!
Disse ela com o nervosismo a consumindo por completo.
Em nova Jersey e em Nova York a pena máxima era a morte, e ela sabia que Rafael era incontrolável e quanto mais pessoas ele matasse, mais ainda ele mataria.
Céus... EU PRECISO PARÁ-LO!
Pensou ela enquanto se levantava do sofá rapidamente pegando a chave de seu chalé, Dylan se levantou logo em seguida.
- Sim, vamos. Mas porfavor me diga oque está acontecendo...
Falou ele, se preocupando no mesmo tom que Acerá.
Ela então apenas assentiu e saiu pela porta, indo até seu carro.
Ela rapidamente eentrou no mesmo e o ligou em desespero, ele precisava parar !
Dylan entrou no banco do passageiro ao lado e fechou a porta, preocupado.
E então, ela acelerou e deu a partida correndo pela estrada fria o máximo que pôde,  por sorte, ela e Rafael moravam um pouco próximos e ali era distante de engarrafamentos e polícia.
- quando chegamos aqui, ele prometeu que teria uma vida nova e que não faria mal à mais ninguém, mas acho que ele mentiu pra mim, Dylan. Ele pode ter voltado à matar!
Disse ela preocupada enquanto dirigia, olhando em seu celular na gaveta aberta do carro, esperando por alguma mensagem dele, qualquer uma que seja.
Mas não, nada. Rafael sequer a respondia.
Dylan então ouvindo oque ela havia dito, passou a mão pelo cabelo e respirou fundo.
- Se eu tivesse por perto desde aquela última vez... eu fui um babaca.
Disse ele, se lamentando por ter abandonado Rafael com Caio morto em seus braços naquele mar de sangue no Canadá.
Mas Acerá o interrompeu.
- Agora não é hora pra isso, eu preciso confirmar minhas intenções com meus próprios olhos.
Disse ela, e então Dylan apenas assentiu, respirando fundo irritado consigo mesmo.
Passado alguns minutos andando pela estrada fria e escura iluminada apenas com a luz do luar, eles adentraram uma trilha pequena na mata e pararam o carro.
- Vamos descer, apartir daqui o carro não passa.
Ela disse e então desceram do carro.
Acerá e Dylan correram até a casa enorme e linda de Rafael, com as luzes todas apagadas, tão misteriosa assim como o próprio dono...
- Eu vou tocar a campainha, enquanto isso porfavor olhe pelas partes de vidro se consegue vê-lo.
E então, Acerá tocou a campainha várias vezes, mas... nada.
O desespero já estava a tomando de pouco a pouco, a casa toda estava tomada pela escuridão por dentro e por fora, e então ela pegou seu celular e ligou a lanterna pra tentar ver melhor se Rafael estava ali.
Logo, ela ouviu a voz de Dylan se aproximando.
- Nada dele... a casa está totalmente vazia.
Disse ele com um ar de frustração e culpa interna, respirando fundo.
Acerá então sentiu seu coração bater forte, e ela pensava cada vez mais...
Onde Rafael estaria agora?
Ela procurou por ele, mandou inúmeras mensagens desde a tarde, porém ele não a respondeu.
Ele raramente a respondia.
Ela tentou de tudo para ajudar seu amigo, mas ele provavelmente não havia dado ouvidos à ela.
Acerá soube que naquele momento, Rafael havia mentido, e que ele havia voltado à ser quem era antes.
Ou talvez, muito pior.
Ela então suspirou fundo, no meio da floresta aonde estava a casa linda e bem sofisticada de Rafael, ela estava frustrada e triste.
Mas, ela ao menos havia tentado ajudá-lo.
- Dylan...eu sinto muito, mas não há mais nada que podemos fazer por ele. Eu... nós não podemos controlar o Rafael, ele agora age por si, ele tem as piores dores possíveis em seu peito, e desconta nas pessoas seus traumas, e isso o faz esquecer um pouco tudo de ruim que viveu. Eu realmente queria poder ajudar ele, mas não se cura um psicopata, não se restaura do dia pra noite uma mente conturbada e desgastada como a dele... Eu amo ele e quero vê-lo bem, mas o máximo que podemos fazer é torcer para que ele fique bem.
Disse ela, lidando com o fato de que ela não poderia força-lo a voltar a ser um homem normal e como todos na sociedade.
Aquilo doía, sim, claro. Mas ela não poderia o trancar e ordenar que ele vivesse normalmente.
Era como se Rafael Blacktide fosse um demônio que adora se divertir com almas condenadas. Não há escapatória.
- Eu entendo, Acerá. Mas olha, ele deve estar dormindo lá em cima, talvez ele não tenha ouvido a campainha.
Disse ele, com um pouco de esperança em seu coração, e então Acerá o olhou pensando um pouco.
Talvez ele tenha razão, mas... como entrar?
- Bom... talvez você esteja certo, mas como vamos entrar?
Perguntou ela, olhando canto por canto daquela enorme casa de dois andares.
Dylan então olhou junto com ela, procurando por alguma entrada.
O vento frio começara, e eles precisavam entrar e procurar por Rafael Blacktide.
E então Dylan apontou para cima.
- Olha! A Porta do terraço está entreaberta, ele pode estar dormindo lá em cima.
Disse ele, é então uma gota de esperança se formou no coração de Acerá.
Se ele estiver , eu vou segurar sua mão e falar com ele suavemente, vou me dispor a ajudá-lo, e não irei condená-lo com rigidez, Ele precisa de ajuda.
Pensou ela, e então Dylan viu que o modo como era a parede tornava a mesma fácil de ser escalada e alcançar a parte de cima, ele logo pôs seus pés ali e escalou com atenção e lentidão, sem pressa, para não se desconcertar e cair.
- Tudo certo por aí? Oh Deus, eu espero que ele esteja bem...
Disse ela, enquanto via Dylan se agarrar à cerca de proteção da sacada, e fazer alguns movimentos arriscados para chegar ao destino.
-Tudo sim...
Disse ele enquanto segurava na cerca e pulava para dentro do terraço.
- Vem, pode vir. Eu seguro sua mão.
Disse ele e Acerá rapidamente assentiu, tirando seus saltos e começando a escalar, seguindo os mesmos passos de Dylan, até chegar à cerca e pular para dentro do terraço.
Ela suspirou fundo.
- até que não foi tão difícil. Vamos procurar ele.
Disse ela, adentrando a casa com Dylan.
Eles já estavam no quarto, todo em tons cinza e preto, Rafael adorava cores mortas e escuras, era como o centro de sua alma.
Uma luz de led azul escura estava acesa, a cama bagunçada, não havia ninguém ali.
O desespero começou a tomar Acerá, e Dylan logo colocou uma mão em seu
Ombro.
- Calma,Cer. Ele deve estar dormindo por aí, vamos procurar em todo canto ok?
Disse ele e ela assentiu, olhando para o chão.
Ela então viu uma coleira de couro, e se sentiu arrepiar.
- Oque foi?
Perguntou Dylan, logo vendo o que Acerá encarava fixamente.
- Oque é isso? Uma coleira? Parece diferente de uma de cachorro...
Disse ele, se abaixando para pegar a mesma.
Acerá então cruzou os braços os aquecendo do frio, e negou com a cabeça, séria.
- Não é para cachorros, Dylan. O Rafael mudou e muito.
Disse ela, olhando para o acessório estranho nas mãos de dylan.
- Eu não entendo, pra que isso serve?
Perguntou ele confuso.
- sigmifica que ele encontrou alguém pra satisfazê-lo com seus desejos sádicos, o sexo dele é diferente, Dylan. Ele machuca, ele sente prazer nisso... sinto pena da garota que se entregou à ele dessa forma...
Disse ela, e então Dylan colocou o acessório em cima da cama e olhou para o chão, tentando absorver as informações que ouvira agora pouco.
- No fundo, todos nós sabíamos que ele chegaria à esse ponto. Vamos, Cer.
Disse ele, puxando Acerá pela mão e andando pela enorme casa daquele psicopata insano.
Eles passaram pelo corredor, e então viram uma porta diferente.
Ela era vermelha, do contrário das outras que eram em tons de madeira escuras ou pretas, e estava entreaberta.
Eles se aproximaram, com a curiosidade dominando seus olhos, e então suas narinas foram castigadas com um odor de podridão e decomposição, seguido de sangue e poeira.
Acerá rapidamente tampou seu nariz com as mãos e apertou os olhos.
- Meu Deus!!! Dylan!!! Tem algo aí!!
Disse ela com a voz falha de medo, o pânico vinha aos poucos, e seu corpo começou a estremecer.
- Sim, eu vou abrir.
Disse ele e então ficou de frente a porta, a empurrando.
Oque havia diante dos olhos deles... era literalmente uma chacina.
Corpos espalhados pelo chão, alguns ossos sendo decompostos, e sangue seco no chão.
Havia uma cadeira no centro, um setup desligado, duas câmeras e uma mesa com instrumentos usados para tortura.
Cerrotes, facas, serras, alicates e tesouras, dentre outros.
E então bem ao fundo havia uma porta.
- Meu Deus... e-eu sabia! Eu sabia disso Dylan!
Disse Acerá, vendo sua desconfiança se tornar real.
- MERDA... isso realmente é pior do que eu imaginava, mas cer, vamos para lá ver oque tem.
Disse ela, e ela assentiu o acompanhando até a porta.
Dylan a abriu, e uma sala pequena estava diante deles, nela havia apenas uma mesa grande de aço, coberta de sangue, e uma câmara fria.
- Deus... será que Ele...
Disse Acerá, já imaginando o pior, enquanto Dylan abria a porta da Câmara fria.
Uma fumaça gelada saiu da mesma, e logo, o que Acerá imaginava e temia se tornou real.
Corpos em pedaços, alguns da cintura pra baixo, outros sem cabeça, guardados em sacos plásticos transparentes amarrados.
Acerá então suspirou fundo, e engoliu em seco.
- que merda é essa...
Disse Dylan com um ar de agonia e medo, e então Acerá negou com a cabeça.
- E-eu te disse!!! Ele está ainda mais insano!!
Disse ela, enquanto Dylan abria a outra porta.
Os olhos dele se arregalaram, quase pulando para fora da órbita.
Um corpo congelado estava inteiro ali e com vestes, não era irreconhecível para eles.
Ali estava o fiel amigo e irmão do coração de Rafael Blacktide, que ele decidiu manter consigo para sempre.
Caio Harper.
Sua pele corada e cheia de sardas, agora estava branca e congelada, suas pálpebras estavam fechadas, seus cabelos ruivos agora estavam escurecidos e duros de gelo.
Uma rosa morta estava sob o corpo dele, e aquilo era tão doentio.
- D-DYLAN!!!! DROGA!!! É O CAIO!!!

Entre Amor E MortesOnde histórias criam vida. Descubra agora