Já fazia alguns minutos que eu havia deixado predador dormindo em meu quarto, e decidi sair pra caminhar um pouco na noite.
Eu morava em uma casa simples, mas bem sofisticada na decoração e aparência, era bem parecida com um chalé.
Não ficava muito longe da cidade como a de Rafael, apesar de também estar no meio da floresta.
Eu estava com uma roupa simples, sim, eu costumo muito me produzir e ficar horas em frente ao espelho fazendo uma boa maquiagem, arrumando meus cabelos ruivos ondulados, e demorando ainda mais pra escolher alguma roupa.
Mas hoje, já era tarde da noite, e logo eu iria dormir. Mas antes eu queria sair e andar um pouco pra esfriar a cabeça e conter meus pensamentos.
Estava usando um short jeans de cintura alta, uma Body preto aveludado de mangas compridas e uma simples sandália cor nude.
Eu andava pela floresta escura, com apenas a fraca luz da lua me guiando, sentindo a chuva leve cair sob meus ombros.
Era tranquilizante sentir a água leve que começara a cair.
Eu ouvia todos os sons da Mata, desde a chuva até o som da água de uma pequena cachoeira ali perto de minha casa, e eu estava gostando de cada detalhe ali.
E logo, como já é de se esperar, enquanto eu andava pela floresta os pensamentos cercaram minha mente.
Pensei sobre a guerra, sobre minha "Família" que foi morta pelo clã rival, eu sentia tanta a falta dos que se foram.
Caio Harper, meu amigo e meu parceiro de taça pra tomar um bom vinho, nunca esqueço do quanto seu sorriso era doce e gentil.
Amoroso com todos, prezava por nossa segurança e ficava bravo sempre que saíamos muito à cidade. Já que erámos criminosos e não podíamos por as "caras" no meio de gente.
Sempre nos confundiam, achavam que erámos irmãos por sermos ruivos, e nós riamos muito disso.
Sem eu poder me conter, uma lágrima já ameaçou cair de meus olhos.
E eu a deixei correr como um rio enquanto lembrava de tudo aos poucos e caminhava pela floresta.
Voltaire d'Vittore, poeta, apaixonado, gentil...
Eu passava dias falando com ele sobre uma maneira de conquistar Tânia, que era a mulher ex policial extremamente fechada para o amor.
Ele escrevia poesias pensando nela, enquanto tomava um bom vinho e olhava a noite.
Era loiro e alto, de lindos olhos verdes, e também era português.
O único que tinha o idioma diferente do nosso, já que o restante todo era de nova York.
Mas aprendemos a falar com ele com bastante facilidade.
Eu era absorvida pra um mundo mágico e doce ao ler tudo que ele escrevia.
Eu também sentia muito a falta de Voltaire.
Já Dylan, dono de herança da família, riquinho e farreiro, parecia ser um garoto normal, mas era um criminoso assim como todos nós...
Eu tenho tanto rancor dele.
Naquela guerra ele nos deixou sozinhos, ele podia ter ficado, ajudado, e quem sabe se ele não tivesse fugido se mostrando um covarde, teríamos vencido a guerra com todos os outros vivos.
Agora você deve se perguntar, ela é uma mulher tão tranquila e alegre, qual será seu crime?
Parei no meio da floresta, e tirei minha sandália, ficando descalça e sentindo a grama molhada da chuva em meus pés, continuei andando, até chegar na margem da Cachoeira.
Coloquei os pés na água, sentindo o frio me dominar, mas ao mesmo tempo me senti liberta naquela floresta tão acolhedora e fresca.
Respirei fundo, O crime que cometi?
Me vinguei.
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Entre Amor E Mortes
HorrorCÓPIA E PLÁGIO É CRIME!!! DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS! Uma garota com tendências suicidas cruza o caminho de um Assassino em série. Oque pode dar errado? TUDO. Rafael foi diágnosticado com psicopatia aos treze anos de idade, e entendeu o motiv...