CÓPIA E PLÁGIO É CRIME!!!
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS!
Uma garota com tendências suicidas
cruza o caminho de um
Assassino em série.
Oque pode dar errado?
TUDO.
Rafael foi diágnosticado com psicopatia aos treze anos de idade,
e entendeu o motiv...
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Eu estava andando pela rua escura e fria, sentindo a chuva aumentar, como se o céu estivesse chorando junto comigo. Tentei apressar o passo, desejando chegar em casa o mais rápido possível, pra fazer oque eles querem e ficar trancada no meu quarto logo. Mas no fundo, eu sabia que não seria fácil assim. Porquê eles vão me machucar. Como sempre fizeram. E Eu sabia que meus pais não se importavam comigo; só pensavam em dinheiro e status. Isso doía. Era como se me despedaçasse por dentro. E era oque realmente acontecia. Respirei fundo, tentando ignorar a angústia, o desgosto pela vida, enquanto a água batia no meu rosto e meu vestido grudava na pele, me deixando ainda mais desconfortável. Droga, eu queria estar com Ethan. Com ele, tudo parecia mais leve, e eu conseguia esquecer, mesmo que por um momento, todo esse pesadelo. Eu estava tão feliz com ele, estava... Tão em paz... Porquê?? Porquê droga eu nunca consigo ser feliz? Eu não mereço? Eu sou um ser tão desprezível assim? Eu me perguntava mentalmente, enquanto minhas lágrimas se misturavam com a água da chuva, que caia cada vez mais forte. Enquanto eu caminhava pela rua vazia, também não conseguia parar de me perguntar por que meus pais haviam voltado tão cedo? As poucas horas que eu pensava que seriam tranquilas se transformaram em mais dor. E eu Sabia que, assim que entrasse em casa, teria que agir da maneira que eles quisessem, como se eu fosse uma marionete nas mãos deles. Ou.. eu sofreria mais agressões, dormiria cheia de dor e sangrando, e no dia seguinte... Sofreria a mesma coisa na escola de novo! Que inferno... que inferno de existência... E a verdade é que eu estava tão cansada. Cansada de lutar, de sofrer. Se a morte quisesse me encontrar ali, eu não me importaria. Seria um favor. Não precisaria mais enfrentar a dor, nem o desprezo que me consumia a cada dia. A ideia de deixar tudo isso para trás me parecia quase tentadora. Quase prazerosa. É estranho demais eu pensar isso? Sou esquisita por me sentir tão atraída assim pela morte? Por desejar que meu corpo esteja enterrado sete palmos a baixo da terra, em eterno descanso? Mas eu não posso estar errada, eu estou certa. A minha vida é uma verdadeira tormenta. E se a vida me dói tanto, então a morte seria minha paz. Eu pensei, enquanto chorava ainda mais, sentindo a água fria fazer meu corpo estremecer pouco a pouco enquanto eu passava em frente á um beco escuro. Mas então, logo meus pensamentos foram interrompidos por um barulho que me fez paralizar por um tempo: tiros. Que droga estava acontecendo? Bem, a única coisa que eu tinha certeza, é que aquele som era realmente de uma arma. Então, eu engoli em seco, e como se estivesse um ímã me puxando para mais perto do beco, eu me aproximei devagar até a origem do som. minha mente não me deixava em paz!! Saber que meus pais estariam me esperando em casa, prontos pra me machucar... Não... eu não posso... não posso mais aguentar...!!! Chorei, em desespero, com medo de ir pra casa, já sabendo oque aconteceria. Mas eu não poderia continuar aqui parada e chorando, não agora... E bem, se eu demorasse mais, as consequências em casa que já vão ser terríveis, se tornarão ainda piores!! Fora a dor que eu sentia nos olhos de hoje de manhã quando fui espancada na escola, que ainda me perseguia. Mas eu Precisava ir para aquele inferno que chamava de casa e levar a chave para Rosie e Adam. Que se dane tudo, eu não me importava com quem estava atirando ou o que me aguardava se eu passasse por aquele beco. Nada poderia ser pior do que o que eu sofria todos os dias. Na escola e em casa. Eu não temia nem um pouco pela minha vida, na verdade, se a morte viesse hoje, eu não me importaria. O único pensamento que me atormentava era como Ethan ficaria. Somente isso. Mas ele sobreviveria, eu aposto. Quem não vai sobreviver sou eu, se esse inferno terrível continuar. Então quem quer que esteja, perigoso o quanto for, se tirar a minha vida... É um favor que me faz. Então, passei devagar em frente ao beco, em passos frios e secos, enquanto sentia meus olhos perderem ainda mais o brilho devido a tanta tristeza acumulada, e então quando olhei para a origem dos tiros... Vi de relance a sombra de um homem alto, de costas, ele segurava uma arma em sua mão, e duas pessoas estavam caídas aos seus pés. Mortas. Naquele instante, meu corpo parou, até minha respiração cessou, tudo pareceu parar e congelar naquele exato momento. O desespero e o medo tomaram conta de mim como a escuridão se apossa da luz, de forma lenta e dolorosa, e eu me lembrei do quanto eu sofria, do quanto a minha vida era terrível e do quanto eu era desprezada. Meu corpo... Era fraco. Cheio de marcas de agressão, uma pior que a outra. Chutes, pontapés, tapas, objetos que foram jogados contra mim... Em cada parte do meu corpo havia um hematoma. Meu estômago... Há alguns dias atrás rosie me deu um chute no estômago e me fez vomitar sangue, do quão forte a dor era, e ela prejudicou meu ciclo por semanas devido a forte pancada. Eu sequer conseguia lavar a MERDA DO MEU CABELO DO TANTO QUE O PUXAM!! ARRANCANDO FIO POR FIO COM AS PRÓPRIAS MÃOS!! SE HÁ ALGUM DEUS OU ALGO QUE POSSA ME OUVIR ME DIGA PORQUÊ?????? PORQUÊ EU SOFRO TANTO???? PORQUÊ NÃO ME PERMITEM MORRER???? EU QUERO MORRER!!!!!!!! EU QUERO MORRER!!! MERDA!!! Senti uma dor terrível no peito, o desespero se acumulando como formigas em volta de um grão de arroz, me fazendo soluçar de tanta tristeza, e me fazendo correr atrás da minha paz definitiva... Naquele exato momento. Sem me importar em como doeria. Que se dane. Eu vou pra casa, vou fazer oque meus malditos pais querem e depois vou me cortar até morrer!!! E eu espero, espero muito que eu consiga alcançar finalmente a paz esta noite. Então, ignorando completamente a cena que eu havia visto, andei em passos rápidos pra casa, com medo de adam e rosie, mas ao mesmo tempo, louca pra tentar me suicidar mais uma vez. Desejando, implorando, pra que dessa vez desse certo. Pra que eu finalmente pudesse descansar em paz... Pra que essa tormenta terrível na minha vida passasse. E se, aquele assassino que vi de relance quisesse me matar... Eu o agradeceria de qualquer plano em que eu estivesse. Então eu não me importava com ele, e se ele quisesse me apagar ali. Como dito, seria um grande favor. Mas então, enquanto eu caminhava pela rua deserta, uma sensação de pavor crescia dentro de mim. A chuva caía, misturando-se com minhas lágrimas, e a escuridão parecia envolver tudo ao meu redor. E foi então que olhei para trás e vi um homem me seguindo. Era um velho, com uma aparência desgastada e medonha, estava sujo e parecia um andarilho. Naquele momento, meu coração disparou em meu peito, e o desespero tomou conta de mim. Ele se movia com passos determinados, e seu olhar fixo em mim enviou um calafrio pela minha espinha. A luz fraca dos postes iluminava um sorriso maléfico e sem alguns dentes, em sua boca. O medo apertava meu estômago, tornando a dor das agressões anteriores quase insignificante em comparação ao terror que sentia agora. Droga... - Ó loirinha, não corre não, tá com medo é? Não fica não, posso te oferecer uma noite maravilhosa. Te levar pras estrelas. Ele disse dando risada, uma risada acompanhada de algumas tosses secas e agoniantes, enquanto ele se aproximava ainda mais de mim. Droga, mais um maldito velho tarado. Eu quero morrer, mas não quero ser violada de forma alguma!! Já não basta toda a dor que sinto dia após dia!! E eu ainda estou sozinha aqui, nessa rua vazia e fria. Que droga... Não... - E-Eu não quero!!! Me deixe em paz!!! Tentei acelerar o passo, mas as minhas pernas pareciam pesadas, como se a angústia me paralisasse. Eu só conseguia pensar no quanto isso não poderia acontecer... Não, não quero que meu corpo seja ferido novamente!! Ainda mais um... Droga. Continuei andando apressada, procurando pelo caminho até minha casa e o seguindo o mais rápido possível, na esperança daquele velho imundo me largar, mas ele não desistia. E então , o som dos meus pés na calçada se misturava ao eco distante dos passos dele, que estavam cada vez mais próximos. Me trazendo ainda mais medo e angústia. - só vou te deixar em paz depois que eu comer você hein, fica avisado, mas fica calma gostosa, não vai doer nadinha... Ele falou alto enquanto me perseguia, dando uma risada entre oque restou de seus dentes. Não!!! Não quero ser machucada de novo!!! Não vou aguentar!! Eu fui agredida na escola, vou ser agredida em casa e agora esse velho quer me... NÃO!!!! comecei a chorar ainda mais, enquanto via ele chegar mais perto, correndo pra me agarrar pelo braço, me puxando com força, quase me arrastando. - N-NÃO!!! ME DEIXA EM PAZ!!! eu gritei em total desespero enquanto me debatia pra que ele me largasse, tentando me soltar e correr o mais longe possível, mas então ele deu um tapa em meu rosto. - CALA A BOCA VAGABUNDA, VOCÊ GOSTA DE PAU QUE EU SEI!! Ele gritou tossindo novamente enquanto tentava tirar sua roupa e com a outra mão, levantar meu vestido, e naquele momento eu só sabia chorar, e gritar por socorro, em total medo e desespero, mas ninguém me ouvia!!! DROGA!!! NÃO!!! ESSE VELHO NÃO VAI ENCOSTAR EM MIM!! NÃO VAI!!! - ME SOLTA!!! eu gritei enquanto o empurrava com toda a força que me restava, mas então ele me deu um chute, e me fez cair no chão. - AGORA EU ACABO COM VOCÊ SUA VADIA IMUNDA!!! Ele gritou enquanto eu ouvia seus passos se aproximando de mim, já que eu havia caído de costas. E naquele momento, no chão e sem forças pra lutar, tudo oque eu conseguia fazer era implorar para não ser abusada, pra não ser machucada novamente... Mas então... Eu ouvi novamente aquele barulho firme e ensurdecedor. Um tiro. Droga... E então, vi algumas gotas vermelho carmesim respingarem sobre mim e no cimento frio e molhado da calçada. Era... Sangue...? Então, ainda com a respiração acelerada e fora de controle, me virei devagar e vi a cena mais hedionda que eu poderia imaginar, bem a minha frente. O velho que estava prestes a abusar de mim, teve sua cabeça estourada e explodida como fogos de artifício no ano novo, e todo o sangue e seus miolos respingaram no chão e um pouco em mim. E então, com o corpo completamente rígido e congelado em uma expressão de extrema dor e horror, ele caiu bem na minha frente. Suspirei fundo várias vezes e com os olhos arregalados ao ver tal cena, minhas iris pareciam querer saltar da orbita, do quão assustada e vidrada eu havia ficado com aquela cena que normalmente só aparece em filmes de terror. Engoli em seco ainda respirando fundo, em transe com aquela cena, e então, assim que o homem caiu, eu o vi... Novamente. Deus... - Uh... Que estrago... A mesma voz... Grave e firme, como uma chuva tempestuosa e rígida, que mesmo eu sem conhecer bem o dono dela, me arrepiava dos pés a cabeça... Era ele... O homem que eu havia tropeçado nele na sorveteria hoje mais cedo. E então, diante daquele corpo brutalmente assassinado, tudo oque eu podia fazer era suspirar várias vezes como se eu fosse morrer de falta de ar, e meu corpo, dolorido e cansado, congelou e eu sequer conseguia me mexer diante daquela cena... Entrando... Em choque. Ele... Ele é um assassino? Que... Que droga está... - Vai embora daqui garota, é perigoso andar sozinha na rua nesse horário. Ele me olhou, abaixando a cabeça, já que era bem mais alto que eu, seu olhar... Frio e insentimental, me encarando por inteira, como se estivesse me analisando, ou... Estudando uma presa... Levantei meu olhar para ele, o olhando agora nos olhos, e vendo uma oportunidade única surgindo bem á minha frente... A oportunidade de finalmente ter paz... De finalmente descansar!!! - N-não... Não... Não quero ir... Não posso... Sussurrei baixo, enquanto as lágrimas caiam como um rio de meus olhos inchados e doloridos enquanto eu abaixava a cabeça, olhando para o corpo do homem morto no chão. - Porquê não? Uhm? Ele se aproximou de mim em passos lentos e firmes, e ainda de pé, me olhou por inteira mais uma vez, com aquele olhar firme e severo, que parecia pesar toneladas. A arma pesada e fria empunhada em sua mão... Totalmente carregada... Era o portal que eu necessitava para ter paz... Pra ter descanso... - E-Eu... Tentei implorar á ele oque eu tanto desejava e lutava pra conseguir por anos Ainda gaguejando em meio às lágrimas, minhas mãos tremiam, e meu coração palpitava forte enquanto uma leve chuva começava. - E-Eu quero que você faça comigo a mesma coisa que fez com ele... Q-quero que... M-me mate, p-porfavor... Implorei entre lágrimas, as mesmas se misturando com a chuva que caía do céu escuro e neblinoso , exibindo toda a minha dor, todo o meu sofrimento para um completo estranho. Mas então, ele sorriu de canto, me olhando fixamente, sem olhar pra outro ponto de foco a não ser eu, e seu sorriso... Expressou sarcasmo, mas ao mesmo tempo, parecia insentimental. - Eu literalmente acabei de te salvar... Você Deveria me agradecer. Ele disse com aquela voz fria e grave, enquanto me olhava deixando um silêncio avassalador entre nós, por alguns minutos. Agradecer por estar viva... Não... Minha vida era um completo inferno... Uma completa dor eterna... Eu não tinha um dia de paz sequer!! Então, naquele momento algo tirou todo o silêncio de jogo, era o som do meu celular tocando. Droga... Eu nem precisava olhar, pra saber que era rosie me ligando!! Ela... Ela vai me machucar... Ela vai me torturar... Eu não quero sofrer novamente!! Minhas feridas de hoje mais cedo ainda nem cicatrizaram!!! Então movida pelo desespero, me aproximei daquele homem estranho que eu só havia visto hoje mais cedo, que eu achava ser uma pessoa normal, mas não era. Me aproximei dele de joelhos, e levei uma mão até sua perna, a segurando enquanto eu sentia um choro doloroso brotar do fundo do meu peito, saindo pra fora através dos meus olhos. - Eu sei... m-mas eu só... Q-quero pôr um fim nisso tudo... Então porfavor, porfavor... M-me mate logo, me use como sua mira, faça oque quiser comigo, apenas... Me livre desse sofrimento!!!! Levantei a cabeça para olhá-lo, tão alto... Ele parecia ser tudo e eu... Um nada... - Não é assim que as coisas funcionam, porquê eu deveria te matar? Uhm? Me diz. E então, naquele momento, tudo se uniu e se juntou contra mim, contra minha paz, contra meus pensamentos. A chuva não cessava e só continuava mais e mais, e o meu telefone não parava de tocar, seu som alto e fino me irritava, e só me deixava ainda mais desesperada e com mais vontade de morrer. Foi ai que eu decidi correr atrás da minha paz a todo o custo, e me levantei do chão, ainda com os joelhos vermelhos e doloridos por conta do concreto áspero e frio, e fiquei frente á frente com ele, e tomei coragem para voltar a olhá-lo nos olhos. Em seus olhos autoritários e poderosos, que não saiam de mim. - S-se você não me matar... V-vou na delegacia e vou contar a todos oque eu vi, e eles vão te procurar e prender você. Eu falei, em um tom mais sério, mas ainda choroso, já que as lágrimas não paravam de cair. Mas então, antes sequer que eu pudesse pensar, ele levou sua mão grande e forte, e apertou firme meu pescoço, tirando meu ar, me enforcando. E então se aproximou de mim, deixando seu rosto bem próximo ao meu, se abaixando um pouco, e então, sua voz que já me causava calafrios, se fez agora séria e cheia de furor. - Agora você me deixou puto, sua ingrata do cacete. Eu te salvo, e você ainda quer me denunciar? Ele disse bem próximo de meus lábios, enquanto me segurava firme pelo pescoço, como se eu não fosse nada, e seu olhar de desprezo só ressaltava isso. E fora que foi estranho sentir que as mesmas mãos que me protegeram de cair horas antes na sorveteria, agora estavam sendo responsáveis pela minha quase asfixia. O ar estava sendo brutalmente tirado de mim, e eu então o olhei, tentando me esforçar pra dizer algo, mesmo sendo sufocada com tanta força. - E-Então.... V-você... Vai... Me... Matar...? Eu disse enquanto o olhava, sem expressar medo ou terror, apenas desejo... Desejo pela paz, que a cada dia parecia mais distante de mim. Mas então, ele me soltou com força, quase me fazendo cair, e continuou me olhando com aquela superioridade que parecia fazer parte dele. - acha mesmo que eu faria isso sendo que é algo que você deseja? Ele soltou uma risada grave e sarcástica, como um trovão cortando o céu, me arrepiando da cabeça aos pés. - Não sou nenhum idiota, Gatinha. Ele se inclinou para mais perto, seu olhar desafiador penetrando nos meus. - Conheço outras maneiras de fazer você pagar pela sua ingratidão. Ele... Ele me chamou de... Droga! Esse homem... Ele me deixa sem palavras. Mas, bem, eu não sou completamente ingrata; agradeço por ele ter me livrado do que poderia acontecer. Porém, ao mesmo tempo, o odeio por se recusar a me dar o que tanto anseio. De certa forma, eu realmente fui ingrata. Mas ingratidão por estar viva. Apenas por isso. - O que... o que você quer dizer? Perguntei, minha voz saindo rouca e trêmula, enquanto uma onda de medo subia pela minha espinha. - Vou responder à sua pergunta com outra pergunta. Ele inclinou a cabeça, me olhando com um olhar matador surgindo em seu rosto. - Aquele seu amigo, que estava com você na sorveteria... acha que ele tem o mesmo desejo pela morte que você? Ele levou a mão até minha bochecha, apertando com força seus dedos grandes e firmes em minha pele, enquanto seus olhos queimavam de desdém, me olhando profundamente. Ele... estava falando de Ethan? E então naquele momento, o desespero começou a se espalhar dentro de mim. - C-Claro que não! Minha voz subiu, quase em um grito, enquanto eu me esforçava para escapar do seu aperto. Que droga ele quis dizer com isso? Que iria... Matá-lo? Não... Isso não pode acontecer!! - V-Você não pode fazer isso!!! Ele se aproximou ainda mais, o cheiro do seu perfume intenso e chamativo invadindo minhas narinas, parecia um anuncio de sua presença tão grandiosa. E então , ele disse com um sussurro carregado de ameaça. Com aquela voz que fazia até o mais forte, tremer. - Eu posso fazer oque eu quiser. Inclusive, te dar uma boa lição sobre ser grata, através do seu amiguinho. Seus olhos mostravam uma mistura de prazer e crueldade. Ao mesmo tempo que era séria e fria. - Enfim, Sua ingratidão pode ter consequências muito mais sombrias do que você imagina. E isso está nas suas mãos. Você quer morrer, mas seu amigo... Eu aposto que não quer. Pense nisso. Com um olhar de desdém fixo em mim, ele continuou a me encarar, como se quisesse saber se eu tinha entendido o recado. Então eu assenti várias vezes. - E-Eu entendi, me desculpe pelo modo como falei com você, mas eu... S-Só quero morrer... Me mate porfavor, tenho certeza que tirar só mais uma vida não é nada pra você... Eu implorei, meu coração disparado, as lágrimas se misturando com a água da chuva, abafando meu desespero interno. Ele então, deu uma risada fria e cortante, como um raio rasgando o céu. - Não mesmo. Mas você me deixou puto pra caralho, não merece minha piedade. Não agora. Ele disse, levando suas mãos grandes, frias e molhadas para recarregar sua pistola, desviando por poucos segundos seu olhar de mim. E então, derrotada, sabendo que ele não iria me dar oque eu tanto desejava, eu abaixei a cabeça e voltei a chorar ainda mais, com o coração doendo de medo, só de lembrar que eu teria que voltar pra casa. - Quando... Q-quando posso merecê-la? Perguntei em um tom muito baixo, quase como um sussurro enquanto eu ainda chorava. Mas ele então voltou a me olhar, ainda com aquela superioridade, mas com um toque de curiosidade. - Tenho uma dica que vai te ajudar, meu bem. Já tentou se suicidar? Você mesma pode fazer isso sozinha. Pode cortar os pulsos, se jogar de um lugar alto, as opções são infinitas. Ele disse, com um sorriso frio nos lábios, sem demonstrar nenhuma gota de sentimentos. - J-Já tentei tudo isso, na verdade... T-todos os dias eu tento, mas nunca consigo... Só... Fico fraca e debilitada... M-mas nunca morro de verdade. Evitei olhá-lo naquele momento, e centrei meus olhos apenas no concreto frio da calçada. - Uh... Parece que a paz está fugindo de você não é mesmo? Ele disse com uma expressão séria, enquanto me olhava. E então, eu assenti. - E... a-a morte também... Eu disse, dando lugar a um silêncio que parecia eterno entre mim e ao estranho da sorveteria, que na verdade era um assassino. - Ei... V-você... Está com raiva de mim porquê derrubei sorvete em você...? Perguntei, enquanto olhava pra baixo, sentindo meu rosto esquentar enquanto me lembrava da vergonha que passei naquela hora. - Não. Fiquei puto porquê você queria me denunciar, mesmo eu salvando você de ser abusada. Isso é uma ingratidão do caralho. Ele disse enquanto levava sua pistola até meu rosto, a passeando lentamente sobre o mesmo, descendo até meu queixo, apontando para o mesmo. Levantando meu olhar pra ele. - Mas não vou te matar... Não agora, você é interessante, gatinha. Ele se aproximou, sua respiração quente acariciando meu ouvido, enquanto um sorriso malicioso dançava em seus lábios. A tensão no ar era palpável, e eu podia sentir meu coração acelerando. Enquanto uma ideia surgia em minha mente. E então, com um movimento rápido, observei sua mão segurar o coldre com pouca força, e Em um instante, aproveitei a oportunidade. E com agilidade, agarrei a arma que ele deixara próxima de mim, sentindo o metal frio em minha palma, e rapidamente a posicionei para minha cabeça. - P-Porfavor me deixe fazer isso então!!! eu disse, com a voz trêmula , enquanto a mantinha em minha direção. A arma tremia na minha mão pequena e fria, mas não ficou por muito tempo ali, minhas mãos estavam segurando a arma toda e não o gatilho, e ele viu nisso uma ótima oportunidade de pegar a arma de volta, ficando por trás de mim envolvendo seu braço em volta de meu pescoço o apertando firmemente, quase como um "mata leão" tirando meu ar e me deixando fraca, ao ponto de eu não conseguir ter forças nem mais pra segurar a arma, e então ele sussurrou no meu ouvido, em um tom mais firme e bruto, carregado de furor, enquanto me sufocava, tomando de volta a pistola, antes que ela caísse no chão. - Achou que conseguiria tomar minha arma tão fácil assim? Uhm? Acha mesmo que uma garota pequena e burra como você tem forças o suficiente pra isso? Ele então me apertou ainda mais forte, me fazendo tontear, meu ouvido fazia um zunido insuportável, e eu parecia estar quase desmaiando ali, na força daqueles braços tão firmes e impiedosos. - Já é a segunda vez que você me tira do sério, e quer saber? Você tá fodida. Ele então me soltou, quando eu estava prestes a perder a consciência, e eu cai de joelhos no chão frio e molhado, chorando ainda mais, de tristeza e raiva. Ele já é um assassino... Então porquê não me mata logo? Não vai fazer a mínima diferença pra ele... - D-Droga... Sussurrei baixinho com a voz embargada de choro e dor, enquanto sentia minha garganta doer pela força a qual ele apertou meu pescoço. Mas então, como se não fosse o suficiente, ele se abaixou até mim e apertou firme minhas bochechas, me fazendo olhá-lo, e disse em tom firme e ríspido, com aquele desdém que faz parte dele. - Eu vou voltar e vou foder com a sua vida, garota. Pode esperar por isso. Você vai pagar caro pela sua ingratidão e por ter roubado a porra da minha arma. Ele então me soltou, e me olhou com superioridade por alguns minutos, antes de se virar. - M-Minha vida... Já é... f-fodida o suficiente... Sussurrei baixo enquanto ainda chorava ali naquele concreto frio que machucava meus joelhos, e a chuva se misturava com minhas lágrimas. - Vai agradecer pelo modo como era sua vida antes de me conhecer. Isso eu te garanto. Ele disse em tom bruto e autoritário enquanto virava as costas e saia, me olhando uma última vez no momento em que atravessava a rua, e então aquele homem alto, cruel e impiedoso, havia desaparecido na escuridão da noite e na névoa fria que a chuva formara, me deixando ali sozinha, com aquele cadáver a minha frente, que agora, estava em paz. E eu só fiquei com o maldito desejo... De estar assim como ele. - DROGA!!!! DROGA!!!! gritei de ódio e tristeza, fazendo um eco alto pela rua fria e vazia da cidade, era tarde da noite, ninguém me ouviria, a não ser eu mesma. O choro era eminente e parecia infinito, assim como a dor do meu peito, enquanto eu me lembrava das palavras dele, ditas poucos minutos atrás. " Vai agradecer pelo modo como era sua vida antes de me conhecer. Isso eu te garanto" Oque mais eu posso esperar? Ele vai ser... Vai ser mais um que vai me agredir? Mais um que vai me machucar e me humilhar? Se for isso, não é nenhuma novidade. Apenas mais um motivo... Pra me levar a tentar mais uma vez... A acabar com todo esse sofrimento Que eu chamo de vida. E então me levantei devagar dali, os joelhos trêmulos, machucados e doloridos, e meu corpo estava totalmente frio... Meus pais até haviam parado de me ligar, e isso... É um péssimo sinal! Engoli em seco, sentindo o desespero e o medo me tomarem novamente, eu não queria que eles me espancassem!! Não!! De novo não!! Mas que solução me restava?? Eu tinha que voltar a aquele inferno que chamo de casa... Tenho que tentar ser o mais calma possível com eles e tentar implorar pra que eles não me machuquem. Não agora. Não hoje. E então, mesmo com muita dificuldade e com os joelhos doendo, me levantei de vez e segui andando pela rua fria e molhada em meio a chuva, indo pra casa. A cada passo o medo se alastrava cada vez mais dentro de mim, e ele parecia não ter fim, na verdade, nunca teve. O medo que eu senti nunca me deixou. Pois eu não tenho um lugar sequer onde eu tenha paz. Então aonde meus pés pisam... Eu sinto medo. E isso... Não vai me deixar... Só quando eu, finalmente, estiver morta.
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