" Que visão dolorosa para meus olhos tristes, tão linda quanto um céu azul, ele te hipnotiza enquanto eu estou morrendo.
Será que você me beijaria? Eu não tenho nem metade da beleza dele.
Ele te deu um suéter, era apenas poliéster.
Mas não importa mais.... eu queria ser ele."_
Eu estava à beira do mar, com um pão de baguete em mãos, alimentando os peixes.
Quando comecei a pensar...
porquê Claire foi à enfermaria? Logo arielle foi também, eu vi que ela estava toda machucada e chingava Claire com as palavras mais pesadas já ouvidas.
Eu fiquei em choque, não entendia o porquê de todo aquele rebuliço no pátio da escola, com professores e o diretor, será que tinham agredido minha amiga de novo?
Droga, tudo que eu mais queria, era que minha linda loirinha fosse feliz de verdade, queria que ela enxergasse a beleza da vida, que seu sorriso fosse radiante e alegre, queria que ela deixasse de esconder aquelas marcas, Claire merecia mais do que qualquer um ter uma vida normal.
Mas ela sofre tanto...
Isso me machuca profundamente, já perdi as contas do tanto que lutei pra fazê-la sorrir.
Já eram nove da noite, provavelmente ela já deve ter saído da escola.
Será que Claire está em casa?
Meu coração palpitou, só de ouvir o nome dela, ou pensar em seu abraço, eu me sentia arrepiar e era tomado por uma sensação tão pura e doce.
Continuei alimentando os peixes, enquanto olhava para a lua, e pensava nos sentimentos que tomavam conta de mim.
Bom.... como posso dizer?
Sim, eu estava apaixonado por Claire.
Eu a amava, desde que meus olhos se contraram com os dela.
Eu respeito e amo minha pequenina, e só quero vê-la finalmente livre de seus problemas.
A amo desde que nos conhecemos, e como isso aconteceu?
Bom, infelizmente eu era um dos que fazia bullying com ela.
Eu ria e Caçoava de seus cortes, de como ela fazia pra se tranquilizar em meio à tanta dor.
Mas, eu tive a chance de me redimir e implorar pelo perdão dela.
Na época, eu estava triste e irritado, pois meus pais, que eram simples pescadores, morreram e me deixaram sozinho, numa casinha pequena na beira do mar.
Eu sofria bullying também, já que todos tinham suas casas grandes e mansões, carros e tudo mais.
E tudo que eu tinha era uma bicicleta e uma simples casinha na beira do mar.
E eu era desprezado por ser o " Garoto pobre da escola"
Mas bom, eu fui aprendendo aos poucos com a vida, conhecendo quem sou e consegui ter mais intimidade com a Claire, implorei por seu perdão, e hoje somos melhores amigos e eu percebi o quanto eu era um idiota no passado.
Logo, aceitei a simplicidade da minha vida, e estou sendo feliz com o pouco que eu tenho, agora odeio a ganância e o orgulho e vivo bem comigo mesmo.
Nunca tive tanta paz com meu eu interior.
Agora, pra minha felicidade se completar, eu precisava dizer oque eu sentia pra claire, queria me livrar desse peso em meu peito, que tanto me machuca e me deixa ansioso.
Inclusive, eu tentei. Tantas e tantas vezes dizer à minha doce anja oque eu sentia, uma das vezes foi quando a chamei para olhar a lua e os peixes comigo, a lua estava tão linda, tão dourada.
Assim como ela.
Mas Claire... ela fugiu sem explicação alguma antes que eu me declarasse,
Correndo pela floresta fria e iluminada pela lua, enquanto eu gritava seu nome, implorando pra que ela ficasse, mas ela sequer olhou pra trás.
Aquilo me doeu, me feriu tanto...
Meu coração se partiu, e eu dormi chorando naquela noite.
Porquê, Claire?
Porquê você me deixou?
Então amanheceu o dia, acordei, tomei um café, e peguei minha bicicleta indo pra escola, eu estava decidido a perguntar pra ela sobre seu sumiço repentino da noite anterior, mas quando a vi...
Claire estava sem o uniforme da escola, sem sua blusa de frio, ela nunca a havia esquecido antes...
Oque estava acontecendo com ela?
Eu estava tão preocupado com meu anjo, rapidamente tirei meu suéter e dei à ela.
Claire estava com os olhos vermelhos, parecia ter chorado uns bocados, nos falamos, eu ouvi seus problemas e a Abracei não só porque eu a amava, mas porque eu queria tirá-la dessa triste situação.
Depois de conversarmos, e Claire enxugar suas lágrimas com as mãos, eu a olhei por inteiro e vi seus pulsos.
Sim, eu sabia que ela se mutilava devido ao estresse causado pela família e escola, mas desta vez, os cortes eram fundos e feios, pareciam ter sido feitos em um surto ou momento de puro ódio consigo mesma.
Sem que eu percebesse, as lágrimas caírem de meus olhos e eu abracei meu anjo fortemente, eu nunca queria deixá-la ir.
Sei que sou otimista e sorridente, um garoto que vê a beleza na vida e ainda mais.
Porém, se algum dia eu acordar com a notícia de que ela se matou, não conseguirei mais sustentar meu mundo com minhas mãos.
Ele cairá sob minha cabeça, e a dor da perda vai me esmagar.
Vá! Você precisa vê-la! Ela pode estar precisando de você!
Eu pensei enquanto me levantava rapidamente da areia à beira do mar, jogando o último pedaço da baguete para os peixes.
Sim! É claro que eu preciso ver Claire de novo!
Ela pode estar precisando de mim agora!
E...Eu também posso tentar dizer oque
Tanto quero, espero que eu não gagueje!
Respirei fundo, e corri rapidamente, peguei minha bicicleta e sem demora alguma, sai da Beira do mar entrando na floresta, pedalando com pressa.
Vi um campo de flores, eram lindas florzinhas de campo, eram simples e pequeninas, mas eram lindas!
Me abaixei, sem descer da bicicleta, e peguei uma das pequenas flores, colocando no bolso de minha calça jeans larga, de cintura alta sendo mantida por um cinto de couro preto, e eu usava um suéter azul escuro.
Sei que a florzinha pode amassar um pouco, mas é meu presente de coração e alma para Claire...
E eu tenho algo ainda melhor pra dar à ela, o meu coração!
Sorri sentindo a pureza de um amor verdadeiro em meu peito, e logo me atentei à chegar na casa dela depressa, pedalando o mais rápido que eu podia.
Bom, a casa de Claire não era tão longe da minha, só alguns quarteirões à frente, num bairro nobre cheio de mansões...
E eu, morava na beira do mar, em uma casa pequena onde mal cabia eu e minha bicicleta.
Se Claire me aceitar... eu não tenho luxo, nem dinheiro pra oferecer... mas eu posso amá-la, protegê-la e respeitá-la por toda eternidade.
Logo, eu estava na calçada da casa dela, a ansiedade me dominou, eu estava tão nervoso...
Eu Vi Claire ao lado da porta de entrada, meu coração acelerou e eu parei a bicicleta ao lado do muro, peguei a flor em meu bolso e fui correndo até ela.
-CLAIRE!!! EU PRECISO TE DIZER UMA COISA!! EU...
Antes que eu terminasse de falar, senti meu mundo no chão, era como se meu coração tivesse sido espetado sem dó nem piedade, minhas mãos tremiam, meu rosto estava suado de tanto nervosismo...
Engoli em seco, tentando absorver oque eu havia acabado de ver...
Um cara estava com Claire, e eu vi ele a pegar pela cintura, e a beijar nos lábios.
Senti meus olhos se encherem de lágrimas, não, não...
Meu anjo foi tomado de mim da forma mais cruel e dolorosa, eu estava em choque... então era essa a sensação de não ser amado?
As lágrimas caiam de meus olhos descontroladamente, e a pequena flor que eu carregava caiu de minhas mãos.
Claire logo me olhou, seus olhos estavam arregalados, e o homem com ela me olhou também.
- Ethan??? E-eu...
Dei um sorriso triste, ainda sentindo as lágrimas caírem de meus olhos, e me aproximei deles.
- Não, clarinha, não precisa dizer nada... e-eu só vim perguntar se você está bem, só isso...
Falei sem controlar as lágrimas que caiam, aquilo doia tanto.
E do lado dela, o homem me olhava de um modo tão estranho, ele era... diferente.
Tinha os olhos azuis, cabelos pretos penteados pra trás, e usava roupas sociais de grife, todas em preto.
O olhar dele parecia sarcástico e eu não tinha dele uma boa impressão.
Um silêncio absurdo dominou o ar entre nós, e então ele se aproximou de mim.
- Uh, Ethan né? Sou Rafael Blacktide, namorado da claire, Que prazer poder conhecer você.
Disse ele, entendendo a mão para mim, a voz dele era grave e autoritária, e seu sorriso parecia falso e forjado.
Namorado??? Não, droga! Parecia que eu estava imergido no pior pesadelo que já tive.
E eu realmente queria que fosse um pesadelo.
Mesmo sentindo a dor mais infeliz que eu já senti na vida, o cumprimentei, e ele apertou minha mão com força, seu toque era bruto e o olhar dele era ameaçador, era como se ele quisesse me avisar algo.
-Namorado? Ah... p-parabéns Claire... fico feliz por você estar feliz.
Falei, enquanto controlava o choro, mas era impossível, doía tanto!
Era como se eu estivesse sendo esfaqueado.
Claire então arregalou os olhos, e me olhou com uma expressão preocupada e assustada, ela também aparentava querer dizer algo, e então, o tal Rafael Blacktide a olhou de um modo que eu não conseguia interpretar suas expressões, e a apertou pela cintura, colando o corpo dela no dele.
Meu coração estava dilacerado , e eu só queria me jogar na minha cama, e chorar até dormir.
- Agradecemos o apoio, não é mesmo Amor?
Ele a olhou, dando mais um daqueles sorrisos que não pareciam ter boas intenções, e Claire assentiu olhando pra baixo, pude vê-la estremecer um pouco.
Forcei outro sorriso falso, em meio à dor infernal que eu sentia no meu coração que já estava em pedaços.
- B-Bom... sendo assim, eu vou indo... até logo, clarinha.
Falei, enquanto virava as costas deixando pra trás aquela cena que tanto me destruiu, eu evitava olhar pra trás, agora eu estava indo até minha bicicleta, eu iria pra casa tentar dormir, tentar me acostumar com essa dor, e esquecer essa cena que tanto me matou por dentro.
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Entre Amor E Mortes
TerrorCÓPIA E PLÁGIO É CRIME!!! DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS! Uma garota com tendências suicidas cruza o caminho de um Assassino em série. Oque pode dar errado? TUDO. Rafael foi diágnosticado com psicopatia aos treze anos de idade, e entendeu o motiv...